Em julho de 1998, durante o programa Jô Soares Onze e Meia do SBT, o ex-goleiro Moacir Barbosa reviveu a angústia que o acompanhou por quase cinquenta anos: o famoso gol de Ghiggia na final da Copa de 1950. Com serenidade e clareza aos 77 anos, ele compartilhou suas memórias sem ressentimento, mas com a tristeza que reflete um erro que o Brasil nunca perdoou.
Barbosa contou que esperava um cruzamento no lance crucial, uma jogada que o Uruguai costumava executar. Com um tom nostálgico, ele afirmou que “errando, Ghiggia acertou”, mencionando que conseguiu tocar na bola, mas que a distância não permitiu uma defesa efetiva. “Se tivesse um buraco ali pra gente entrar e sumir do mapa, a gente entrava”, desabafou, em um dos momentos mais impactantes da entrevista.
Com um toque de humor, ele relembrou a confusão política e as promessas que antecederam a final no Maracanã. “Prometeram mundos e fundos, e sobraram só os fundos e os mundos”, brincou, provocando risos na plateia.
Barbosa também refletiu sobre a emoção de jogar para 224 mil pessoas e o clima de “já ganhou” que dominava o país na época. Ele comentou a ironia de que, durante o hino nacional, a bandeira brasileira estava hasteada de cabeça para baixo, o que fez parecer que “já estavam adivinhando algo ruim”.
Apesar de não guardar mágoas, Barbosa reconheceu que sua vida não foi tão tranquila como ele merecia. “Não tenho aquilo que poderia ter, o que têm Ronaldinho ou Romário”, explicou, revelando que sua subsistência se baseava em palestras em universidades e eventos esportivos.
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Fonte: UOL