Um grupo de sócios opositores à atual administração do Vasco acusa a gestão de infringir o estatuto do clube e requisita esclarecimentos sobre o empréstimo de R$ 80 milhões que está em planejamento. Este pedido foi protocolado na 4ª Vara Empresarial do Rio e aguarda a autorização da juíza responsável pela recuperação judicial do clube.
Em entrevista ao ge, Felipe Carregal, vice-presidente jurídico, classificou essa ação como um “movimento político”, alegando que o grupo não busca realmente ajudar o clube. Para mais informações, consulte a íntegra da resposta no final do artigo.
O ofício de oito páginas, assinado por sócios como Diego Vasquinho, Eduardo Roberty, Erivelton Lazarini, Flávio Lopes, Francisco Kronemberger, Maurício Corrêa, Tanguy Baghdadi e Vitor Roma, foi direcionado ao presidente Pedrinho, além dos líderes do Conselho Deliberativo, Assembleia Geral, Conselho de Beneméritos e Conselho Fiscal do clube.
Os sócios ressaltam que o Ministério Público emitiu um parecer desfavorável ao empréstimo e criticaram a falta de transparência da diretoria, conforme indicado no seguinte trecho:
“O requerimento não anexa qualquer documento, nem mesmo uma minuta com as condições gerais ou comparativo entre diferentes propostas que permitam avaliar qual seria a mais vantajosa. Não se sabe quem seria o agente financiador nem as razões para tal sigilo. […] A falta de transparência, como apontado no parecer ministerial, é incompatível com o processo recuperacional, o estatuto do clube e as boas práticas de governança”.
Os sócios fizeram os seguintes pedidos:
- Que a diretoria torne públicos os termos contratuais com o agente financiador, sem cláusulas sigilosas, apresentando ao menos outras duas propostas;
- Elaboração de parecer prévio do Conselho Fiscal;
- Elaboração de parecer prévio do Conselho de Beneméritos;
- Nomeação de uma comissão paritária no Conselho Deliberativo e apresentação do assunto ao quórum qualificado de instalação do CD;
- Se houver aprovação do Conselho Deliberativo, convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária.
Segundo o Vasco, os R$ 80 milhões seriam destinados exclusivamente a despesas operacionais, como pagamentos de salários, fornecedores estratégicos, além de obrigações trabalhistas e fiscais durante o processo de recuperação judicial. Em uma entrevista ao ge no início da semana, Felipe Carregal mencionou que essa movimentação já estava contemplada no plano de recuperação.
Confira a íntegra da resposta de Felipe Carregal, VP Jurídico do Vasco:
“Esses foram os principais responsáveis pela venda do Vasco à 777 e pelo caos atual. Sempre defenderam a permanência da 777 e agora estão impedindo a reestruturação do clube. Também dirigiram a gestão anterior, administrando sedes do clube com contas de luz e água exorbitantes e participaram da comissão de futebol que nos manteve na Série B.
Tomamos conhecimento dessa carta pela imprensa, justo nas vésperas da assembleia geral dos credores. Embora se torne notícia, é um claro movimento político. Os vascaínos não se deixam enganar e já percebem que eles não têm a real intenção de ajudar”.
Fonte: ge