Diante do Galo, o Vasco deixou de lado o esquema com dois jogadores abertos e entrou em campo com apenas dois atacantes (Vegetti e Alex Teixeira).
– Cada partida é única e quero destacar a atitude dos jogadores, independentemente da estratégia montada. Isso fez a diferença. Eles são os reais protagonistas do jogo. Os atletas têm estilos diferentes, e o Jair conseguiu controlar bem a partida, gerando uma superioridade numérica. O Atlético-MG é uma equipe que gosta de ter a bola, muito perigosa. Acredito que o Atlético-MG causa muito mais dano com a bola do que sem ela, então tentamos dominar o meio-campo e fortalecer o jogo coletivo – explicou ele.
– Perdemos um pouco de profundidade, pois o Alex (Teixeira) é um jogador que se movimenta bem, explora o espaço, mas não tanto quanto um ponta. No entanto, a estratégia funcionou e todos estão de parabéns pela entrega em campo – completou.
Felipe, Vasco x Atlético-MG — Foto: André Durão / ge
Felipe continuou detalhando a tática utilizada na partida:
– Buscamos fortalecer o meio-campo, garantindo uma superioridade numérica e uma peça a mais para apoiar o Vegetti. Isso facilitou nossa ação. Jogar com um extremo proporciona velocidade, mas reduce a presença no meio. Felizmente conseguimos equilibrar isso. Com o Jair, ganhamos um jogador extra no meio, que ajudou na marcação e na construção das jogadas. Coutinho e Alex se conectaram muito bem, oferecendo suporte ao Vegetti, e ampliamos o jogo com os laterais, Piton e PH – afirmou o técnico interino.
– Criar essa superioridade no meio era nosso plano. O time do Atlético é muito técnico e possui atletas de qualidade. Se permitirmos que eles dominem o jogo, se tornam ainda mais perigosos. Tentamos controlar a posse e tirar a bola do adversário – concluiu.
Coutinho foi a estrela da vitória do Vasco nesta quarta, anotando um gol e fornecendo uma assistência para o gol de Vegetti. Felipe mencionou que deu orientações ao craque e pediu que ele se cobrasse menos.
– Coutinho é um talento nato. Ele se esforça muito e se dedica. Ele passou por algumas lesões e isso é normal. A oscilação ocorre porque ele não fez pré-temporada. Ano que vem, com uma boa pré-temporada, ele vai ajudar ainda mais. Conversamos e ele teve um desconforto: “Relaxa, você está se exigindo demais. Queremos que você contribua, mas acredito que seu ano será muito mais produtivo no próximo, quando estiver em melhor forma e fizer pré-temporada”. Se ele estiver feliz, certamente ajudará bastante – disse.
“Ele tem um laço emocional forte com o clube. Precisa do carinho da torcida. Quando se sente importante, ele se transforma no Coutinho que todos conhecem. É claro que não é o Coutinho de 18 ou 19 anos, mas é um jogador capaz de fazer a diferença”, completou.
Coutinho fez o segundo gol do Vasco na vitória sobre o Atlético-MG — Foto: André Durão
O Vasco fecha sua participação no Brasileirão 2024 neste domingo, quando enfrentará o Cuiabá às 16h (de Brasília), na Arena Pantanal.
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Desempenho de Alex Teixeira
– Quando eu o estava observando em outra função, já percebia seu empenho nos treinos e a busca por uma oportunidade. Ele fez por merecer. O jogador precisa querer. Entendo isso por já ter estado em campo. Às vezes, um atleta que não está jogando se acomoda um pouco. Devemos sempre buscar sair da zona de conforto. O Alex é um exemplo. Ele se dedica e tem se esforçado. Ele teve uma oportunidade breve antes, mas contra o Atlético-GO, entrou no intervalo e mostrou seu valor, mereceu ser titular. O jogador tem duas opções: se acomodar e dar razão a quem não o escala, ou se empenhar e conquistar uma chance. O Alex treinou muito bem e se destacou no jogo. Ele e Coutinho se entendem muito bem, o que facilita o jogo. É o jogador que se posiciona, eu apenas coloco quem está mais preparado.
Poucos jogadores no meio
– O Atlético é uma equipe ameaçadora, com uma estratégia bem definida e que gosta da posse de bola. Tentamos criar uma superioridade no meio para manter mais a bola e neutralizar o Atlético. Graças a Deus, tudo deu certo. O Jair desempenhou um bom papel, com sua experiência e habilidade, conseguindo controlar as ações. Ele ajudou na defesa e ainda teve um jogador a mais no meio. A estratégia funcionou, e todos estão de parabéns.
