— A entrada de Hugo mudou bastante o panorama da partida. É extremamente complicado prever esse tipo de situação. São detalhes do jogo. Aqui, qualquer equipe adversária certamente enfrentaria dificuldades no começo pela velocidade e quique da bola. Foi isso que ocorreu. Hugo se perdeu um pouco no momento em que a bola quicou e, estrategicamente, precisamos nos adaptar rápido, jogando com um a menos — explicou o interino vascaíno, que acrescentou:
— Precisamos identificar onde o Athletico buscaria a superioridade numérica, porém é um time muito astuto, que se movimenta bastante. O espaço foi sendo gerado tanto pelas pontas, com cruzamentos, quanto pelo centro, e tivemos que perceber o jogo para tentar nos equilibrar melhor. Sofremos mais nos minutos seguintes à expulsão, mas gradativamente conseguimos entender a partida e nos defender de forma mais consistente, principalmente no segundo tempo.
Rafael Paiva optou por alterar o esquema tático em comparação ao seu primeiro jogo à frente do Vasco. Contra o Fortaleza, a equipe utilizou uma formação com três zagueiros e dois meio-campistas, no 5-2-3. Já neste domingo, na Arena da Ligga, o Vasco entrou em campo com um 4-3-3.
— A intenção era ocupar mais o campo e equilibrar nosso jogo, sobretudo na fase ofensiva. Contra o Fortaleza, fizemos uma boa apresentação. Buscamos fechar os corredores e ocupar mais a área. Hoje, precisávamos ter um maior controle com o 4-3-3. Defendendo bem e mantendo a posse de bola, procurando as jogadas de ataque.
João Victor e Adson foram acionados durante a partida. O zagueiro atuou como lateral-direito em boa parte do confronto, revezando com Paulo Henrique em algumas subidas. Adson entrou nos minutos finais, substituindo David. O treinador elogiou os dois reforços mais caros da temporada vascaína.
— Tanto João Victor quanto Adson são jogadores de extrema importância. Estávamos avaliando onde encaixar João Victor, que poderia ter jogado contra o Fortaleza. Adson entrou muito bem. O Vasco está respondendo. Precisamos buscar as vitórias — declarou o treinador.
O próximo compromisso do Vasco será diante do Vitória, no domingo seguinte, em São Januário, às 11h. O confronto será válido pela sexta rodada do certame.
Outras declarações:
Impacto psicológico do elenco com quatro derrotas seguidas
— Estamos atravessando um momento complexo, porém, trata-se de um grupo experiente. Todos estão cientes do que está acontecendo. É um elenco que se dedica intensamente, sempre em alto nível. Batalham constantemente. O Campeonato Brasileiro é bastante competitivo e desafiador. Contra o Criciúma, tivemos uma partida atípica. No entanto, acredito que tivemos boas atuações contra o Bragantino e o Fluminense. A falta de vitórias pesa. Precisamos trabalhar, não há alternativa. É necessário nos organizarmos, acreditarmos, responder diante do Vitória. É o que vamos buscar fazer. Buscar essa resposta imediatamente, conquistar vitórias e retomar o caminho certo. Devemos ser fortes para atravessar esse momento complicado.
Erro de Hugo Moura e a expulsão
— O que aconteceu com Hugo poderia ter ocorrido com qualquer jogador. O erro de Hugo foi um erro coletivo do Vasco. Precisamos nos reestruturar para melhorar, não para buscar culpados.
Pontos positivos e negativos da equipe
— Estávamos em uma sequência de, se não me engano, sete jogos sofrendo gols. Contra o Fortaleza, conseguimos manter a defesa invicta. Hoje, mesmo com um jogador a menos desde os 15 minutos, conseguimos nos sair bem defensivamente. É um aspecto positivo. Precisamos encontrar equilíbrio. Agora é buscar ter mais posse de bola, ser mais incisivo nas jogadas, finalizar com mais eficiência, causar mais danos ao adversário. Acredito que tivemos esse controle no segundo tempo. Temos qualidade para isso, é o que vamos tentar aprimorar. Continuar sendo sólidos na defesa, agressivos, protegendo nosso gol adequadamente. Buscar um pouco mais de equilíbrio para construir melhor as jogadas e finalizá-las com sucesso em busca da vitória. Isso passa muito pelos comportamentos em campo.
Pressão inicial do Athletico
— Sempre enfrentamos complicações no início das partidas aqui, então, sabíamos que nos primeiros dez, quinze minutos, sofreríamos sem conceder gols para conseguir nos encaixar no jogo. E foi realmente o tempo que levamos para nos ajustarmos, mesmo com a perda de um jogador. Praticamente dobramos o sofrimento até conseguirmos nos reorganizar. Esse processo demorou um pouco mais, não conseguimos manter a posse de bola. No intervalo, conseguimos corrigir bem, compreendendo a forma como o adversário tentava marcar o gol.
Melhora no segundo tempo
— Temos qualidade para jogar, somos uma equipe de qualidade, gostamos de ter a posse. No segundo tempo, conseguimos trabalhar a bola melhor. Poderíamos ter concluído as jogadas de forma mais eficaz, porém acredito que mantivemos mais posse. Isso é que devemos levar para o próximo jogo. Se há algo positivo em uma derrota como essa, é a capacidade de sofrimento sem sofrer o segundo gol, manter a posse, perceber que temos qualidade para jogar e buscar o gol. Devemos focar nisso para o próximo jogo.
Fonte: ge