Torcida do Genoa, da Itália — Foto: Image Photo Agency/Getty Images
No comunicado divulgado nesta quarta-feira, o Genoa não mencionou a A-CAP ou a 777 Partners diretamente, mas fez alusão aos “antigos acionistas”, reconhecendo que estes ainda possuem uma participação minoritária após a aquisição realizada por Dan Şucu.
— O empresário romeno, via sua própria gestão de investimentos, completou totalmente o aumento de capital, garantindo em troca cerca de 77% do Genoa CFC, deixando os proprietários anteriores em uma posição de minoria.
Şucu desembolsou um total de 45 milhões de euros (R$ 286 milhões) para conquistar o controle de 77% das ações do clube. No entanto, a A-CAP não aceita a transferência como oficial e mencionou a operação como “clandestina” em uma nota.
— Essa suposta venda foi feita sem que os acionistas do clube tivessem conhecimento, autorização ou assinaturas, assim como sem a presença dos representantes do conselho de acionistas do clube. Qualquer tentativa de distorcer a situação do Genoa CFC será combatida de forma veemente pelos acionistas. É uma pena que a gestão do clube tenha perdido tempo com essa operação clandestina não aprovada.
Os ativos da 777 no mundo do futebol estão sob controle da A-CAP desde outubro. A empresa pediu um estudo de viabilidade para a venda de todos os clubes do grupo, incluindo o Vasco da Gama. O CEO do Genoa, Andrés Blazquez, que foi indicado pela 777, afirmou que a divisão de esportes do grupo estava se encerrando e que todos os clubes do portfólio estavam sendo colocados à venda.
De acordo com uma reportagem da “Josimar Football”, a A-CAP está encontrando dificuldades para realizar as vendas, incluindo a do Vasco. O maior obstáculo é uma ação judicial movida pelo fundo inglês Leadenhall, que recentemente entrou na Justiça dos EUA com uma liminar bloqueando a dissipação de ativos da 777. Dependendo da decisão do tribunal, a A-CAP poderá ser impedida de negociar os clubes sob a gestão de Wander e Pasko.
Adam Weiss, Juan Arciniegas e Josh Wander, do 777 Partners, em jogo do Genoa — Foto: Getty Images
O único clube da 777 com negociações avançadas é o Red Star FC, da França, que pode ser vendido para Steve Pagliuca, proprietário da Atalanta e investidor em parte do Boston Celtics, da NBA. Além do Vasco, Genoa e Red Star, a 777 adquiriu também o Standard Liège (Bélgica), Hertha Berlim (Alemanha), Melbourne Victory (Austrália) e é sócia minoritária do Sevilla (clube espanhol).
A reportagem ainda menciona que os problemas da 777 em diversas partes do mundo afetam os clubes. Em maio deste ano, a A-CAP contraiu um empréstimo de US$ 40 milhões (R$ 218 milhões) para manter as operações das equipes de futebol. O montante foi concedido por uma companhia do dono do Chelsea, Todd Boehly, a uma taxa de juros de 46%. No entanto, Boehly não tem interesse em comprar os clubes da 777.
Apesar dos percalços, a A-CAP está ávida para se desfazer das equipes de futebol. Segundo a “Josimar”, a seguradora concordou em receber rapidamente 66 milhões de libras (R$ 473 milhões) em empréstimos dados ao Everton, que ultrapassaram 200 milhões de libras (R$ 1,4 bilhão). Para garantir essa quantia na hora, a A-CAP aceitou que o valor restante fosse convertido em ações preferenciais na futura venda do clube inglês aos americanos do grupo Friedkin.
Fonte: ge