Léo Pelé
– Sempre considerei o Léo um grande jogador. Ele começou comigo no Fluminense em 2013, atuando como lateral esquerdo. Ele é um atleta excepcional. Oscilou em alguns momentos, o que é normal. Encontrar um zagueiro canhoto com sua qualidade é raro. Em algumas partidas, ele foi bem, mas em outras, acabou sendo culpado pela derrota. Isso não é justo. Espero que ele siga no Vasco, pois encontrar um zagueiro da sua qualidade é complicado. Ele merece aplausos não apenas pelo jogo de hoje, mas por todo o ano que teve. Ele pode nos ajudar muito e espero que continue.
Ajustes na organização da equipe
– Tivemos pouco tempo para treinar, mas após o jogo contra o Atlético-GO, mostramos um vídeo com correções defensivas. Precisamos ajustar para que o time jogue mais compacto, evitando espaços. É claro que o Jair, por sua experiência, é uma grande ajuda sendo um jogador a mais. Trabalhamos para manter nossas linhas próximas, sem permitir flutuações. No jogo anterior, fomos muito espaçados, permitindo ao adversário explorar espaços. A atitude dos jogadores foi essencial, independentemente das estratégias apresentadas, e o apoio da torcida foi fundamental. Eles são o diferencial.
Desempenho de Paulo Henrique
– O Paulo Henrique é um lateral forte, não de drible. Portanto, temos que trabalhar para fazer sua carreira evoluir. Ele enfrenta dificuldades quando o adversário faz pressão. A característica do atleta é usar sua força e velocidade. Estamos focados em melhorar sua recepção de bola no espaço, pois é um jogador potente.
Conversa no intervalo e ajustes
– Não falei muito sobre isso, pois a equipe estava jogando bem, apenas não marcou. Precisamos de intensidade, marcação e posse de bola. Fizemos pequenos ajustes de posicionamento no intervalo, principalmente no Jair no meio e no Alex Teixeira explorando melhor os espaços. Encontrar o momento certo é crucial, especialmente quando estávamos pressionando o Atlético em seu campo. No segundo tempo, após o gol, encontramos mais espaços, o que é natural. O Atlético teve que se abrir mais. Todos merecem aplausos pelo que apresentaram durante o jogo.
Jair e Paulinho
– Durante meu tempo como jogador, vi o Pedrinho passar por três cirurgias e todo o sacrifício desses atletas por estarem fora e desejarem voltar. O processo de fisioterapia é desgastante e exige perseverança. Eles são sempre os primeiros a chegar e os últimos a sair. São atletas muito importantes. O Vasco sentiu muito a falta desses jogadores durante grande parte do ano; são fundamentais. Com qualidade e identificação com a torcida, especialmente o Paulinho, eles merecem essa oportunidade. O Jair estava um pouco mais à frente. Como já fui atleta, sei como é. Conversei com o Paulinho: “Se tudo correr bem, você vai entrar contra o Atlético-GO para aproveitar o momento”. Dez meses sem jogar é muito difícil, sendo um período longo de fisioterapia e preparação física, e a confiança nem sempre está 100%. Felizmente, no dia de hoje, tudo deu certo, e ele me agradeceu. Falei: “Desfruta, ganhe confiança e apoie seus companheiros. Meu papel é facilitar sua trajetória nesse momento especial”.
Ausência de Emerson, Jean David e Victor Luis: Indica saída?
– São questões diferentes. No jogo anterior, foram opções técnicas que tomei (Rojas, Rossi e Galdames). Para esta partida, informamos aos atletas que não farão parte do planejamento para 2025. A decisão sobre o Emerson foi técnica. Sobre os jogadores ausentes, eram opções que não estão sendo consideradas, em contexto às minhas decisões táticas. Como estamos perto de dezembro, preferimos comunicar aos atletas para que possam se preparar para o próximo passo em suas carreiras.
Vasco quebra tabus contra o Atlético-MG. Qual a importância disso?
– O principal fator, como já disse, foi a atitude dos jogadores. A atmosfera ajudou muito. A torcida viu que, desde o primeiro até o último minuto, a determinação e a busca pela vitória foram evidentes. Algumas questões táticas ajudaram. Alex Teixeira mais próximo do Vegetti evitou que ele ficasse isolado, principalmente nas jogadas aéreas, onde o Vegetti se destaca. A soma de todos os fatores—atmosfera, atitude dos jogadores e apoio da torcida, juntamente com o cumprimento das funções—resultou em uma bela exibição da equipe.
Fonte: ge
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