Como o Vasco superou o Fenerbahçe
Em uma investigação realizada pelo UOL, foram revelados detalhes sobre a frustrante transferência para a Turquia e a decisão do Vasco de evitar cirurgia. Tudo começou durante um período de treinos com a seleção brasileira sub-20, em outubro de 2024, quando GB sofreu um entorse no joelho direito. Os médicos da CBF realizaram uma ressonância magnética que indicou uma lesão parcial do ligamento cruzado anterior.
No entanto, ao retornar ao Vasco, a equipe de médicos avaliou que o joelho de GB não apresentava sinais de uma lesão aguda. Não havia edema ósseo, derrame ou indícios de uma lesão recente. O clube comandou uma nova ressonância com um radiologista de sua confiança, que concluiu que a lesão era crônica e menos extensa do que inicialmente pensado.
A análise indicou que essa lesão poderia ter ocorrido antes do período de treinamento na Granja Comary, e o chefe do departamento médico do Vasco, Gustavo Caldeira, pediu que os médicos realizassem exames físicos em GB de forma independente. No final, todos concordaram: não havia instabilidade ou qualquer motivo que indicasse a necessidade de cirurgia.
Durante uma semana, GB passou por diversos testes de desempenho em campo e não apresentou qualquer sintoma ou dor, o que levou à liberação para treinos e jogos.
A negociação com o Fenerbahçe e a avaliação do Vasco
O Vasco aprovou a proposta do Fenerbahçe, e GB viajou para a Turquia na companhia do diretor-executivo Marcelo Sant’anna. Lá, os exames de imagem confirmaram a mesma lesão parcial do ligamento cruzado anterior que os médicos da CBF haviam identificado, levando o Fenerbahçe a desistir da compra.
De volta ao Vasco, o departamento médico sustentou sua decisão de não realizar cirurgia com base em um artigo científico que apresenta três cenários em relação a lesões: o atleta pode evoluir com instabilidade imediata, com instabilidade tardia ou nunca desenvolver instabilidade e, portanto, não necessitar de cirurgia.
Atualmente, o Vasco acredita que GB se encaixa na terceira hipótese, quase um ano após a lesão, e não vê justificativa para cirurgia. Os médicos do clube entendem que um procedimento cirúrgico pode ser necessário futuramente, mas não é o cenário atual. A avaliação é de que GB está jogando em 100% de sua capacidade.
Informações obtidas pelo UOL enfatizaram que o departamento médico baseou sua posição em um princípio médico que prioriza o exame clínico, alertando que a confiança excessiva em exames de imagem pode resultar em diagnósticos imprecisos. A cirurgia seria necessária apenas se GB relatar deslocamentos no joelho ou receio ao realizar certos movimentos.
Diniz atento a GB
O técnico do elenco profissional, Fernando Diniz, está acompanhando de perto a evolução de GB. Ele o considera um atacante “talentoso” e tem assistido aos jogos do sub-20, onde GB se destacou com uma série de gols impressionantes.
Espera-se que Diniz o observe de maneira mais atenta durante a pausa para o Mundial de Clubes, já que terá um mês livre para treinar a equipe. Por enquanto, o treinador mantém cautela.
“Tenho uma visão bastante positiva em relação à base na minha carreira. Estou de olho e assisti aos jogos do Vasco (sub-20) desde que cheguei. Acredito que, durante a pausa, terei uma ideia melhor sobre a possibilidade de trazer um jogador para treinar. Esses jovens jogadores já passaram pelo profissional, especialmente GB, que sei que é muito talentoso, mas por algum motivo não permaneceu. Preciso respeitar o que ocorreu. Se continuarem treinando e se destacando, terão a chance de se estabelecer, mas devemos ter cuidado para não colocar um jogador e ele não performar; em vez de ajudar, podemos prejudicá-los. Mas não tenho dúvida de que estou observando e tenho gostado do que tenho visto”, afirmou Fernando Diniz.
Fonte: UOL