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Primeiro goleiro campeão pelo Vasco, primeiro jogador vascaíno
convocado para a seleção brasileira (juntamente com Paschoal e
Torterolli) e primeiro goleiro negro a atuar nas seleções brasileira
e carioca, Nelson enfrentou os obstáculos da
discriminação racial e preconceito social e os superou graças
ao seu talento e qualidade técnica.
Em 1919, o Vasco começou a reforçar seu time arregimentando os
melhores jogadores do subúrbio, entre eles, Nelson, do Engenho de
Dentro, tricampeão da Liga Suburbana. A partir do ingresso de Nelson
no Vasco, a imprensa esportiva passou a referir-se a ele pejorativamente pelo
apelido de Chauffeur (motorista), pois esta era a sua atividade profissional,
e que na época era considerada meramente braçal e subalterna.
Jornais e revistas ironizavam a sua maneira peculiar de falar, que
indicava pouca instrução, e publicavam caricaturas
onde eram exageradas as suas características raciais.
Sempre com Nelson como goleiro titular, o Vasco subiu da segunda divisão
para a série B da da primeira divisão em 1920. Em
1922, foi campeão e consequentemente promovido à
série A do ano seguinte. Na sua primeira participação
na elite do futebol carioca, o Vasco conquistou o título e Nelson
mereceu francos elogios do público e da imprensa, pois foi um dos
principais responsáveis pelo triunfo vascaíno. Reconhecido como o melhor
goleiro do campeonato, foi convocado como titular da seleção
carioca que disputou o campeonato brasileiro de 1923 e da seleção
brasileira que excursionou ao sul do continente no mesmo ano para participar
do Campeonato Sul-Americano, em Montevidéu, da Copa Roca, na Argentina,
e Taça Rodrigues Alves, no Paraguai, além de alguns amistosos.
Nelson foi o destaque, com atuações consideradas impecáveis,
mesmo apesar do desempenho fraco da seleção no Sul-Americano.
Em 1924, ano em que houve a cisão do futebol carioca em duas entidades,
acontecimento que provocou a famosa
Resposta Histórica,
Nelson ajudou o Vasco a ser novamente campeão na Liga Metropolitana, dessa
vez de maneira invicta. No ano seguinte, ainda antes da construção
de São Januário, que só seria inaugurado em 1927,
o Vasco passou a disputar o campeonato da AMEA, a entidade que havia sido fundada pelos
clubes da elite, e optou por mandar seus jogos nas Laranjeiras. Em suas crônicas,
Mário Filho relata que os torcedores e sócios do Fluminense iam para trás
da baliza de Nelson para provoca-lo com insultos. Nas palavras de Mário Filho:
“(…) o torcedor se justificava dizendo que pagara entrada. Pagara e tinha o direito de
fazer o que bem entendesse, principalmente com Nelson Conceição, um
mulato com cara de macaco, metido a keeper argentino, com um boné na cabeça.
Boné era para branco. Nelson Conceição ia defender uma bola, seu
isso, seu aquilo, às vezes perdia a calma, a bola entrava. Com a torcida do
Fluminense atrás do gol, azucrinando-lhe os ouvidos, que é que ele
podia fazer? Os sócios do Fluminense mais dispostos largavam as cadeiras da
bancada social, preferiam ficar debaixo do sol, na arquibancada, atrás do gol
de Nelson Conceição. Assim tinham mais liberdade de descompor o preto.
Acabado o half-time, mudavam de gol. Quando Nelson Conceição voltava,
achando que estava livre deles, eles o desiludiam logo. O estádio era do
Fluminense, o sócio do Fluminense podia mudar de lugar, assistir ao jogo de um
lado no primeiro half-time e do outro no segundo.”
