Confira a situação atual da reforma de São Januário, com início programado para 2026.

As últimas semanas foram marcadas por intensas reuniões no Vasco, onde são discutidos aspectos fundamentais da reforma de São Januário. O clube agora vê como muito improvável o início das obras no primeiro semestre de 2026 e está realizando ajustes significativos no projeto. Entre os tópicos centrais em debate, destacam-se a capacidade do público e o custo total da obra.

Anteriormente, havia a esperança de que as obras começassem em 2026, mas a situação mudou. O Vasco está conduzindo estudos complementares e percebe que as etapas burocráticas, como os processos de transferência e licenciamento, são obstáculos para definir uma data com precisão neste momento.

O plano inicial previa a ampliação da capacidade do estádio para cerca de 47 mil espectadores. No entanto, após análises econômicas, a estimativa agora oscila entre 43 mil e 57 mil lugares. Análises mais recentes indicam que a capacidade ideal deve ser em torno de 45 mil torcedores.

Atualmente, o Vasco trabalha com um orçamento de R$ 800 milhões para garantir a viabilidade das obras. Este valor ainda não é definitivo, mas representa uma nova previsão, pois inicialmente o custo estimado era de R$ 500 milhões. A informação sobre essa nova estimativa foi divulgada primeiramente pelo canal “Atenção, Vascaínos”. O aumento nos custos é atribuído à correção dos preços na construção civil, visto que o projeto foi concebido há bastante tempo.

Projeto de reforma de São Januário, estádio do Vasco — Foto: Projeto: Sergio Moreira Dias, Felipe Nicolau, Willian Freixo, Clarissa Pereira e Ana Carolina DiasProjeto de reforma de São Januário, estádio do Vasco — Foto: Projeto: Sergio Moreira Dias, Felipe Nicolau, Willian Freixo, Clarissa Pereira e Ana Carolina Dias

Como juntar R$ 800 milhões?

Essa questão é relevante, especialmente com o Vasco negociando a venda do potencial construtivo de São Januário por mais de R$ 500 milhões. A principal fonte de receita identificada para ajudar a completar o orçamento é a venda dos naming rights do estádio, embora outras opções de captação de recursos também estejam em consideração.

O prazo para a SOD Capital, empresa interessada na compra do potencial construtivo, exercer a opção está se aproximando do fim. Em setembro, o Vasco estendeu o período até 12 de dezembro.

No início de outubro, o Vasco e a Prefeitura do Rio assinaram o termo definitivo de transferência do potencial construtivo, garantindo assim ao clube a autorização formal para comercializar essa área.

Outros pontos

O Conselho Consultivo encarregado da reforma se reuniu na última terça-feira, na Sede Náutica da Lagoa, focando principalmente nas intervenções planejadas para o entorno do novo São Januário.

Os membros do Conselho consideram viável estender a linha do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) até o estádio, o que facilitaria a chegada e saída dos torcedores. A Prefeitura já tem planos para levar o VLT até São Cristóvão, com uma estação localizada a cerca de um quilômetro do estádio. O Conselho — com a participação do secretário municipal de Esportes, Guilherme Schleder — propõe que essa estação seja situada a aproximadamente 400 metros de São Januário.

– Demos início às discussões sobre intervenções, como a duplicação da Avenida Roberto Dinamite e, principalmente, o projeto do VLT. Existe uma perspectiva de que o VLT alcance os arredores de São Januário, entre 900 metros e 1 quilômetro. A Prefeitura mostrou interesse em avaliar a viabilidade de trazer a estação para mais perto do estádio – explicou Renato Brito, 2º vice-presidente do Vasco.

– O Vasco se colocou à disposição para destinar parte dos 6% da verba do potencial construtivo para essa intervenção. Essa foi uma conversa inicial, mas, se o Vasco e a Prefeitura conseguirem unir esforços, uma estação mais próxima será crucial para o fluxo de pessoas no novo estádio – complementou o dirigente.

Projeto de extensão da linha do VLT até São Januário — Foto: geProjeto de extensão da linha do VLT até São Januário — Foto: ge

A proposta de estender o VLT já havia sido mencionada anteriormente pelo vereador Pedro Duarte, que representa a Câmara no Conselho Consultivo. Uma nova reunião está prevista para as próximas semanas, com a presença do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Osmar Lima.

Durante a última reunião, também foi discutida a relevância de implementar um programa de habitação para a Barreira do Vasco, seguindo modelos semelhantes ao projeto em andamento na Comunidade do Aço, em Santa Cruz. No entanto, isso ainda é apenas uma ideia inicial.

Fonte: ge