No documento protocolado em 7 de março contra a empresa de investimentos e seu CEO, Steven Pasko, a Obra Capital menciona a estratégia da 777 de adquirir participações em diversos clubes na Europa e na América Latina a partir de 2021, incluindo o Vasco, e levanta questionamentos sobre a situação financeira das operações da empresa deixados pela sequência de compras. Em destaque, está a aquisição do Everton FC por 700 milhões de dólares, que está paralisada devido à falta de prestação de balanços financeiros auditados pelos reguladores e investigação do Departamento de Justiça dos EUA por supostas irregularidades como lavagem de dinheiro.
A transação contestada pela Obra Capital envolveu a transferência das subsidiárias Sutton Specialty Insurance Company e Sutton National Insurance Company da 777 para Pasko, sem custos para o executivo.
Segundo a credora, no momento da transferência fraudulenta, a 777 estava insolvente, envolvida ou prestes a se envolver em operações financeiramente questionáveis e planejava contrair dívidas que não poderia pagar. Além do Vasco da Gama no Brasil, a 777 Partners também possui participações expressivas em quatro clubes de futebol europeus: Hertha Berlin (Alemanha), Genoa (Itália), Standard Liege (Bélgica) e Red Star (França).
Sinais de problemas financeiros da empresa detentora da SAF Vasco já haviam sido notados no Brasil. No primeiro aporte feito ao clube, a 777 Partners exigiu que parte do dinheiro fosse devolvido no dia seguinte, através de um empréstimo a uma das empresas do grupo.
Tal manobra causou desconforto e levou o conselho fiscal da SAF a proibir práticas semelhantes no futuro. No segundo aporte, realizado no ano anterior, houve atraso no repasse do valor, que só foi concluído após a diretoria do Vasco acionar dispositivos contratuais para diluir a participação dos norte-americanos na SAF.
O próximo aporte, previsto para este ano no montante de 270 milhões de reais, é o maior deles. No entanto, há incertezas se a 777 Partners conseguirá cumprir o compromisso.
Steven Pasko (ao centro, de boné) em visita de representantes da 777 ao Vasco em 2022: processos por calotes nos EUA se multiplicam (Rafael Ribeiro/Vasco)Fonte: Blog Radar – Veja
