Fernando Diniz demonstrou sua insatisfação com a arbitragem de Flávio Rodrigues de Souza, que expulsou Léo Jardim ao final do segundo tempo durante o empate em 1 a 1 contra o Internacional, realizado neste domingo no Beira-Rio. O técnico do Vasco questionou a competência do árbitro para decidir sobre a saúde do goleiro, afirmando que ele não é médico para saber se Léo estava com dor.
— Sobre a expulsão, o que aconteceu cria uma nova jurisprudência no futebol. Inaceitável o que Flávio fez hoje. Isso será amplamente discutido após o jogo. Foi uma partida boa, mas não me lembro de uma expulsão semelhante na minha carreira como jogador ou técnico. Ele não é médico; o Léo Jardim comentou que estava sentindo dor. Se ele se machucou, isso não é problema do Flávio. Além disso, parece que há falta de critério, dado que no primeiro tempo existe uma imagem do massagista do Internacional pedindo que Rochet caísse, pois estávamos dominando o jogo. O Roger fez algumas substituições, mas o critério foi inconsistente. Quero ver quantos goleiros serão expulsos dessa forma.
— Léo me disse que ele ouviu o árbitro falar: “Levante-se, senão vou te expulsar”. É esse o único critério? Buscamos uma relação amigável com a arbitragem. Porém, contra o Grêmio tivemos um lance crucial onde o árbitro interrompeu um ataque do David, e deixamos escapar dois pontos. Hoje, a influência do árbitro foi ainda mais negativa. Não faz sentido em nenhum aspecto. Ele disse que Léo estava com dor na perna e o expulsou. Ou isso não ocorrerá mais ou se tornará uma constante. Não queremos benefícios, apenas critérios.
Fernando Diniz em Internacional x Vasco — Foto: Reuters
Quando questionado se Léo Jardim corria risco de expulsão, Diniz foi claro em sua resposta.
— De forma alguma! Quantas vezes você já viu um árbitro fazer isso? Se fosse algo recorrente, ele precisaria levantar com ou sem dor. Acredito que agora, com certeza, muitos goleiros poderão ser expulsos, e então eles talvez comecem a levantar mais rápido quando se sentirem ameaçados. Foi isso que Léo me relatou. Não ouvi o Flávio mencionar nada.
O treinador comentou que o Vasco tem respondido bem aos treinos, mesmo após cinco jogos sem vitórias. Diniz enfatizou que os resultados não refletem o desempenho da equipe, que criou boas oportunidades contra Grêmio, Del Valle e Internacional, mas não conseguiu vencer.
— O time tem demonstrado uma boa resposta. Os resultados não têm acompanhado a produção. Poderíamos ter vencido o Grêmio por 3 a 0 e também ter passado na Libertadores. Hoje, novamente não soubemos aproveitar as chances. O que quero é que o time continue a produzir e que não tenhamos falhas defensivas.
Diniz expressou que estaria mais preocupado se a equipe não estivesse criando oportunidades nas partidas e confia que as vitórias virão.
— Claro que isso me preocupa. Mas me preocupa menos do que se não estivéssemos criando. Um dia a bola do Vasco começará a entrar, e a do adversário não. O lance do segundo tempo era bem simples. Desde que cheguei ao Vasco, percebo que a equipe vem evoluindo, apesar de todos os problemas. Ninguém esperava que fôssemos fazer um primeiro tempo tão bom. O grupo tem trabalhado arduamente, e não posso afirmar que é o que mais treina em minha carreira, mas certamente está entre os mais dedicados. As vitórias vão começar a aparecer.
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Recuo do time no segundo tempo — O que aconteceu é que o jogo na segunda parte exigiu outra abordagem. Esse é um aspecto do meu trabalho, a saída com passes curtos. Não recuamos para jogar de forma mais defensiva. O jogo não ficou mais complicado, mas necessitou de uma nova estratégia. Precisávamos descer com mais jogadores e fazer uma saída mais curta. Ficamos optando por passes longos. O Internacional se dedicou a cruzamentos, e nós já tínhamos a estratégia para marcá-los. Outro ponto é que estamos em uma sequência de jogos aos fins de semana e meio de semana, enquanto o Internacional teve uma semana inteira de descanso. Jogar com saída curta desde o fundo exige muito fisicamente. É possível que os jogadores tenham sentido o cansaço dessa sequência de partidas.
Desempenho x Resultados — Acredito que sim. Não que o que aconteceu hoje seja um exemplo ideal. Fizemos isso contra São Paulo, Del Valle e Grêmio. Não temos oscilado no rendimento, mas sim nos resultados. Os jogadores estão muito comprometidos, e precisamos da ajuda do nosso torcedor. A bola vai entrar. Não podemos ficar discutindo apenas o resultado, mas sim o empenho e a dedicação demonstrados. Todos estão muito focados em nossas metas.