Sete dias após a eliminação nas semifinais do Campeonato Carioca, Emiliano Díaz concedeu uma entrevista coletiva nesta segunda-feira, dia em que parte do treinamento no CT Moacyr Barbosa foi aberto para a imprensa. Ele admitiu que a derrota para o Nova Iguaçu ainda está presente, reconhecendo os equívocos da equipe técnica, porém assegurou que o Vasco não enfrentará os mesmos problemas do ano anterior.
“As indagações frequentes sobre o que ocorreu no ano passado em comparação a este ano são recorrentes. Este é um novo momento para o Vasco, é outra realidade”, afirmou.
– Não podemos ficar presos ao passado, aquela fase acabou. Temos uma nova equipe, uma nova estrutura, o Vasco está em evolução. O que aconteceu anteriormente não determina os eventos atuais, não é dessa forma. Estamos cansados disso. Quando jogamos na Copa do Brasil, também ouvimos que repetiríamos os erros do ano anterior. Mas não foi o caso. Portanto, precisamos deixar esse assunto um pouco de lado – frisou o auxiliar, filho de Ramón Díaz.
– Temos questões a serem aprimoradas, estamos progredindo gradualmente. Acredito que (o período sem jogos) é proveitoso para a parte física e para ajustar detalhes que desejamos. Esperamos começar bem no Brasileirão, estamos muito confiantes. Porém, o que está por vir não nos assusta, pois cometeremos erros novamente, é normal falhar. Não justifica o que ocorreu outro dia. Como equipe técnica, consideramos aquela derrota para o Nova Iguaçu como um dos nossos piores momentos, estamos amargurados com isso. E precisamos assumir nossa responsabilidade quando erramos. É assim que funciona – concluiu.
Em outra resposta, Emiliano prosseguiu sobre o mesmo tema:
– Nunca prometemos um título. Garantimos que iríamos lutar até o fim. O que ocorreu recentemente não é comum, mas vamos batalhar enquanto houver chances. É importante que tanto a comissão técnica, o Lúcio e, sobretudo, os jogadores estejam comprometidos com o Vasco. Assim como no ano anterior, quando fizemos história. Sair de uma situação com nove pontos até aqui era muito difícil, e eles conseguiram. Vamos nos dedicar ao máximo até o último instante. Foi isso que nos manteve no Vasco, então a torcida deve acreditar até o fim. Esta é a mensagem – enfatizou.
O tema que dominou as manchetes do Vasco na semana passada foi a demissão de Alexandre Mattos. Segundo apuração do ge nos bastidores, a relação do ex-diretor com a comissão técnica não era das melhores. Questionado sobre o assunto, Emiliano preferiu não comentar.
– O que ocorreu com Alexandre… Tudo que precisava ser dito foi discutido internamente, não farei nenhuma observação sobre o assunto. Mas internamente, seguiremos trabalhando, precisamos avançar. O Vasco está acima de todos, acima de Ramón, do diretor… Temos o compromisso de trabalhar para colocar o Vasco no patamar que merece – assegurou.
Leia mais sobre a entrevista de Emiliano:
Desempenho e função tática de Payet
– Todos aqui conhecem a qualidade de Dimi, ele é diferenciado. No ano passado foi desafiador para ele, vindo de um longo período sem jogar e precisando se adaptar ao futebol brasileiro. Atualmente, temos um dos melhores camisas 10 do país e estamos muito satisfeitos com isso. Ele precisa continuar se aprimorando, a competição interna é acirrada. Mas estamos extremamente satisfeitos com ele.
– É importante analisar estatisticamente quantas vezes Dimi toca na bola por dentro e quantas vezes o faz por fora. Na fase defensiva, ele precisa ocupar determinadas posições taticamente, porém tem total liberdade para atuar onde desejar do meio-campo para frente. As estatísticas indicam que ele foi um dos maiores assistentes e sempre atuando em diferentes setores, seja pelo lado direito, esquerdo ou central. Nunca limitamos Dimi a uma área específica. Quando está com a bola, ele tem liberdade total para atuar onde preferir.
E as contratações?
– A janela de transferências se fechou, mas temos boas possibilidades. Já estamos colaborando com Lúcio, com a equipe de observadores, temos opções necessárias e estamos confiantes de que serão concretizadas. Conhecendo a realidade do futebol brasileiro, ciente das dificuldades que enfrentaremos. Esta é a liga com mais jogos do mundo, então é natural que haja desafios. Estamos preparando todos, pois, como ocorreu no ano anterior, todos terão oportunidades. Estamos confiantes de que os reforços chegarão. Este é um novo Vasco, posso garantir que é outro Vasco. Quando chegamos, enfrentamos obstáculos, mas hoje, apesar da necessidade de algumas peças, temos a convicção de que será um grande ano. Ramón declarou isso hoje, e eu reforço: somos os únicos responsáveis pela derrota (contra o Nova Iguaçu), Ramón e eu. Não é que a equipe esteja mal, não. Nós cometemos equívocos. E quando os grandes cometem erros, a repercussão é maior. Ramón é um grande, nós erramos, mas devemos assumir nossa responsabilidade e seguir trabalhando.
– Temos uma excelente relação com Lúcio, ele tem profundo carinho pelo Vasco. Mantemos contato direto com ele e com a equipe de observadores. Queremos o melhor para o Vasco, temos uma comunicação direta com Lúcio e estamos confiantes, como mencionei anteriormente.
Manifestações da torcida
– É normal a torcida se sentir mal, não deveríamos ter cometido aqueles erros, a culpa foi nossa. Contudo, o grupo está coeso. Após o que passamos no ano passado, enfrentamos verdadeiras adversidades. Vencíamos, vencíamos e não deslanchávamos. Parecia que não poderíamos perder, era proibido empatar. Estamos habituados a essa pressão. De uma semana para outra, a equipe oscila, e o mesmo ocorre com o time, que está preparado para isso. A união que presenciamos aqui é uma das coisas mais belas que já vivenciamos nessa profissão. Superamos tantos desafios que afetaram não apenas nós, mas também nossas famílias. O grupo está muito unido. Que cometamos erros, que a torcida fique descontente, mas continuaremos trabalhando juntos e unidos. Se surgirem problemas, resolvemos internamente. Como em qualquer família, somos 30 aqui. Com a equipe técnica, somos cerca de 60, então é algo natural. Porém, tudo se resolve internamente, o Vasco é uma grande família. Se sofremos, sofremos juntos. Se comemoramos, comemoramos juntos. É assim.
Fonte: ge