O Campeonato Brasileiro de 2026 está prestes a estabelecer um novo marco com o maior número de jogos em gramado sintético na Série A. Com a inclusão do Athletico e da Chapecoense, já são quatro os times que jogarão em estádios com grama artificial, somando-se ao Palmeiras e ao Botafogo.
Atlético-MG e Vasco ainda se encontram lutando contra o rebaixamento, mas suas chances de queda são pequenas. Caso ambos permaneçam na Série A, o número de clubes que atuarão em gramados sintéticos aumentaria para seis. O Vasco entra no grupo por conta do projeto de reforma e modernização de São Januário, que deve ser iniciado em 2026, fazendo com que jogue no Nilton Santos temporariamente, embora a data de início das obras ainda não tenha sido definida.
Se o Galo e o Vasco permanecerem na Série A e o clube carioca realizar todas as suas partidas no Estádio Nilton Santos em 2026, o total de jogos em gramados sintéticos pode chegar a 114, representando 30% do total. Mesmo se o Vasco realizar apenas 10 partidas no Botafogo, o total ainda seria de 105 jogos, cerca de 27,6%. Vale ressaltar que possíveis vendas de mando de campo podem afetar esses números, mas a alteração seria mínima.
Utilização do gramado sintético nas últimas três temporadas:
2023: total de 54 jogos no gramado sintético
Botafogo* – 18 jogos
Palmeiras** – 16
Athletico – 19
Vasco*** – 1
* O outro jogo como mandante foi em São Januário
** Fez três jogos como mandante na Arena Barueri, que não tinha sintético na época
*** Foi mandante no Nilton Santos em uma rodada
2024: 52 jogos no sintético
Botafogo* – 17
Palmeiras** – 15
Athletico – 19
Vasco*** – 1
* Fez 1 jogo como mandante no Mané Garrincha e 1 no Maracanã
** Fez 2 jogos como mandante na Arena Barueri (sem sintético) e 2 no Brinco de Ouro
*** Foi mandante no Nilton Santos em uma rodada
2025: 55* jogos no sintético
Botafogo – 19
Palmeiras** – 19
Atlético-MG*** – 16
Santos**** – 1
* Número de jogos no sintético se não houver mais mudanças na tabela
** Mandou jogos no Allianz e na Arena Barueri (já com gramado sintético)
*** Fez 3 jogos como mandante no Mineirão
**** Fez 1 jogo como mandante no Allianz
2026: possibilidade de 114 jogos no sintético
Histórico do gramado sintético na Série A
O Athletico foi o primeiro a adotar o gramado sintético na elite do futebol brasileiro, com a estreia na Arena da Baixada em fevereiro de 2016, em um confronto contra o Criciúma. Essa mudança possibilitou implementar um teto retrátil no estádio.
Quatro anos depois, o Palmeiras também adotou o piso artificial, escolhendo essa opção em sua parceria com a construtora WTorre para o Allianz Parque. O primeiro jogo em gramado sintético ocorreu em fevereiro de 2020, contra o Mirassol, durante o Paulistão.
Arena Barueri passou a ter gramado sintético em 2025 — Foto: Staff Images/ CBF
Desde janeiro de 2025, o Palmeiras também utiliza a Arena Barueri como opção para partidas em gramado sintético, após a empresa Crefipar, ligada à presidente Leila Pereira, ganhar a licitação para controlar o estádio por 35 anos. A nova grama foi estreada no jogo contra o Novorizontino pelo Paulistão, no início da temporada atual.
O Botafogo decidiu pela troca do piso logo após se tornar SAF, buscando uma melhor condição para manter o campo de jogo em sinergia com eventos musicais no local. O novo gramado foi inaugurado em abril de 2023, em um jogo contra o São Paulo pelo Brasileirão.
De forma similar, o Atlético-MG adotou o gramado sintético para melhorar a qualidade do campo depois de enfrentar dificuldades em um dos gols durante os jogos. O novo piso estreou em uma partida contra o Fluminense em maio de 2025.
A Chapecoense, por sua vez, recebeu a implementação do gramado sintético em sua Arena Condá, que é cedida ao clube pela Prefeitura de Chapecó. Essa mudança ocorreu após problemas de umidade em uma das áreas do campo, e a primeira partida no novo piso foi contra o Coritiba, em abril de 2025.
Reclamação de jogadores e polêmica entre clubes
Essa temática gera debates acalorados no cenário do futebol brasileiro. No início do ano, um grupo de jogadores, incluindo estrelas como Neymar, Thiago Silva e Gabigol, se uniu em um movimento pedindo a eliminação dos gramados sintéticos. Os atletas com atividades em clubes que utilizam esse tipo de piso podem atuar em até 63,1% de suas partidas nesse ambiente em 2026.
Recentemente, o Flamengo também se posicionou contra os gramados sintéticos, alegando que as diferenças nos custos de manutenção entre gramados naturais e artificiais geram desequilíbrios financeiros e afetam a saúde dos atletas.
Os clubes que possuem estádios com grama artificial contestam essas alegações, afirmando que não há comprovações científicas de que esses pisos aumentem o risco de lesões, uma defesa que o Palmeiras apresentou em nota. Com a tendência de aumento de jogos em gramados sintéticos, o debate deve continuar intensamente em 2026.
Fonte: ge
Gramado sintético da Arena Condá tem 60mm de altura, mais alta do que do Allianz Parque — Foto: ACF/Prefeitura






