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O novo treinador do Vasco, Fernando Diniz, foi oficialmente apresentado nesta quinta-feira, no CT Moacyr Barbosa. Após sua estreia contra o Lanús na terça-feira pela Sul-Americana, Diniz afirmou que o primeiro tempo foi a melhor estreia de sua carreira. Ele esteve acompanhado do CEO Carlos Amodeo durante a apresentação, enquanto o presidente Pedrinho não pode comparecer.
— O futebol, para mim, é o espaço onde coloco meus conceitos de vida. É necessário haver vida no futebol. Isso se traduz em prática constante e no compromisso dos jogadores. O que me trouxe ao Vasco foi perceber que é um time que se esforça, pois nunca percebi falta de vontade nos jogos do Vasco quando assistia. Faltavam, entretanto, outros aspectos. Para que meu trabalho funcione, a dedicação e a vontade de trabalhar são cruciais.
— E eu vislumbro muito disso aqui. Acredito que o primeiro tempo contra o Lanús foi excelente, não pelo resultado, que foi uma derrota. Mas em termos de conceito de jogo, dedicação dos jogadores e a incrível disposição deles para entender e aplicar a metodologia. Enfrentar o Lanús é sempre complicado, e fizemos uma partida bastante coerente. Portanto, o primeiro tempo foi um indicativo muito positivo para o Vasco da Gama.
Fernando Diniz e Amodeo em apresentação do Vasco — Foto: Tébaro Schmidt
O técnico expressou sua admiração por Philippe Coutinho, afirmando que ele é um jogador essencial para o time. Segundo Diniz, Coutinho é um dos mais talentosos que o Brasil já produziu e pode evoluir significativamente sob sua orientação.
— Para mim, ele é indispensável. É uma honra trabalhar com um jogador de seu nível. Da geração do Neymar, ele é um dos maiores talentos que nosso país teve. Sua carreira poderia ter sido ainda mais brilhante. Acredito que ele precisa se soltar, mas conta muito com ele. Em sua partida, mostrou boa performance e acredito que vai evoluir bastante. É sempre um presente tê-lo no futebol brasileiro.
— Além disso, Coutinho é um jogador com uma simplicidade e humildade raras. Já o conheci na Europa, e em poucos dias percebo que ele é desprovido de vaidade. Sua atitude é como se estivesse começando agora, e isso agrega muito ao Vasco.
Coutinho em Lanús 1 x 0 Vasco pela Sul-Americana 2025 — Foto: Luis ROBAYO / AFP
Diniz acredita no potencial do Vasco para alcançar boas posições no Campeonato Brasileiro e revelou suas metas de avançar na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana.
— Estou muito feliz de estar aqui novamente no Vasco. Cada vez que estou aqui e no Rio de Janeiro, a convivência é ótima. Se não achasse que teríamos chances, não teria vindo. Enxergo talentos que, por motivos diversos, não estão em sua melhor forma, mas vamos trabalhar arduamente para que a equipe encontre um bom caminho, seja pontuando no Brasileirão ou avançando nas Copas.
O treinador confessou que sempre teve o desejo de retornar ao Vasco e que as informações reveladas na imprensa sobre sua vontade eram verdadeiras. Ele compartilhou que se emocionou ao recordar as arquibancadas do clube durante os anos 2000, quando jogava contra o Vasco.
— Eu realmente desejei voltar ao Vasco, é do conhecimento de todos. As informações que vazaram são corretas. Relembrar as arquibancadas de São Januário nos anos 2000 me trouxe uma certa emoção. A relação que estabeleço com os jogadores é a base do meu trabalho. Em relação à torcida, que é o grande trunfo do Vasco, precisamos fazer com que a equipe corresponda ao desejo dos torcedores para estabelecer uma conexão. Essa torcida é única.
