Em um comunicado na terça-feira, ao anunciar a designação de Felipe como diretor-técnico da SAF, o presidente Pedrinho revelou que outras mudanças serão implementadas no Vasco. Quais serão essas mudanças? O que irá ser diferente na operação do clube? A atuação do CEO Lúcio Barbosa encontra-se em fase de avaliação.
– Em virtude do resultado do último domingo, uma situação que não tem justificativa, eu precisei antecipar algumas ações. Dessa forma, Felipe assume o papel de diretor-técnico ao lado de Pedro Martins, que passa a ser o diretor-executivo de futebol, e ambos se reportarão a mim em questões relacionadas ao futebol. Esta é uma das medidas entre outras que serão adotadas – afirmou Pedrinho em um vídeo.
A declaração do presidente indica uma alteração na estrutura da SAF e a diminuição do poder do CEO Lúcio Barbosa, que anteriormente era a principal figura no departamento de futebol do Vasco. Agora, Felipe e o diretor executivo Pedro Martins irão reportar diretamente a Pedrinho. O ex-jogador, que recentemente atuou como técnico do Volta Redonda no Campeonato Carioca, passa a ser os olhos e ouvidos de Pedrinho no cotidiano da SAF vascaína.
No entanto, não é somente essa mudança que revela a perda de influência de Lúcio Barbosa, que vinha sendo questionado pela torcida do Vasco. A coletiva de imprensa do CEO no final do ano passado ainda ecoa de forma negativa, devido a promessas não cumpridas.
– Vamos competir no mercado contra os grandes clubes pela contratação de jogadores que estejam no patamar do Vasco e que possam fazer a diferença aqui, pois não é para qualquer um… Os atletas que chegarem serão à altura do Vasco, queremos disputar as primeiras posições na tabela a partir do próximo ano – declarou Lúcio em dezembro de 2023.
A relação entre Pedrinho e Lúcio já estava desgastada antes da decisão judicial que transferiu o controle da SAF das mãos da 777 Partners para o clube associativo. Pessoas próximas ao presidente reclamavam que o CEO não se reportava ao CRVG, que antes era apenas um sócio minoritário. Tanto que Pedrinho solicitou uma reunião exclusiva com representantes da empresa americana, na qual fez críticas ao executivo.
Lúcio foi contratado pela 777 e era visto como o braço direito da empresa no Brasil. Nos corredores de São Januário, o futuro do CEO é considerado incerto no Vasco. Os aliados de Pedrinho avaliam como negativa a gestão do executivo e são favoráveis à mudança. Além disso, a descoberta de que os cofres da SAF estavam vazios também gerou repercussões negativas.
Agora, a situação é outra. Lúcio já não responde mais à 777 e passou a se reportar diretamente a Pedrinho. A relação que antes era distante se transformou em conversas diárias, com troca de informações e orientações por parte do presidente.
O executivo permanece na gestão administrativa, responsável pela folha de pagamento, pelo planejamento financeiro e por outras tarefas fora do âmbito do futebol. Pessoas próximas a Lúcio encaram essa mudança apenas como uma readequação de responsabilidades e acreditam que ele permanecerá no cargo. Internamente, o CEO se sente respaldado por Pedrinho.
Com essa “alteração de função”, Lúcio Barbosa não possui mais a mesma visibilidade de antes. O CEO colaborou com o ex-dirigente Alexandre Mattos na primeira janela de transferências e chegou até a ocupar o cargo de diretor de futebol quando Mattos foi demitido.
Apesar de comparecer regularmente ao escritório da SAF, na Barra da Tijuca, Lúcio tem visitado raramente o CT Moacyr Barbosa e se afastado do convívio com a equipe. Além disso, não participou, por exemplo, da reunião extraordinária do Conselho Técnico da Série A, no final de maio. Nessa ocasião, em que líderes de outros clubes estavam presentes e decidiram pela paralisação do Campeonato Brasileiro por duas rodadas, o recém-chegado Pedro Martins representou o Vasco, função que, teoricamente, caberia ao diretor de futebol.
Fonte: ge