Nesta segunda-feira, Alexandre Mattos participou do programa “Boleiragem” e concedeu sua primeira entrevista desde que foi desligado do cargo de diretor executivo do Vasco. Ele explicou o motivo de sua saída e apontou uma “falha de comunicação” no início de sua jornada no clube.
Segundo Mattos, sua integração ao clube foi intensa e não houve tempo suficiente para compreender os processos internos antes de começar efetivamente a trabalhar.
– O erro que cometi foi a comunicação inadequada prévia à assinatura do contrato, tudo aconteceu de forma acelerada. Se tivesse sido esclarecido anteriormente, talvez aceitasse a situação, mas as coisas ocorreram dessa forma. Fui obrigado a ter compreensão mesmo durante o jogo. Havia muita pressão, expectativas elevadas, muita pressão externa, com Ramón [Menezes] no comando e desejando vitórias imediatas, e eu ali no meio. Com o tempo, isso causou um desgaste – explicou o ex-diretor.
– Tenho minha própria análise, 20 anos atuando em clubes, com um histórico de profissionalismo, sempre estabelecendo uma longa permanência em cada equipe, conquistando títulos e deixando legados. O que foi diferente dessa vez? Foi a forma como minha chegada foi comunicada. Houve falhas nessa comunicação. Quais eram as expectativas em relação a mim, como seria a rotina, a quem eu deveria me reportar, quem de fato era a pessoa responsável pelo departamento de futebol? Tudo ficou confuso – apontou.
– Reconheço que sou o principal responsável por essa situação. Isso gerou diversos desgastes, sempre pairava uma dúvida no ar, o que culminou na perda de confiança por parte deles, levando ao meu desligamento. Respeito essa decisão, faz parte do universo do futebol, sem ressentimentos. O Vasco SAF tem apenas um ano e meio e já passou por muitas mudanças. O clube está diferente, com potencial para obter sucesso, desde que compreenda que as coisas demandam tempo para se concretizarem a médio e longo prazo. Essa divergência de expectativas também levou a uma frustração rápida – finalizou.
Em um momento da entrevista, Mattos foi questionado sobre a dinâmica dos processos internos e a extensão de sua autonomia na gestão do futebol do Vasco.
– Isso varia conforme o assunto – respondeu.
– Cada situação demanda um nível distinto de autonomia. Em certos momentos, precisava lidar com questões relacionadas a atletas, como renovações, punições, premiações, algo que demorei a compreender. Isso é absolutamente normal. O que era claro para mim, nem sempre era para os demais – completou.
Fonte: ge
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