— Eu estive aqui por dois meses, mesmo vivendo uma Série B. Quando joguei aqui contra o Vasco na década de 90, a atmosfera em São Januário era incrível, com a torcida apoiando constantemente. A conexão com a torcida foi tão intensa que, mesmo em um período curto, me senti em casa. Espero que possamos ter um bom desempenho agora.
Diniz disse que tem confiança de que pode fazer o elenco do Vasco jogar conforme sua visão. Ele também notou que os jogadores mostraram entusiasmo com sua chegada e que a equipe apresentou um bom desempenho contra o Lanús.
— Isso já ficou claro no jogo contra o Lanús. Pelo que eu percebi, os jogadores estão animados para estarem aqui. Estou realmente muito confiante e feliz por estar do lado deles. Sei da dificuldade que enfrentamos na tabela e nas copas, mas acredito no trabalho em equipe. Isso será um esforço conjunto, não apenas da comissão técnica. Precisamos estabelecer esse entendimento o quanto antes para termos sucesso.
No entanto, Diniz comentou que o gol que sofreram logo no começo do segundo tempo afetou a boa performance do Vasco em Buenos Aires. Ele ressaltou a necessidade de evolução emocional, mas também em outros aspectos do jogo. Para o técnico, a equipe demonstrou descrença após o gol adversário.
— Precisamos abordar todos os desafios. O segundo tempo contra o Lanús teve um impacto significativo, já conversei sobre isso com os jogadores. Acredito que o gol sofrido aos oito minutos foi crucial. Não começamos mal, mas depois do gol, a equipe perdeu energia e confiança. Já havia mostrado que poderia vencer, mas a equipe parecia ter desistido. Porém, devemos nos concentrar sobre aspectos positivos.
— Jogar como jogamos no primeiro tempo em um jogo assim não é simples, e existem mais pontos positivos do que negativos. Precisamos entender que, ao sofrer um gol, não podemos desmontar. O futebol, assim como a vida, exige resiliência. Deveríamos ter renovado nosso ânimo e buscado reverter o jogo. Se tivéssemos conseguido, seria muito mais gratificante. Aprenderemos com esses desafios, e essas experiências nos fortalecerão.
Quanto à priorização de competições, Diniz opta por focar apenas no próximo jogo do Vasco, que será contra o Fortaleza em São Januário, no sábado.
— Inicialmente, minha prioridade é o próximo jogo. O Fortaleza entra em primeiro lugar, depois o Operário… Se em algum momento entendermos que é necessário priorizar, faremos isso. O foco deve ser sempre no próximo desafio.
Veja outros trechos da coletiva
Pedrinho e Felipe decisivos na vinda— O fato de Pedrinho e Felipe estarem aqui foi fundamental para eu aceitar o convite. Ter alguém que lidera meu trabalho é de suma importância. Durante minhas etapas no São Paulo e Fluminense, sempre contei com suporte significativo e, quando enxergam meu potencial, isso me dá esperança de que nosso trabalho seja frutífero. Um foco apenas em resultados é insuficiente sem o empenho necessário para se conquistar vitórias.
— Quando a liderança se concentra somente nos resultados de cada jogo, as chances de insucesso aumentam. No São Paulo, recebi apoio valioso em momentos difíceis, quando acreditavam em minha capacidade de reverter a situação. Se não houvesse uma mudança de gestão, nossa chance de conquista teria sido significativa. A relação que formei no Fluminense também teve um impacto positivo, e sinto que aqui há essa conexão.
Relação com Pedrinho— Sempre admirei Pedrinho e Felipe. Pedrinho é uma pessoa singular e o mais merecedor de sucesso no Vasco. Todas as dificuldades que enfrentou ele transforma em algo construtivo. Ele compartilha valores que ressoam com meu ponto de vista sobre vida e futebol. Espero que isso se concretize. Vamos esperar. Não sei se estarei aqui na próxima semana, mas estarei trabalhando incansavelmente para ajudar o Vasco e Pedrinho.
