Após a partida, Diniz avaliou o desempenho do time:
– O sinal de alerta está ligado desde que cheguei. A situação no Brasileiro é delicada. O time tem 10 pontos em 11 partidas. Muitos vão perguntar sobre o jogo, especialmente em relação a dois gols que poderiam ter sido evitados. Treinamos bastante. Um escanteio mal defendido e um lateral que entregamos resultaram em escanteio do outro lado. Havíamos avisado que eles sempre mudam a direção da bola. O segundo gol foi ainda mais fácil de evitar. Eles costumam colocar dois jogadores na área e não conseguimos marcar – afirmou Diniz.
– De modo geral, o time não jogou mal. Finalizamos 20 vezes e tivemos oportunidades, mas precisamos ser mais efetivos (…) Facilitamos muito as coisas – acrescentou.
Fernando Diniz em Vasco x Bragantino pelo Brasileirão 2025 — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
O Vasco sofreu os dois gols ainda no primeiro tempo e teve momentos de altos e baixos na partida. Apesar do resultado negativo, a equipe criou mais chances de finalização (20 a 3), mas o Bragantino se sentiu mais confortável durante a maior parte do jogo.
Com essa derrota, o Vasco fica em uma posição complicada na tabela, ocupando o 15º lugar com 10 pontos. Para evitar a queda para o Z-4 ao final da rodada, a equipe precisa torcer por derrotas do Fortaleza e do Vitória, além de esperar que Santos e Juventude não vençam (veja a tabela).
– O Vasco está evoluindo. O que me preocupa é o resultado. Não adianta finalizar 20 vezes e perder. A torcida quer vitórias, e nós precisamos delas. A classificação não considera quem joga bem. Não vamos aumentar nossas chances ganhando de forma ineficiente, mas sim jogando bem. O jogo de hoje foi claro: o Bragantino teve três chances e fez dois gols.
Veja outras respostas:
Qual é o problema do Vasco? É psicológico?
– Não acredito que o problema seja psicológico. Quando venho ganhando, tudo está bem, mas quando perco, surgem problemas. Sou responsável desde minha chegada. O time não fez uma partida ruim, mas tivemos falhas que não podemos ter. Melhoramos no segundo tempo, mas não conseguimos ser mais agressivos. O Vasco está evoluindo, mas o resultado é o que importa. Não adianta finalizar 20 vezes e perder. A torcida quer vitórias e nós precisamos disso. A tabela não conta quem joga bem. A vitória se faz a partir de gols e evitando os gols que não deveríamos ter sofrido.
Por que não fez todas as substituições? É falta de confiança nas opções do banco?
– É verdade que não conheço plenamente o elenco, mas algumas substituições foram feitas mais para o final. Não dá para rodar 5 jogadores a 30 minutos do fim, se alguém se machuca, não posso mais mudar o time. Eu percebe o cansaço do jogador, mas temos que ponderar… Alguns conhecem mais o estilo do time.
– Sobre o Vegetti, não é que confie menos nos outros, eu confio muito nele. Ele é um jogador com grande carisma e confiança. Teríamos muitos cruzamentos no segundo tempo, então ele dificilmente sairia. Se houvesse outro jogador com o perfil dele no banco, provavelmente teríamos dois centroavantes em campo. A chance de gol mais fácil seria um cabeceio ou um rebote, não é falta de confiança, é confiar no Vegetti.
– O segundo atacante disponível é o Alex Teixeira. Discutimos essa dinâmica. O Rayan já atuou na base algumas vezes, por isso colocamos o Alex, então tínhamos Rayan e Vegetti. Era uma formação para preencher a área e aproveitar melhor os cruzamentos. Infelizmente, não conseguimos capitalizar em nenhuma das chances.
Parada para a Copa
– A pausa vem em um momento propício para dar mais condições ao time. Vamos trabalhar intensamente para fortalecer nossa equipe e aprimorar em todos os aspectos do jogo: físico, emocional e tático. Isso será benéfico em tudo.