O Vasco fez queixa, mas como de nada adiantou, decidiu trocar o mando para o campo
do Flamengo, na rua Paissandu. Aí a situação piorou, pois as
traves do acanhado estádio eram quase coladas na grade. Além de desaforos,
Nelson tinha aturar as pedrinhas que eram jogadas pelos sócios do
Flamengo que se agrupavam atrás dele. Quando a pedrinha batia nas suas
costas na hora em que ele ia fazer uma defesa, era quase gol certo. O Vasco
teve que mudar de campo outra vez, foi para o Andaraí, e somente torcedor
com o escudo da cruz de malta no peito era permitido atrás do gol de Nelson.
Só assim o goleiro teve paz.
Esses incidentes serviram como mais um incentivo para que o Vasco se mobilizasse
para ter o seu próprio estádio. Boa parte dos fundos necessários
para a compra do terreno foram angariados através de doações
de vascaínos. Na lista dos duzentos maiores doadores, consta o nome de
Nelson da Conceição, com a importância de 290 mil réis.
O goleiro ainda teve o privilégio de participar do jogo de inauguração
de São Januário, em 21 de abril de 1927. Sua última partida pelo
Vasco aconteceu quase três meses depois, em 17 de julho. Nessa ocasião,
o Vasco venceu o América por 2 a 1, de virada, em Campos Sales. Na metade do
segundo tempo, quando o jogo ainda estava empatado em 1 a 1, Nelson
sofreu uma luxação num dedo da mão esquerda, mas permaneceu no seu
posto, resistindo à forte pressão do ataque adversário, apesar
das dores. Seu sacrifício foi recompensado com a vitória nos minutos finais.
Por ser alto e forte, Niginho fazia da raça a sua principal
característica. Armar jogadas não era seu forte. Em compensação tinha
grande facilidade de romper defesas com piques rápidos e arremates potentes.
Niginho era um dos quatro Fantoni revelados pelo futebol mineiro, além
dos irmãos Ninão e Orlando, também centroavantes, e o primo-irmão
Nininho, lateral esquerdo. Os quatro começaram no Palestra (atual
Cruzeiro), e emigraram um por um para a Itália, onde alcançaram sucesso
nas décadas de 1920 e 1930, jogando pelo Lazio. Na Itália passaram a ser
conhecidos como Fantoni I (Nininho), Fantoni II (Ninão), Fantoni III
(Niginho) e Fantoni IV (Orlando). Orlando Fantoni, inclusive, também
teve passagens pelo Vasco, tanto como jogador quanto como técnico.
Ídolo do Lazio, Niginho, no entanto, acabou expulso do país por se
recusar a participar da guerra fascista contra a Abissínia em 1936. De
volta ao Brasil, incorporou-se novamente ao Palestra, e meses depois, com o campeonato
carioca de 1937 já em andamento, foi contratado pelo Vasco. Logo na estreia,
fez dois gols no Flamengo. Fazendo gols a rodo – só na goleada de 12 a 0 no Andaraí
foram quatro – Niginho foi o artilheiro do campeonato com 25 gols em 20 jogos.
Em grande forma, foi convocado para a reserva de Leônidas da Silva na seleção que disputou a Copa do
Mundo de 1938 na França. Por ocasião da partida semifinal, por ironia
contra a Itália, Leônidas não podia jogar por estar contundido e
a Federação Italiana, com o referendo de Mussolini, vetou a escalação de Niginho. A FIFA
covardemente acatou a ordem e tirou do jogador a chance de participar
da competição.
De volta ao Vasco depois da Copa, na primeira rodada do campeonato carioca de 1938, Niginho aproveitou
para fazer mais dois gols no Flamengo, decretando a vitória vascaína por 2 a 0, justamente
na inauguração do estádio da Gávea. Para confirmar o hábito, ele repetiu
a dose no ano seguinte, com o mesmo placar no mesmo local. Por ironia, foram os dois últimos gols
do artilheiro com a camisa cruzmaltina.
