Detalhes sobre o plano de renovação de São Januário são revelados por arquiteto: ajustes no formato, acústica e financiamento

O arquiteto responsável pelo projeto de modernização do estádio São Januário, aprovado na última quarta-feira pelo prefeito Eduardo Paes, Sérgio Moreira Dias, destacou sua longa relação com o Vasco, clube do qual é sócio há sete décadas. Antes de liderar o projeto de reforma do sonho cruz-maltino, Sérgio atuou em importantes obras na cidade, como o Parque Maria Clara Machado, o Rio Orla e o Porto Maravilha. Segundo ele, a reformulação valorizará a paixão dos torcedores da Colina Histórica.

Uma das mudanças mais significativas da proposta é a alteração do formato de “ferradura”, presente desde a inauguração, para um design retangular, com quatro arquibancadas. Essa decisão visa aproximar ainda mais a torcida do campo, seguindo uma abordagem mais moderna e focada na experiência do torcedor durante as partidas.

— É fundamental priorizar o público nos estádios. Em nosso novo projeto, buscamos integrar a arquitetura à paixão e energia dos torcedores, que são peças-chave no espetáculo esportivo — destacou Sérgio, elogiando a torcida vascaína e a equipe envolvida no projeto.

A acústica também recebeu atenção especial no projeto. Com a eliminação da curva na arquibancada, que se transformará no setor norte, os torcedores terão uma proximidade ainda maior do campo, ficando a apenas 10 metros. Essa mudança é um equilíbrio entre capacidade e qualidade do espetáculo, visando intensificar a atmosfera das partidas.

— O novo design do estádio visa potencializar a vibração da torcida e oferecer uma experiência ainda mais emocionante durante os jogos — explicou Sérgio.

O projeto teve início em 2020, sob a gestão de Alexandre Campello, em parceria com a construtora WTorre. Agora, sob nova administração, os custos da obra serão viabilizados pela lei complementar nº 142/2023, que autoriza a transferência de potencial construtivo em São Januário. O objetivo é levantar recursos por meio desse mecanismo para financiar as obras, estimadas em R$ 506 milhões.

Além das melhorias no estádio, a legislação estabelece investimentos em melhorias urbanísticas na região, como forma de beneficiar não apenas o Vasco, mas também as comunidades do entorno. A importância de São Januário para a região é reconhecida pelo presidente da Câmara, Carlo Caiado.

Estruturas e estátuas

O plano inclui a reconstrução das arquibancadas, mantendo apenas a fachada original no setor social. A capacidade do estádio será ampliada para cerca de 47 mil espectadores, com setores diferenciados e novas estruturas, como torres com salão de eventos, restaurantes e camarotes. Além disso, o complexo contará com espaços de lazer e treinamento esportivo.

A obra, que terá duração mínima de dois anos e meio, envolverá também a realocação das estátuas de Roberto Dinamite e, possivelmente, de Romário, seguindo discussões com as respectivas famílias.

O projeto agora passa por etapas de negociação e licenciamento, com previsão de início das obras entre dezembro e janeiro. Os adeptos do antigo estádio têm até o final do Brasileirão para se despedir do local, que completará 100 anos em abril de 2027.

Fonte: O Globo


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