Já são quatro meses sem balançar as redes em São Januário. A pior campanha do clube na história dos pontos corridos nas 14 primeiras rodadas. O Vasco dá poucas esperanças a seu torcedor. E a derrota por 1×0 para o Cruzeiro, na tarde deste sábado, dentro de casa, é mais uma com o mesmo roteiro de várias outras. Dificuldade imensa para produzir com a bola e pouca capacidade de proteger a própria meta.
A Raposa também passou longe de fazer um grande jogo. Mas hoje é um time. Dribla as limitações técnicas com organização coletiva, ciência do que fazer em todos os momentos do jogo. Machado fez o gol de mais uma vitória fora de casa, a segunda das seis obtidas até aqui. O time celeste só perdeu uma vez fora de Minas Gerais até aqui.
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Escalações
O interino William Carvalho não teve Lucas Piton. Na ausência de um lateral-esquerdo reserva, colocou Léo em sua posição de origem e promoveu a estreia de Maicon no miolo de zaga. Capasso seguiu no setor. Mateus Carvalho ganhou a vaga de Zé Gabriel no meio. Serginho estreou no lado esquerdo do ataque. Gabriel Pec e Erick Marcus foram os atacantes centrais e Orellano jogou pela direita. Um 4-4-2 com o quarteto ofensivo bem leve
Já Pepa não teve o zagueiro Lucas Oliveira. Neris o substituiu. O restante do time foi o mesmo que ampetou por 0x0 com o Internacional. Bruno Rodrigues no centro do ataque. Stênio e Wesley pelos flancos. Henrique Dourado e Gilberto no banco. Um ataque mais leve e moldado aos contragolpes.
O Jogo
Muita transpiração e pouca inspiração! A frase é batida no futebol, mas serve pra explicar boa parte do que aconteceu, ou do que deixou de ocorrer no 1º tempo em São Januário. Com um time bem móvel, o Vasco apresentou gás pra marcar a saída de bola do Cruzeiro. Fez boas pressões e dificultou a troca de passes da Raposa.
O problema foi ter ações ofensivas de destaque com regularidade. Serginho era o melhor jogador do quarteto ofensivo, e lançou Gabriel Pec em contra-ataque aos quatro minutos. O camisa 11 bateu para fora. Tirando esse lance, o Vasco só voltaria assustar depois do gol do Cruzeiro, novamente em jogada criada por Serginho, mas desta vez finaliza pelo volante Mateus Carvalho.
O Cruzeiro demorou a conseguir botar a bola no chão. Aproximar seu trio de meio, ver Machado e Mateus Vital acionar o trio de ataque. A equipe mineira reagia bem às muitas ligações diretas do Vasco. Competia nos duelos de ”segunda bola” no meio, e aos poucos foi mostrando sua maior organização coletiva.
Primeiro levou perigo em contragolpe finalizado por Stênio. Léo Jardim defendeu! Na sequência, ganhou uma falta no bico esquerdo da grande área. Machado mandou direto para a meta quando todo mundo esperava um cruzamento, inclusive o goleiro Léo Jardim, que pulou atrasado e não impediu o gol.
Mais uma vez o Vasco não deixava de se dedicar, ser um time intenso, mas não havia tanta eficiência com a bola. Pouco jogo de aproximação para trocar passes, pouca pausa, muita acelerações fora de contexto, erros e precipitações na hora de tentar as bolas nas costas da zaga celeste.
O Vasco não teve mexidas no intervalo, mas Serginho trocou de posição com Erick Marcus. Orellano passou a flutuar mais na direção do meio e cresceu em campo. Fez boas dobras com Puma Rodriguez. Gabriel Pec teve uma chance antes dos dez minutos, mas parou em Rafael Cabral.
Com a natural queda de intensidade em relação ao que foi o 1º tempo, seria natural que as marcações afrouxassem e mais espaços surgissem. O duelo acabou ficando mais aberto. O Cruzeiro se retraiu na sequência para encaixar contragolpes, proteger o resultado, e teve algumas boas chances de matar o jogo, mas as deperdiçou.
O Cruzmaltino viu o bom início de 2ª etapa ruir com a melhora defensiva cruzeirense e passou a ter apenas os laterais de Léo na área como fonte de perigo. Pedro Raul, Alex Teixeira, Rayan, Carabajal e Jair foram ao gramado, mas nenhum deles foi capaz de mudar o cenário. Nem na base do ”abafa” o Vasco conseguiu se impor de verdade.
Fonte: Blog do Rodrigo Coutinho – ge