Morreu nesta quinta-feira, aos 98 anos, Jankel Schor, o conhecido “Vovô das Embaixadinhas” e uma figura icônica do futebol carioca. Torcedor do America, esse russo naturalizado brasileiro encantou torcedores por quase uma década com suas exibições no Maracanã. Vestindo suas tradicionais chuteiras pretas e exibindo um corpo curvado, ele controlava a bola no ar, tornando-se uma atração à parte do famoso estádio.

Jankel Schor se apresentava às quartas e domingo no Maracanã — Foto: Juha Tamminen

Jankel estava internado há uma semana no Hospital Badim, na Tijuca, onde recebeu uma homenagem nas redes sociais do estádio. Em 2021, em uma entrevista por telefone ao ge, ele se mostrou lúcido e nostalgico, relembrando sua conexão com o Maracanã.

— Tenho saudade, é pena que estou velho (risos). Se eu fosse novo ainda estaria brincando lá. A bola nunca caiu. Quando eu estava fazendo exibição, eu dava a volta no gramado, chegava no meio de campo — comentou Jankel.

Com carinho, ele falou sobre o Vasco da Gama, onde começou a fazer embaixadinhas no final dos anos 90, após ser incentivado por Edmundo ao então vice-presidente de futebol, Eurico Miranda. Contudo, seu coração sempre pertenceu ao America.

– Eu sempre fui América, morei perto do estádio, mas fiz embaixadinhas no Vasco durante três anos. O Eurico Miranda era meu fã e me levou para o Japão (na disputa do Mundial Interclubes entre Vasco e Real Madrid). Recebi muitos elogios dos japoneses e também do Michel Platini. Foi uma emoção muito grande ser elogiado por ele, um grande jogador e ex-presidente da Uefa. Eu era muito elogiado, pois até hoje ninguém fez tantas embaixadinhas por tanto tempo como eu — relatou Schor em 2021.

Jankel Schor ao lado de Romário, em uma partida no Maracanã — Foto: Arquivo Pessoal

Após três anos em São Januário, Jankel passou a se apresentar no gramado do Maracanã às quartas e domingos a partir de 2000, consolidando-se como uma figura “raiz” do futebol carioca. Sua apresentação perdurou por cerca de dez anos, até que o Maracanã foi reformado, transformando-se na moderna arena da Copa do Mundo de 2014.

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Jankel Schor ainda guarda a bola que o acompanhava nos estádios — Foto: Arquivo Pessoal