Orlando Lelé, como era conhecido, foi contratado do América juntamente com
o zagueiro Geraldo, no início de 1977, quando o Vasco partiu para a
formação de uma grande equipe que conquistaria o campeonato estadual de forma
brilhante. Seus avanços constantes no apoio do ataque que invariavelmente
terminavam ou com centros mortais ou tiros potentes a gol foram uma arma
importantíssima do técnico Orlando Fantoni. Uma parte significativa dos gols do
artilheiro Roberto, enquanto Orlando jogou no Vasco, foram marcados concluindo
seus cruzamentos certeiros. A potência do chute de Orlando rendeu-lhe o apelido
de Canhão da Colina. Tão importante era o apoio de Orlando ao ataque
que o técnico do Flamengo, Cláudio Coutinho, chegou a escalar o lateral Toninho
como ponta-esquerda numa ocasião, para tentar neutralizar as suas investidas.
Orlando, apesar de ser brincalhão e bem-humorado em suas entrevistas à
imprensa, também não brincava na marcação, sendo conhecida uma história em que
teria anulado no grito a Júlio Cesar, um ponta do Flamengo muito driblador,
que passou então a maior parte da partida recuado.
Em seu último ano no Vasco, Orlando passou a atuar como zagueiro de área,
sempre com a mesma categoria e espírito de luta.
Revelado nas divisões de base do clube, sua grande virtude era a
antecipação e a tranquilidade com que saía jogando. Orlando
esbanjava firmeza, formando a dupla de zaga com Bellini no Vasco e na
Seleção, onde foi titular campeão mundial de 1958. Deixou o Vasco no
ano seguinte, contratado pelo Boca Juniors. Os argentinos o chamavam de
“O Senhor do Futebol”. Depois de voltar ao Brasil para brilhar pelo
Santos de Pelé, encerrou a carreira no Vasco no início de 1970.
Paschoal foi figura fundamental no primeiro título do Vasco na primeira
divisão do futebol carioca em 1923. Sua primeira partida pelo Vasco ocorreu
num amistoso contra a Seleção da Marinha e ele marcou o gol da vitória por
1 a 0. Durante dez anos, Paschoal foi titular da ponta direita do time e das
seleções carioca e brasileira, deixando o futebol prematuramente por contusão
em 1932. Seu apelido era Trem de Luxo, por ser um ponta extremamente
veloz.
Juntamente com o goleiro Nelson e o atacante Torterolli, Paschoal foi o primeiro
jogador do Vasco a jogar pela seleção brasileira. Os três estreiaram
no dia 11 de novembro de 1923, na partida Brasil 0x1 Paraguai, em Montevidéu,
pelo Campeonato Sul-Americano.
Paschoal pertencia, com orgulho, a uma geração que amava o clube. Pelo
resto de sua vida, trabalhou com o mesmo amor pelas sagradas cores do
Vasco da Gama, razão maior de sua vida. Com mais de 80 anos, continuava
integrado ao Vasco, ensinando garotos que sonhavam um dia representar
para o Vasco o que Paschoal sempre foi, desde que entrou em São Januário
pela primeira vez.
Revelado pelo Internacional de Porto Alegre e contratado pelo Vasco em 1954
por 800 mil cruzeiros, numa das mais vultosas transações do futebol brasileiro
daquela época, Paulinho de Almeida foi um jogador à frente do seu tempo, que
constantemente apoiava o ataque. Na marcação também era duro e implacável, e
formou uma famosa linha de zaga no Vasco com Bellini, Orlando e Coronel.
Integrou várias vezes a seleção. Na Copa de 1954 foi reserva de Djalma Santos.
Só não foi convocado para a Copa de 1958 por ter quebrado uma perna no início
daquele ano, durante uma partida contra o Flamengo pelo Torneio Rio-São Paulo.
Paulinho permaneceu no Vasco até o encerramento da carreira no início de
1965. Pelo Vasco, participou das conquistas dos campeonatos cariocas de 1956
e 1958 e do Torneio Rio-São Paulo de 1958. Depois de encerrar a carreira de
jogador, Paulinho lancou-se à carreira de técnico, a começar pelas divisões
de base do próprio Vasco. Em 1968, assumiu a direção da equipe principal e
levou o Vasco à final do campeonato carioca e ao quadrangular decisivo do
Torneio Roberto Gomes Pedrosa.
