O Gigante da Colina realizou o quinto jogo sob o comando do técnico Ramón Diaz em um curto período de tempo, e a vitória por 1×0 sobre o Atlético Mineiro na manhã deste domingo, mais uma vez mostrou uma equipe mais organizada em comparação ao que acontecia na maior parte do ano. Lateral esquerda forte, defesa bem posicionada, centroavante imponente, e o retorno da torcida após 60 dias para criar um clima favorável. Sair da zona de rebaixamento não parece mais algo tão distante.
Se com cinco jogos já é possível perceber um Vasco diferente, o mesmo não pode ser dito do Galo. Foi o 13º jogo com a atual comissão técnica e, além de apenas duas vitórias conquistadas, o alvinegro continua acumulando atuações pouco convincentes. Repete padrões negativos com a posse da bola. Um desperdício de talento!
Escaleções
Ramón Diaz não pôde contar novamente com Jair. Zé Gabriel permaneceu na posição de “primeiro volante”. Orellano foi mais uma ausência. Serginho recebeu uma oportunidade na ponta-direita. O argentino repetiu o 4-3-3 dos últimos jogos. Luiz Felipe Scolari teve as ausências de Igor Rabello e Pavón. Lemos formou a zaga com Jemerson mais uma vez e Edenílson foi escalado para a direita do ataque.
A partida
É impossível desconsiderar a importância do ambiente criado pela torcida do Vasco no Maracanã para explicar o domínio inicial da equipe. Obviamente havia organização para atacar, estratégia bem definida para explorar o setor mais forte do time. E a combinação dos fatores resultou em um gol antes dos cinco minutos. O começo dos sonhos!
Antes da jogada de Veggeti pelo alto, vencendo um dos muitos duelos contra Jemerson no jogo, e do oportunismo de Serginho no rebote, foi possível entender a coordenação entre Lucas Piton e Gabriel Pec pela esquerda.
O ponta entrava em diagonal, tentava afastar Saravia do setor na marcação individual, e fazia com que o lateral tivesse que enfrentar Edenílson sem uma cobertura tão próxima. Funcionou no lance do gol e em outra jogada que terminou com uma cabeçada do argentino no travessão.
As coisas só melhoraram para o Atlético depois dos 20 minutos. Com o Vasco mais recuado, tentando atrair os mineiros para encaixar contra-ataques, o Galo passou a transitar dentro do campo adversário, mas novamente sem a coordenação necessária nos movimentos para criar espaços, ou estabelecer as interações entre seus talentosos jogadores de maneira constante.
Paulinho trocou de posição com Igor Gomes. Foi jogar mais perto de Hulk. Algo que parece óbvio, mas que o suspenso Felipão insiste em não fazer. Battaglia foi importante ao fazer desarmes no campo do Vasco e acelerar em boas jogadas. Edenílson e Igor Gomes melhoraram nesse aspecto também e o time da casa foi pressionado.
Nesse cenário, Hulk e Paulinho tiveram boas oportunidades, mas mandaram para fora. O jogo se tornou desconfortável para o Vasco, que até conseguia fechar sua defesa, mas permitia que a bola circulasse perigosamente nos pés dos melhores jogadores adversários. Faltava retenção de bola e contra-ataques mais efetivos.
A principal diferença do Cruzmaltino no segundo tempo foi o melhor aproveitamento das jogadas ao retomar a posse. Conseguiram ser mais ágeis nas decisões e acionar Gabriel Pec em contra-ataques pela esquerda. Veggeti também foi importante em alguns lances de pivô. Paulinho e Bruno Praxedes se esforçaram pelo meio.
Nem com uma formação mais ofensiva, que teve Edenílson na lateral-direita, Patrick como segundo volante, e uma linha de ataque com Pedrinho, Vargas, Paulinho e Hulk, o Galo conseguiu ter uma alta produtividade no ataque. Rodavam a bola sem muita ideia do que fazer para furar a defesa vascaína. Sempre esperando por uma ação individual para buscar o empate.
Léo Jardim fez três boas defesas em finalizações de Hulk de fora da área. Lemos assustou em uma cabeçada, mas o Vasco também teve suas chances de ampliar com Paulinho e Gabriel Pec. Resultado justo no final! Venceu a equipe que teve mais organização no gramado encharcado do Maracanã.
Fonte: Globo Esporte