Pode haver coisas positivas no segundo semestre?
– Acredito muito na equipe. O time vai melhorar. Desde que cheguei, meu objetivo é que o time ganhe. Se compararmos o jogo contra o Fluminense, jogamos bem melhor, mas precisamos transformar as finalizações em gols. Se um time fez 20 finalizações e outro apenas quatro, presume-se que o primeiro venceu. É crucial marcar gols e evitar aqueles que não deveríamos ter sofrido.
Piton e João Victor
– O segundo gol do Bragantino foi um erro coletivo. Todos sabemos que cometemos muitos erros. Era uma falta que abriu o meio-campo, não fizemos a pressão certa. O jogador recebeu a bola livre, e o Piton fez a movimentação certa, mas não preenchamos a área e demoramos na recomposição defensiva. Não gosto de colocar a culpa em um único jogador, foi uma falha coletiva.
Paulo Henrique sentiu algo?
– Não teve problema; se tivesse, não teria jogado melhor no segundo tempo. Ele teve um desempenho muito superior.
O que falta defensivamente?
– Vamos analisar o jogo. A falta de recomposição que teve foi no primeiro tempo, por isso levamos gols. Análises tendenciosas surgem após uma derrota. Tivemos problemas defensivos no primeiro tempo que nos custaram os gols. O segundo gol representou uma falha clara de recomposição. Os jogadores não estavam cansados. Melhoramos no segundo tempo. O time já sabe da necessidade de recompor rapidamente. Em jogos anteriores, como contra o Melgar, fomos extremamente eficientes. O time compreendeu o que precisa fazer, mas precisa ser mais consistente. Em jogos anteriores, fizemos bem, mas hoje não conseguimos.
Tchê Tchê e Coutinho não conseguem recompor?
– Eles não fizeram isso contra o Fortaleza e contra o Melgar? Contrapuseram-se o tempo todo. É uma questão simples: é preciso vontade de correr para trás. Se eles estiverem cansados, trocamos. Qualquer um pode fazer isso. É mais uma característica de um time ofensivo, e eles têm se empenhado.
Houve falta de movimentação do time?
– Desde o início do jogo, a movimentação estava mais voltada para inverter corredores do que priorizar um lado só. Foi pedido desde os primeiros momentos. O time estava preparado. O Bragantino marca em bloco o tempo todo. No começo, perdemos a bola e sofremos um gol logo de cara. Gradualmente, ajustamos nossa atuação, utilizando mais os corredores. Conversamos com Paulo Henrique no intervalo para colocá-lo mais à frente. Ele estava recuado, algo que ele faz naturalmente. De todos os jogos, esse foi o mais encolhido dele sem necessidade. No segundo tempo, jogou mais dentro das características que ele deveria. Pode haver momentos em que precise recuar algum lateral, mas hoje não era essa a ideia.
Camisas 5
– Gosto dos três jogadores (Hugo, Jair, Mateus). É um trabalho curto. O Hugo ficou de fora em duas partidas, e o Mateus começou como segundo contra o Fluminense. O Jair jogou bem contra o Melgar, é um jogador técnico. É complicado afirmar que há uma dificuldade. Um jogador pode se destacar em um momento chave. O Hugo não jogou por estar suspenso. Ele jogou em 3 jogos e ficou 2 suspenso. Gosto de qualquer um deles; até o Tchê Tchê poderia atuar como cinco, já jogou assim comigo no São Paulo.
Personalidade do Coutinho
– Ter o Coutinho aqui é uma grande conquista. Ele é um dos jogadores mais talentosos com quem já trabalhei. Ele tem assumido responsabilidade. Tivemos dificuldade para finalizar as jogadas hoje. Ele é um pouco mais reservado, mas isso não impede sua participação; ele foi o principal jogador do Liverpool por dois anos. Ele tem sido um jogador que assume responsabilidades comigo e estou feliz com seu desempenho.