Adotadas desde o início do Campeonato Brasileiro das Séries A e B, as Conferências de Reclamação de Arbitragem entre os dirigentes dos clubes e a Comissão de Arbitragem da CBF seguem um cronograma estabelecido e possuem um apelido curioso: “reunião 2-2-2”.
O novo formato busca tornar as reuniões mais ágeis e diretas, evitando conversas evasivas. A maior parte dos encontros ocorre de maneira virtual, reunindo dirigentes insatisfeitos em um lado da “mesa” – mesmo assim, a comissão ocasionalmente recebe dirigentes na sede do Rio de Janeiro, como foi o caso recente de Felipão e dirigentes do Grêmio. Do outro lado, está a equipe liderada por Rodrigo Cintra, coordenador da Comissão de Arbitragem da CBF.
Na última segunda-feira, o Corinthians manifestou sua insatisfação em relação a um pênalti na derrota contra o Bragantino, no retorno do Campeonato Brasileiro.
- As reuniões ocorrem sempre às segundas-feiras, em dois horários distintos.
- Às 14h, a comissão recebe os clubes da Série B.
- Às 16h, são atendidos os clubes da Série A.
- Cada clube deve enviar até as 11h de segunda-feira os lances sobre os quais deseja reclamar à comissão da CBF.
- Os clubes recebem um link para participar do encontro em horários previamente estipulados.
Nessas reuniões, a CBF promete responder em apenas dois minutos a cada situação mencionada. Se surgir alguma dúvida adicional durante a reunião, a Comissão de Arbitragem tem um prazo de 2 horas para esclarecer a questão. Se uma resposta for solicitada posteriormente à reunião, o prazo é de mais dois dias para que a posição chegue ao clube, dando origem ao apelido “reunião 2-2-2”.
Comissão verifica nove erros em 110 jogos
Durante essas sessões, há regras específicas: cada representante de clube possui cinco minutos para expressar seu descontentamento, questionar critérios e requerer explicações. Se o clube adversário do jogo relacionado à reclamação estiver presente, ele também terá cinco minutos para se manifestar.
A Comissão de Arbitragem tem à disposição cinco minutos – embora pretenda usar apenas dois. Por fim, um comitê de consultores internacionais, pagos pela CBF, também ganha cinco minutos para comentar sobre cada lance abordado.
Na intertemporada de junho, a comissão reuniu 64 árbitros da Série A no Rio de Janeiro. Cintra celebrou as melhorias na arbitragem, que considera um reflexo dos investimentos feitos. A Comissão de Arbitragem da CBF planeja a formação dos primeiros árbitros profissionais no Brasil até o final de 2016. Em uma recente declaração, o presidente da CBF, Samir Xaud, mencionou o conceito de “educação continuada” na arbitragem.
Rodrigo Cintra é o novo gestor da nova comissão de arbitragem da CBF — Foto: JO MARCONE/CBF
Conforme um levantamento recente da comissão, em 11 rodadas do Campeonato Brasileiro da Série A, foram identificados “nove falhas pontuais em 110 partidas disputadas”. O comunicado da CBF destacou que “cada partida demanda, em média, de 150 a 180 ‘grandes decisões’ por parte dos árbitros”.
Segundo o portal ge, entre os nove erros identificados, a comissão aponta três equívocos relacionados ao VAR – como, por exemplo, a recomendação de revisão no jogo entre Sport e Palmeiras, em um pênalti marcado a favor dos paulistas – e seis “erros de campo”, referente a decisões tomadas em campo pela arbitragem.
Embora as reuniões tenham se tornado mais estruturadas, as insatisfações entre os clubes persistem. A reclamação do Corinthians, por exemplo, foi contestada pela comissão e pelos consultores internacionais, que não concordaram com a posição dos dirigentes paulistas.
Fonte: ge