Quem convive com o treinador garante que Álvaro tem o perfil ideal para o Vasco e aposta no sucesso dele em São Januário, como é o caso de Cassiano.
O atacante brasileiro possui autoridade para falar sobre Álvaro Pacheco. Aos 34 anos, o ex-atacante de equipes como Internacional, Goiás e Paysandu é considerado uma pessoa de confiança do treinador, tendo trabalhado juntos no Vizela e atualmente no Estoril. Em Portugal, há relatos que descrevem a relação entre os dois como a de pai e filho.
– Ele é excepcional – elogia o atacante brasileiro durante uma conversa com o ge.
– Quando nos conhecemos, ele estava no Vizela, saindo da terceira divisão para a segunda, enquanto eu estava no Boavista (na primeira). Ele me convidou para ir ao Vizela, e eu relutava em aceitar (risos). Eu nem sabia da existência do clube, para falar a verdade – relembra.
– Por fim, decidi aceitar. E foi a melhor escolha da minha vida – completa.
Cassiano chegou ao Vizela em 2020 e teve uma de suas melhores temporadas em termos de gols sob o comando de Álvaro Pacheco, marcando 16 gols em 36 partidas e contribuindo para a promoção do clube à primeira divisão – um desempenho que só ficou atrás dos 20 gols que ele fez com a camisa do Paysandu em 2018, antes de se transferir para a China.
Em 2022, o atacante foi vendido ao Al-Faisaly, da Arábia Saudita, mas retornou rapidamente a Portugal, desta vez para defender o Estoril. No clube, reencontrou Álvaro Pacheco, que foi contratado em junho de 2023.
– No dia do meu aniversário (16/06), ele me ligou, me parabenizou e disse que iria fechar com o Estoril: “Eu quero que você fique”. Eu já estava negociando para voltar para a Arábia. Tivemos uma conversa e decidi ficar por causa dele.
A relação entre os dois é tão boa que Cassiano até brincou em “roubar” o chapéu característico do treinador. Isso ocorreu em duas ocasiões: uma no Vizela e outra quando marcou seu primeiro gol pelo Estoril.
– Em uma entrevista no Vizela, interagindo com o público, alguém disse: “No próximo jogo, você vai marcar e pegar o chapéu do Álvaro”. Eu respondi: “Claro que não, vou arrumar confusão” (risos). Mas guardei aquilo comigo. No dia do jogo, fiz o gol e realmente peguei o chapéu. Isso gerou um grande impacto em Portugal – lembra o atacante, revelando que Álvaro entrou na brincadeira:
– Ele gosta, é bem-humorado.
“Outra pessoa nos treinos”
Ao que tudo indica, Álvaro Pacheco é exatamente como Cassiano descreve: um técnico com jeito de paizão, que domina o vestiário e mantém uma relação próxima com os jogadores. Porém, a vida não é fácil sob o comando dele.
– Quando o conheci, parecia um senhor calmo, simpático. Beleza, começamos a treinar. O quê?! Durante os treinos, ele se transforma, irmão. Grita, cobra, é uma correria o tempo todo, tudo pegando fogo (risos). É uma loucura, mas uma loucura positiva – relata Cassiano.
– Quando o treino acaba, ele deixa de ser o Álvaro treinador e passa a ser como um pai. Gosta de brincar com todos. Foi o melhor ambiente que vivi na minha carreira – completa o atacante.
Cassiano é amigo de Rossi, também atacante do Vasco. Os dois jogaram juntos no Goiás e no Al-Faisaly.
– Já avisei para ele (Rossi): “Prepara-se, o homem vai chegar aí dando bronca” (risos). E ele respondeu: “Estamos precisando, que ele venha”.
Cassiano também acredita que evoluiu bastante durante o tempo em que trabalhou com Álvaro, que teve uma breve passagem como jogador, atuando principalmente em equipes menores e ligas semi-profissionais em Portugal.
