Análise da eficiência dos ataques e defesas das equipes da Série A no Brasileirão 2024

O desempenho eficaz do líder Botafogo permitiu que um ataque com poucas finalizações se destacasse no decorrer do Campeonato Brasileiro, recebendo elogios inclusive de seus adversários.

“Mesmo sendo um jogo equilibrado, a diferença crucial foi a eficácia. Parabenizo nosso adversário, que foi mais eficiente”, afirmou o técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, após a derrota por 1 a 0 para o Botafogo, fora de casa.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

O Botafogo possui o quinto ataque menos acionado no campeonato, com uma média de 11,8 finalizações por partida, porém é a equipe mais eficiente ofensivamente. Com apenas 200 chutes a gol, marcou 28 vezes, representando um gol a cada 7,1 finalizações.

O Palmeiras, líder em finalizações do campeonato com 308 chutes a gol (54% a mais que o Botafogo), marcou 24 gols, resultando em um gol a cada 12,8 tentativas. Apesar da sexta pior eficiência, a equipe se mantém competitiva devido à sua produção no ataque e à sólida defesa, a menos vazada da competição, porém, que não resistiu à eficiência botafoguense.

O Palmeiras esteve presente em três dos cinco jogos com mais finalizações no Brasileirão, superando o adversário em média em 74%. Além disso, participou de quatro dos oito jogos com maior número de finalizações, aumentando a média para 93% em relação aos adversários. Entretanto, contra o Botafogo, ao jogar fora de casa, teve apenas uma finalização a mais e acabou derrotado.

As estatísticas de finalizações do Botafogo indicam um potencial para marcar 22 gols, mas a equipe conseguiu balançar as redes 28 vezes. Mesmo com um baixo número de finalizações, o time alcançou a liderança ao vencer Palmeiras e Flamengo, segundo e terceiro colocados respectivamente quando enfrentaram o Botafogo. O próximo desafio será contra o São Paulo, quarto colocado, fechando o primeiro turno no Morumbi.

A tabela a seguir exibe a média de xG por jogo, os gols marcados, o esperado a partir das características das finalizações e a eficiência, demonstrando se foram feitos mais ou menos gols do que o esperado estatisticamente, com destaque para a superioridade do Botafogo.

Nível de ameaça produzida no ataque, média por jogo e eficiência

Time Jogos Média de xG por jogo Gols marcados xG* (gols esperados) Eficiência ataque*
Botafogo 17 1,291 28 21,9 6,1
Bragantino 16 0,975 21 15,6 5,4
Cruzeiro 16 1,250 23 20,0 3,0
Bahia 17 1,447 27 24,6 2,4
São Paulo 17 1,447 27 24,6 2,4
Criciúma 15 1,318 22 19,8 2,2
Atlético-MG 16 1,272 22 20,4 1,6
Cuiabá 16 1,109 18 17,7 0,3
Flamengo 16 1,736 28 27,8 0,2
Juventude 15 1,254 19 18,8 0,2
Vitória 17 1,110 19 18,9 0,1
Vasco 17 1,216 20 20,7 -0,7
Fortaleza 16 1,269 19 20,3 -1,3
Athletico-PR 16 1,389 20 22,2 -2,2
Corinthians 17 0,999 14 17,0 -3,0
Fluminense 16 0,960 12 15,4 -3,4
Grêmio 15 1,013 10 15,2 -5,2
Internacional 13 1,326 12 17,2 -5,2
Palmeiras 17 1,890 25 32,1 -7,1
Atlético-GO 17 1,352 14 23,0 -9,0

Fonte: Bruno Imaizumi/Espião Estatítico

Níveis de ameaça

É possível visualizar em um gráfico os níveis médios de ameaça impostos pelos ataques e sofridos pelas defesas com base na métrica estatística de xG, que considera a expectativa de cada finalização resultar em gol. Palmeiras e Flamengo despontam como favoritos ao título do Brasileirão 2024, conforme o gráfico demonstra. Quanto mais à direita, maior a ameaça que os ataques representam por partida, enquanto mais abaixo indica menor ameaça às defesas.


Níveis de ameaça dos ataques e defesas no Brasileirão 2024

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Níveis de ameaça dos ataques e defesas no Brasileirão 2024 – Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico

São Paulo, quarto colocado

Destaque para o São Paulo, quarto colocado, com a defesa menos exposta a finalizações de alto risco em média por jogo. Enquanto sua defesa é a sexta menos vazada do campeonato, sofrendo um gol a cada 9,7 finalizações, a resistência é menor quando joga como visitante, com um gol sofrido a cada 7,6 chutes contra, sendo a terceira menor resistência defensiva fora de casa. Em seus domínios, a equipe sofre um gol a cada 18 finalizações, figurando como o quinto melhor desempenho defensivo em casa.

As estatísticas das finalizações sofridas pelo São Paulo apontam um potencial para sofrer 15 gols, porém a equipe acabou levando 17 gols, mostrando uma ineficiência estatística. Neste caso, a eficiência é calculada pela diferença entre os gols sofridos e o esperado com base nas finalizações concedidas aos adversários.

Nível de ameaça sofrida por partida, total e eficiência defensiva por xGa

Time Jogos Média de xGa (contra) Gols sofridos xGa* (contra) Eficiência defensiva
Palmeiras 17 1,173 13 19,9 6,9
Fortaleza 16 1,381 16 22,1 6,1
Botafogo 17 1,101 14 18,7 4,7
Juventude 15 1,631 20 24,5 4,5
Athletico-PR 16 1,262 16 20,2 4,2
Bragantino 16 1,494 20 23,9 3,9
Internacional 13 0,934 11 12,1 1,1
Atlético-GO 17 1,515 25 25,7 0,7
Bahia 17 1,276 21 21,7 0,7
Fluminense 16 1,528 24 24,5 0,5
Cruzeiro 16 1,144 18 18,3 0,3
Grêmio 15 1,296 20 19,4 -0,6
Cuiabá 16 1,263 21 20,2 -0,8
Criciúma 15 1,486 24 22,3 -1,7
São Paulo 17 0,887 17 15,1 -1,9
Corinthians 17 1,235 23 21,0 -2,0
Flamengo 16 0,925 17 14,8 -2,2
Vitória 17 1,507 28 25,6 -2,4
Vasco 17 1,368 26 23,3 -2,7
Atlético-MG 16 1,236 26 19,8 -6,2

Fonte: Bruno Imaizumi/Espião Estatítico

Metodologia

As análises foram baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” (xG), considerando diversos aspectos das finalizações em partidas de Brasileirões desde 2013. A métrica avalia a probabilidade de um gol a partir da localização, ângulo da finalização, entre outras variáveis. O método Poisson Bivariada foi utilizado para cálculos de probabilidades, e o método de Monte Carlo para simular resultados em cada jogo não disputado. Cada simulação envolveu dez mil cenários.

Adaptado de fonte: ge


Receba notícias do Vasco

Cadastre seu e-mail para receber os principais destaques do Vasco.