Reforços— Não fiz indicações de jogadores neste momento. Começaremos a discutir especificidades a partir de agora. Não adianta prometer muitas contratações, seria incoerente considerando que temos um elenco bom. Existem jogadores aqui que têm potencial para render mais. É preciso ter cautela nas contratações, especialmente com o orçamento que o Vasco tem. Precisamos agir com cautela e critério para aumentar nossas chances de sucesso.
Elenco está sendo avaliado ainda?— De maneira geral, ainda estamos avaliando o elenco. Há casos como o de Capasso que são mais definitivos, mas em relação a Payet, Coutinho e os demais, todos estão sendo observados. Se considerarmos necessário realizar renovações, isso ocorrerá.
Coutinho, Alex Teixeira e Souza— Já falei bastante sobre Coutinho, ele é uma grande adição para o Vasco e para o futebol brasileiro. Alex jogou em alto nível e, às vezes, a torcida pode ficar decepcionada por lembrar do grande jogador que foi. Ele sempre teve um bom desempenho contra mim no Fluminense. Em relação a Souza, tive menos contato até o momento, mas ele tem uma carreira impressionante, incluindo passagens pela seleção. Vou avaliá-los e ver quem pode oferecer mais ao Vasco.
Relação com Tchê Tchê— Ele tem experiência comigo e se posicionou como titular. É um dos jogadores que atuou comigo durante mais tempo na carreira. Acredito que o que faço com meus jogadores é semelhante ao que faço com meus filhos. Se errei, preciso me desculpar e seguir em frente. Sou rigoroso, mas procuro ajudar. Todos os atletas enfrentam desafios, e isso faz parte do processo de superação. Espero vê-lo brilhar no Vasco.
Base— Gosto de trabalhar com a base. Já vinha fazendo avaliações. Assisti ao jogo do Sub-20 e tenho informações desde que começamos as negociações. Não quero mencionar jogadores específicos para evitar pressões desnecessárias no futuro. Contudo, vou me empenhar para identificar quais jogadores estão prontos e trazer mais talentos da base, tendo em mente que eles são o patrimônio do clube.
Como encara o trabalho? Volta por cima?— Essa é uma boa pergunta. Diferente da maioria, não foco apenas em resultados. Quando isso não acontece, meu foco é em aprimoramento contínuo. Pode haver derrotas, mas o importante é não perder a capacidade de melhorar e crescer. Eu sou melhor agora do que estava antes. Isso não significa que o Vasco irá ganhar tudo, mas ser campeão não se resume a troféus.
— Para mim, ser campeão é algo cotidiano. Precisamos ser exemplos e isso não requer necessariamente vencer taças. O resultado é uma consequência do nosso esforço. Quando os desafios surgem, muitos ignoram os problemas, mas é preciso enfrentá-los. Teremos muito trabalho pela frente e estou ansioso para ajudar.
Avaliação do CT — As direções têm planos para melhorias, algumas coisas mudaram desde minha primeira passagem, mas as condições ainda são precárias. Sabemos que houve uma mudança municipal e melhorias na estrutura. Alguma área deve ser inaugurada após a pausa para a Copa. Mas, para mim, o mais importante é a estrutura humana. Prefiro uma infraestrutura simples, mas que conte com profissionais qualificados.
Como trabalhar mental?— Minha abordagem é através do trabalho e do diálogo. É um desafio, mas sigo comprometido. Um momento complicado pode servir como um impulso se soubermos nos fortalecer. Tenho confiança nos jogadores e na direção. Quando houver cobrança, precisamos absorver o que vem da torcida. A torcida do Vasco é uma força incrível, e precisamos criar uma conexão com ela.
O que pôde sentir primeiros contatos?— É difícil dar uma resposta concreta. O que aconteceu nos jogos contra Vitória e Lanús teve similaridades, mas acredito que, de uma partida para outra, surgiram muitos momentos positivos. Precisamos melhorar rapidamente. Espero que contra o Fortaleza possamos se sair bem ou sequer sofrer um gol. Vamos buscar a evolução necessária.
Fonte: ge