Como treinador, Álvaro Pacheco estreou em 2018, totalizando apenas seis anos como técnico profissional. Entretanto, dedicou uma década ao estudo e à participação em comissões técnicas antes de se sentir preparado para o trabalho solo.
– Ele me ajudou muito na posição dentro da área. Eu sempre fui atuante pelas pontas e, depois, fui deslocado para centroavante, mantendo alguns resquícios da posição anterior, distante da área. Ele me orientou: “Não, precisa entrar mais pelo primeiro poste, fazer deslocamentos, marcações…” – relata o brasileiro, que na temporada anterior à sua ida ao Vizela, pelo Boavista, havia marcado apenas dois gols.
– Antes, eu só jogava, entende? Com ele não, aprendi muito sobre tática, pressão, movimentação. E o elenco que ele comandava já estava entrosado há muito tempo, facilitando a compreensão do jogo.
Perfil ideal para o Vasco
Álvaro Pacheco chega ao Rio de Janeiro neste domingo à tarde, e o clube irá avaliar sua condição para comandar a equipe na terça-feira, contra o Fortaleza, no jogo de volta da terceira fase da Copa do Brasil.
O português vinha realizando um ótimo trabalho no Vitória de Guimarães, um clube de grande expressão no futebol português e com uma enorme torcida, algo diferente das experiências anteriores do treinador. Sob o comando dele, o Vitória encerrará o Campeonato Português na quinta colocação, garantindo vaga na Liga Conferência.
Na ausência de Álvaro à beira do campo, a equipe venceu o Arouca na última rodada, no sábado, alcançando 63 pontos, a maior pontuação na história do clube no Campeonato Português – até então, as melhores campanhas foram em 1995/96 e 2016/17, quando terminaram com 62 pontos.
– Acredito que ele terá muito sucesso no Vasco – afirma Cassiano, justificando sua opinião:
– No Vizela, no início da segunda liga, tínhamos um zagueiro de qualidade, mas inconsistente, cometendo erros frequentes e sendo expulso. Em uma situação, Álvaro teve uma cobrança forte no vestiário. Depois disso, o jogador deslanchou e foi vendido no fim da temporada. No Estoril, no início da temporada, tivemos um lateral-esquerdo (Tiago Araújo) que passou pela mesma situação. Após uma queda de rendimento, Álvaro o repreendeu abertamente na frente de todos. Inicialmente, o jogador ficou abalado, mas depois se destacou e recebeu propostas de diversos clubes. Ele consegue fazer isso com os atletas.
– Essa é a personalidade dele – prossegue o atacante brasileiro.
– Ele cobra, pressiona, mas depois é como um pai, cria um ambiente positivo e leve. Isso é muito benéfico. Ele sabe o momento certo para agir assim. Não vai cobrar sem motivo, a qualquer deslize. Quando percebe que o jogador tem potencial para evoluir e não está correspondendo, ele intervém. Por isso, acredito que terá muito sucesso no Vasco, pois terá atletas de qualidade em suas mãos. Com o jeito dele, fará esses jogadores voarem, como ele mesmo diz (risos).
No Estoril, o trabalho de Álvaro Pacheco foi breve: três vitórias, um empate e quatro derrotas em oito jogos. Cassiano acredita entender o motivo.
– No Estoril, temos um grupo muito jovem, com média de idade de 22, 23 anos. Muitos jogadores emprestados de clubes grandes. Quando Álvaro chegou, foi intenso, e alguns se assustaram com sua abordagem, que é seu estilo. Eu já sabia o que esperar, então não me abalei. Mas quem não o conhece, acaba se perdendo.
– Acho que o Estoril não se encaixa com o estilo de Álvaro, como o Vitória e o Vasco.
Fonte: ge
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A amizade entre Cassiano e Álvaro Pacheco é sentida, não se descreve 🧢
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Fonte: X Liga Portugal
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Existem muitos chapéus, mas como esse 😂
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