NOTA OFICIAL – CASACA!
Uma reunião do Conselho Deliberativo do Club de Regatas Vasco da Gama, ocorrida em 11 de junho de 2025, na sede náutica da Lagoa, trouxe à tona preocupações sobre a falta de proteção do clube e a ausência de fiscalização pelos Conselhos.
Durante essa sessão, a diretoria apresentou uma proposta de estatuto (elaborado por seus próprios membros) para a Sociedade de Propósito Específico (SPE), entidade responsável por gerir patrimônio e decidir questões estratégicas que afetarão significativamente o Vasco. Essa decisão, sem um debate adequado e com desrespeito à participação dos órgãos do clube, evidencia um processo de esvaziamento democrático.
O CASACA! e diversos conselheiros sempre alertaram que esse não é um tema de mera administração, mas sim uma mudança estrutural que requer um debate minucioso e a participação ativa dos sócios, que são os verdadeiros proprietários da instituição.
É importante registrar que, na Assembleia Geral Extraordinária anterior, os sócios apenas autorizaram a criação da SPE, sem aprovar o conteúdo de seu estatuto. A gestão avançou na definição de cláusulas e regras de maneira unilateral, sem proporcionar a necessária oportunidade para debates aprofundados ou sugestões de emendas, além de não ter convocado qualquer comissão para elaborar o estatuto junto aos Conselhos.
É claro que o Conselho Deliberativo do Vasco, ao aprovar a criação da SPE, não estava abrindo mão de discutir os detalhes, formas de controle e fiscalização, uma vez que a empresa existe unicamente para beneficiar o patrimônio do próprio Vasco, sendo o clube seu único acionista. A criação da SPE, que não estava prevista no estatuto, certamente exigiria um debate rigoroso, seguindo trâmites semelhantes aos que ocorrem para mudanças estatutárias e a criação de novos códigos. O artigo 37 do Regimento Interno do Conselho Deliberativo deixa claro que este, como órgão supremo do Clube, deve resolver qualquer dúvida ou questão não prevista no estatuto ou no regimento.
No Conselho de Beneméritos, já haviam sido levantadas questões importantes que necessitam de reflexão, como a elaboração de um Regimento Interno para a SPE, um documento que seria essencial entre as competências dos Conselhos. Também se discutiu a necessidade do Estatuto da SPE vincular-se não apenas a legislações específicas, mas também aos órgãos colegiados do clube, como órgãos de controle, e a falta de um debate prévio que permitisse uma análise mais ampla e segura do assunto.
Durante a reunião do Conselho Deliberativo em 11/06, devido à gravidade das lacunas e às dúvidas apresentadas, foram propostas quatro deliberações:
1- Aprovação direta (SIM) do Estatuto da SPE, como queria a gestão;
2- Rejeição total (NÃO) do Estatuto da SPE;
3- Aprovação, condicionada à elaboração posterior de um Regimento Interno, conforme proposta do Grande Benemérito Alexandre Bittencourt, que incorporasse as demandas levantadas pelos Conselhos;
4- Remarcação da votação para 17 de junho de 2025, como sugerido pelo Benemérito Sérgio Frias, permitindo um debate plural e o amadurecimento da matéria.
Mesmo com propostas sensatas que buscavam proteger o Clube e respeitar seu processo institucional, a gestão decidiu seguir em frente com sua proposta, ignorando as preocupações levantadas.
Os votos no Conselho Deliberativo foram distribuídos da seguinte forma:
– Abstenções: 0 (zero);
– Favoráveis à aprovação direta do Estatuto da SPE: 14 votos no plenário presencial e 72 votos no plenário virtual, totalizando 86 votos;
– Favoráveis à rejeição total: 5 votos no plenário presencial e 0 no virtual, totalizando 5 votos;
– Favoráveis à proposta de Alexandre Bittencourt (aprovação com Regimento Interno criado com participação dos Conselhos): 1 voto presencial e 6 votos virtuais, totalizando 7 votos;
– Favoráveis à proposta de Sérgio Frias (adiamento da votação para 17/06 para permitir emendas e debates): 9 votos presenciais e 12 votos virtuais, totalizando 21 votos.
Após a aprovação direta, a quarta proposta recebeu a maior parte dos votos, demonstrando que muitos conselheiros reconheciam a complexidade da questão e apoiavam um debate mais profundo, preocupando-se com o bem-estar do Vasco.
O Casaca! continua firme na defesa do Club de Regatas Vasco da Gama. A diretoria é passageira, mas a história de luta, resiliência e proteção institucional do clube é eterna.
Casaca!
Fonte: X Casaca