O Vasco viu sua sequência promissora de quatro vitórias consecutivas no Brasileirão ser interrompida neste domingo, após uma derrota por 2 a 0 para o São Paulo, em São Januário. O treinador Fernando Diniz avaliou o desempenho da equipe, que entrou em campo com cinco atacantes na tentativa de buscar o empate:
— O Vasco ficou um pouco vulnerável, mas não foi um jogo totalmente negativo. No primeiro tempo, jogamos de forma dominante, até mais do que contra o Cruzeiro ou o Bahia. O que nos faltou foi a finalização. A falta de concentração levou a um escanteio, e depois cometemos um pênalti. Se não fosse isso, o primeiro tempo teria terminado 0 a 0. No segundo tempo, mantivemos a dominância, mas não conseguimos fazer o gol. Faltou inspiração, estivemos bem na marcação e na construção. As substituições foram feitas com a intenção de trazer mais inspiração e controle, mas acabamos perdendo a organização e permitindo alguns contra-ataques. Sabíamos que seria um risco, mas era necessário para buscar empatá-lo.
O São Paulo abriu o placar nos acréscimos do primeiro tempo, após Lucas converter um pênalti. Na etapa complementar, o Vasco, mesmo com cinco atacantes, não conseguiu evitar que Luiz Gustavo marcasse de cabeça aos 41 minutos, ampliando a vantagem do adversário.
— Vocês estão fazendo esse tipo de pergunta? Já fui questionado várias vezes sobre o tempo que demoro para fazer substituições. No primeiro tempo, tivemos equilíbrio, e faltava apenas um jogador para ajudar na finalização. Matheus (França) seria essa opção, mas ele não teve um bom desempenho hoje, embora tenha jogado bem em outros jogos. A gente vinha jogando bem, só precisamos de um pouco mais de precisão. Vegetti é um finalizador e Matheus é um meia-atacante com habilidade para jogar como volante. Ele estava comigo nessa função e fez boas partidas. No entanto, fomos perdendo organização defensiva e ficando vulneráveis ao ataque adversário.
Com a derrota, o Vasco caiu para o nono lugar na tabela, agora com 42 pontos, sendo superado pelo São Paulo. O próximo desafio da equipe de Diniz será contra o Botafogo, na quarta-feira, no Nilton Santos, às 19h30.
Fernando Diniz durante a partida do Vasco contra o São Paulo — Foto: André Durão
Outras declarações de Diniz:
Lição
— A lição principal que tiramos é que temos que continuar a trabalhar duro. Estávamos em uma posição difícil, mas precisamos olhar para frente e focar na nossa meta de subir na tabela e alcançar a Libertadores. Em um jogo como hoje, é surpreendente que, apesar de dominarmos no primeiro tempo, o resultado tenha sido 1 a 0. Isso se torna difícil de explicar, pois tivemos mais posse de bola e anulamos bem o jogo do São Paulo.
— Um detalhe foi que, em um lateral simples, concedemos um escanteio. Minha maior preocupação era evitar lances de bola parada, e acabamos mal posicionados após o escanteio, o que resultou em um gol crucial contra nós. No segundo tempo, começamos bem, mas com a entrada de Matheus, perdemos um pouco do nosso ímpeto. Começamos a perder a organização e, com isso, perdemos a capacidade de pressionar.
Sobre Barros e lesões
— Barros teve um entorse no primeiro tempo e foi substituído. Minha dúvida era entre retirá-lo ou o Tchê Tchê. O Tchê Tchê poderia dar mais tranquilidade, e eu temia que Barros não conseguisse completar o jogo. O Nuno Moreira estava indo bem e até poderia atuar como volante, mas precisávamos de alguém que finalizasse, por isso optamos por Vegetti e Matheus, que estavam treinando bem.
Ancelotti em São Januário
— Não acho que a convocação de Paulo Henrique e Rayan depende somente do jogo de hoje. Rayan merece ser convocado pelo que mostrou até agora, e Paulo Henrique também tem qualidade. Coutinho fez um jogo sólido. O que faltou para nós foi a inspiração para concretizar as chances, que não conseguimos. O Rayan teve oportunidades claras que não aproveitaram.
A defesa e os chutes do São Paulo
— Na verdade, estávamos preparados para marcar alto, e o São Paulo optou por chutar longas bolas. No total, eles chutaram cerca de 30 vezes… Nós controlamos 27 a 28 dessas situações. O que precisávamos era manter a calma e não deixá-los ter a chance de criar jogadas.
Sobre o futuro e objetivos
— O momento do Botafogo não é bom, mas eles são uma equipe complicada. As condições de jogo no Engenhão são desafiadoras. Temos nosso foco, que é a classificação direta para a Libertadores, mas a derrota tornou isso mais complicado. O importante é lutarmos até alcançar o nosso objetivo, que é vencer os jogos. Nos faltou inspiração hoje.
Possibilidade de mudança na estratégia
— Acredito que tentamos várias abordagens no jogo. Se eu tivesse que fazer um reparo, talvez precisássemos ter circulado a bola mais rapidamente, para preencher a área com mais eficiência e evitar transições do adversário.
Rayan e Vegetti
— É uma possibilidade, mas o Rayan também pode desequilibrar jogando como centroavante. Ele tem liberdade para flutuar, e a mudança depende mais de sua adaptação. A volta do Vegetti é uma das opções que consideramos.
Desempenho da equipe
— O fato de a equipe ser aplaudida após a derrota é significativo. Isso mostra a conexão que estamos criando com a torcida e que eles reconhecem o esforço do time. Precisamos nos recuperar rapidamente para enfrentar o Botafogo na quarta. O tempo de descanso é curto, mas podemos fazer um bom jogo.
Decisões e escalações
— Há muitas considerações a serem feitas nas escolhas de escalação. Victor é um jogador que tem respondido bem em diferentes situações e tem características defensivas. Já Leandrinho está em processo de retorno e precisa de mais tempo para se adaptar novamente.
Estratégia contra o sistema defensivo do São Paulo
— Rayan não teve dificuldades em enfrentar três zagueiros. O nosso plano de pressionar alto funcionou bem, pois criamos oportunidades. O que precisamos é que essas finalizações sejam convertidas. A desconexão na organização defensiva facilitou o primeiro gol do adversário, e isso teve um grande impacto no resultado.
Fonte: ge







