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Denúncias contundentes de Pedro Ortega, ex-patrocinador do basquete do Vasco, revelam indícios de superfaturamento nos valores.
Fonte: Twitter do jornalista Danilo Danteskoo/Expresso 1923
Vasco refuta acusações sobre desaparecimento de dinheiro de ex-patrocinador do basquete e assegura que está lutando para manter a modalidade viva
A equipe de basquete do Vasco enfrenta uma fase delicada após o encerramento da atual temporada do NBB. O principal patrocinador do clube, Pedro Ortega, se afastou da modalidade e levantou suspeitas sobre o “desaparecimento” de recursos financeiros, além de criticar os altos custos de uma viagem da equipe. Na última sexta-feira, o Vasco respondeu às alegações, apresentando sua versão sobre os fatos.
No Instagram, Ortega afirmou que cerca de R$ 1 milhão, resultante de uma boa performance do basquete nas últimas duas temporadas, teria sumido.
— O basquete deixou um valor no Vasco. Embora não seja muito, deixei, nesta temporada, 600 mil. Na anterior, 300. A quadra eu paguei com o dinheiro que captei. Foram mais de R$ 1 milhão e não sei aonde foi parar. Posso falar o que quiser porque estou livre de amarras. Deixamos o dinheiro lá, e ele desapareceu — afirmou.
Em um vídeo divulgado pela conta oficial da associação responsável pelos esportes olímpicos, o segundo vice-presidente geral, Renato Brito Neto, rebateu a afirmação, afirmando que os valores mencionados foram reinvestidos na modalidade.
— Primeiramente, é importante ressaltar que Ortega era um patrocinador. Reconhecemos sua relevância, mas o dinheiro devia ser usado para financiar a equipe de basquete do Vasco. A gestão possui um orçamento pelo qual o Vasco opera. Ao fim de cada temporada, fazemos um balanço. Na temporada passada, o projeto foi lucrativo, e esse valor foi reinvestido — disse Brito Neto, justificando que os resultados da temporada atual ainda estão sendo avaliados:
— Atualmente, estamos ajustando as planilhas para realizar o fechamento, e ainda não temos um resultado definido. Essa alegação de que R$ 1 milhão foi perdido é uma grande inverdade. Não temos nem a confirmação se o projeto deste ano gerou lucro. Se tiver gerado, ele será naturalmente reinvestido no projeto do próximo ano. Quando Ortega diz que o Vasco nunca auxiliou o basquete, isso não é verdade. O clube não só disponibilizou sua estrutura física e recursos humanos como também colabora com a Confederação Brasileira de Basketball para adquiri passagens, o que beneficia diretamente o basquete. Somente este ano, foram investidos 450 mil reais em passagens. O Vasco, sem dúvida, participa do projeto. Existem uma série de inverdades e distorções nas informações que Ortega transmitiu.
Polêmica sobre a viagem
Outra afirmação contestada foi a disparidade de preços orçados pelo clube e pelo próprio empresário para uma viagem a São Paulo. Ortega mencionou que reduziu o custo de uma viagem que inicialmente era de cerca de R$ 80 mil, para R$ 30 mil.
— Não tenho tempo para verificar as contas do basquete. Gerencio quatro empresas, não é viável. Decidi confiar em quem está lá. Olhei o custo de uma viagem para São Paulo e vi R$ 84 mil. Pensei, “isso está errado”. Fiz as contas, e a alimentação estava indo para R$ 380 por dia. Nem eu gasto isso, e posso. Os jogadores precisam de comida simples, como arroz e feijão. O custo do quarto era em torno de mil reais. Avaliamos a situação e conseguimos reduzir para trinta e poucos mil.
O vice-presidente do Vasco contestou a magnitude da redução, mencionando uma diferença de apenas “cinco ou oito mil reais” e explicou que o setor de compras enviou um orçamento aos gestores da modalidade, que depois foi devolvido com uma proposta de valor levemente inferior.
— Os gestores do basquete comunicam ao setor de compras a necessidade da viagem. Este setor orça e devolve os valores. Em uma viagem específica, os gestores acharam que o valor da cotação poderia ser ajustado. Não houve essa diferença de R$ 80 mil para R$ 30 mil; isso não é verdade. Contudo, nessa viagem, conseguimos uma tarifa um pouco melhor, com uma diferença de cinco ou oito mil reais. O Vasco cumpriu o orçamento determinado e assim poderia proceder sempre. Se o basquete quisesse organizar e cotar 100% de suas viagens, poderia fazê-lo.
O futuro do basquete
Após ser eliminado pelo Minas nas quartas de final do NBB, o time do Vasco enfrenta desafios com a saída de patrocinadores. Jogadores chave da equipe, como o armador Eugeniusz e o ala Rafael Paulichi, deixaram o clube, e Marquinhos, outra peça importante, se aposentou. Brito Neto enfatiza que o clube está em busca de novos apoiadores para garantir a continuidade do projeto:
— O Vasco continua lutando junto aos seus gestores, Gegê (Chaia) e Cauê (Rocha), pela manutenção da modalidade. Estamos buscando novos patrocínios, realizando reuniões e envolvendo nossa diretoria de marketing e comercial, tentando contatos com o presidente Pedrinho. Estamos satisfeitos com os resultados do basquete e queremos prosseguir. A diretoria está caminhando junto aos gestores nesse propósito.
Fonte: O Globo