Contratado ao Palmeiras no início de 1982, Pedrinho firmou-se
como ídolo da torcida graças as suas atuações ao longo de
todo o ano, culminando com a conquista do campeonato estadual,
quando foi sem dúvida um dos melhores jogadores do campeonato.
Um jogador com o qual sempre se podia contar, vigoroso na
defesa e no ataque, de grande regularidade e às vezes até
brilhante. Na Seleção, era reserva de Junior. Saiu do Vasco
para o Catânia, da Itália, e voltou depois de três anos. Apesar
de já não estar mais no mesmo plano de sua primeira passagem
pelo Vasco, deu a sua importante contribuição quando a equipe
precisou dele na reta final do campeonato estadual de 1987.
Pinga, paulista da Mooca, começou na Portuguesa de Desportos, juntamente
com o seu irmão mais velho, Arnaldo, que também atendia pelo mesmo
apelido. Este foi dado primeiro a Arnaldo, que, pela velocidade e
rapidez que demonstrava nos campos de várzea, era chamado de Pinga-Fogo
pelos torcedores. Mas José Lázaro, três anos mais novo, despontou como
o melhor dos dois, e acabou se tornando o Pinga I, enquanto que Arnaldo
passou a ser conhecido como Pinga II. Mais tarde, outros dois irmãos
mais novos também herdaram o apelido.
Pinga se projetou na Portuguesa em meados da década de 1940 como um
ponta-de-lança de “rush” fulminante e possuidor de um tiro final quase
sempre inapelável, com o pé esquerdo. Rapidamente alcançou a Seleção
Paulista, onde foi titular por muitos anos. Foi convocado para a
Seleção Brasileira pela primeira vez em 1949, como reserva da equipe que
conquistou o Campeonato Sul-Americano. No entanto, foi cortado da
Seleção para a Copa de 1950. Mas o ano de ouro da sua carreira viria em
1952. Pinga foi campeão e artilheiro do Torneio Rio-São Paulo pela
Portuguesa, campeão brasileiro pela Seleção Paulista e campeão
Pan-Americano no Chile – o primeiro título do Brasil no exterior. Nessa
competição, Pinga foi autor de dois tentos, sendo sistematicamente
lançado no decorrer das partidas no lugar de Ademir ou Baltazar. No ano
seguinte, Pinga também participou da Seleção que se sagrou vice-campeã
sul-americana em Lima. Muito embora a trajetória da Seleção deixasse a
desejar, Pinga apareceu com relativo sucesso, inclusive atuando pela
primeira vez deslocado pela ponta esquerda.
O passe de Pinga alcançou nessa altura uma cotação elevada, culminando
com a sua transferência para o Vasco, a mais vultosa do futebol
brasileiro até aquela data. Logo de início, Pinga justificou o
investimento do clube, tendo brilhante participação na conquista do
Torneio Octogonal Rivadávia Correia Meyer, disputado no Rio e em São
Paulo. Pinga marcou os dois gols na final em que o Vasco derrotou o São
Paulo por 2×1, no Maracanã. Em 1954, Pinga foi à Copa do Mundo na
Suíça, porém a Seleção cumpriu uma malfadada campanha que terminou em
eliminação nas quartas-de-final pela Hungria.
Em 1956, Martim Francisco assumiu o comando técnico do Vasco, e uma nova
fase começou na carreira de Pinga, quando foi fixado de vez pelo técnico
na ponta esquerda, já aos 32 anos. O Vasco levantou o título carioca
de 1956 e realizou uma vitoriosa excursão à Europa em 1957, quando
conquistou a Taça Tereza Herrera e o Torneio de Paris. Depois de Martim
Francisco, Pinga continuou como o titular absoluto da ponta canhota do
Vasco, tendo conquistado o Rio-São Paulo de 1958 e o campeonato carioca
daquele mesmo ano. Neste campeonato, Pinga ainda se converteu no
artilheiro do time.
Pinga marcou pelo Vasco um total de 250 gols e foi na sua época o
segundo maior artilheiro da história do clube, atrás apenas
de Ademir.
Atualizado em 20/dez/2017.
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