No futebol brasileiro, é cada vez mais recorrente a interrupção dos jogos para o atendimento médico aos goleiros. Muitos deles têm utilizado essa estratégia para desacelerar a partida e ganhar tempo, dado que a volta ao jogo só ocorre após a saída da equipe médica do campo.
Durante o jogo entre o Internacional e o Vasco, o árbitro Flávio Rodrigues de Souza apontou que Léo Jardim adotou essa tática, resultando em sua expulsão após receber o segundo cartão amarelo. O goleiro vascaíno, que estava no comando da meta, recebeu o primeiro aviso aos 22 minutos do segundo tempo, sendo expulso aproximadamente 20 minutos depois por supostamente retardar o recomeço do jogo.
Justificativa para a expulsão de Léo Jardim na súmula de Inter x Vasco — Foto: Reprodução
Léo Jardim foi atendido duas vezes durante a partida no Beira-Rio, acumulando seis paralisações no Campeonato Brasileiro. Em total, o goleiro teve 11 minutos e 28 segundos de jogo interrompido.
Atualmente, Rafael, do São Paulo, lidera o ranking de atendimentos médicos na competição, com oito ocorrências e mais de 14 minutos de jogo parado.
Um total de 26 goleiros solicitaram atendimento médico em campo neste Brasileirão, resultando em 2 horas, 39 minutos e 18 segundos de jogo interrompido. Veja o ranking dos goleiros com mais minutos parados:
Goleiros com mais tempo de jogo parado para atendimento médico no Brasileirão 2025
Goleiro | Time | Atendimentos | Tempo de jogo parado |
---|---|---|---|
Rafael | São Paulo | 8 | 14:01 |
Léo Jardim | Vasco | 6 | 11:28 |
Walter | Mirassol | 6 | 11:19 |
João Ricardo | Fortaleza | 7 | 11:06 |
Fernando Miguel | Ceará | 7 | 11:02 |
Marcos Felipe | Bahia | 5 | 08:57 |
Everson | Atlético-MG | 5 | 08:32 |
Caíque França | Sport | 5 | 08:05 |
Tiago Volpi | Grêmio | 5 | 07:58 |
Gustavo | Juventude | 4 | 07:38 |
Cássio | Cruzeiro | 4 | 06:52 |
Alex Muralha | Mirassol | 4 | 06:35 |
Rochet | Internacional | 3 | 06:01 |
Ronaldo | Bahia | 3 | 05:48 |
John | Botafogo | 3 | 05:24 |
Weverton | Palmeiras | 2 | 05:06 |
Cleiton | Bragantino | 2 | 04:13 |
Anthonni | Internacional | 2 | 03:33 |
Lucas Arcanjo | Vitória | 2 | 02:49 |
Gabriel Brazão | Santos | 2 | 02:43 |
Gabriel | Sport | 2 | 02:36 |
Gabriel Grando | Grêmio | 1 | 01:57 |
Bruno Ferreira | Ceará | 1 | 01:48 |
Lucão | Bragantino | 1 | 01:39 |
Fábio | Fluminense | 1 | 01:17 |
Magrão | Fortaleza | 1 | 00:51 |
O Gato Mestre* não emite opiniões sobre as interrupções para atendimento médico dos goleiros, apenas contabiliza quantas vezes as partidas são interrompidas e o tempo total de cada atendimento. Não se avalia se a parada se deu para retardar o jogo ou se a lesão do goleiro é real. A equipe considera todas as situações em que a assistência médica é chamada.
Das 92 interrupções para atendimento médico no Campeonato Brasileiro de 2025, 84 ocorreram enquanto o time do goleiro estava à frente ou empatado, somando 91% das paradas. Confira a distribuição:
- 49 atendimentos com o time empatando (53%)
- 35 atendimentos com o time vencendo (38%)
- 8 atendimentos com o time perdendo (9%)
Para PC Oliveira, comentarista de arbitragem da Globo, não houve erro por parte do árbitro Flávio Rodrigues de Souza na expulsão de Léo Jardim, mas sim um excesso de rigor. Ele ressaltou que o comportamento do goleiro influenciou a decisão do árbitro, levando-o a crer que não se tratava de uma lesão, mas sim de uma tentativa de atrasar a partida.
– A gente pode dizer que ele foi rigoroso, que ele teve coragem, mas não se pode afirmar que houve erro. A questão é a aplicação do critério. No primeiro tempo, por exemplo, Rochet também simulou e não levou cartão. Não é algo exclusivo de Léo Jardim no Vasco. O ideal é que todos agissem como o Flávio. Embora possamos discutir rigor, não há como afirmar que ele errou. O que importa é ver se o critério será mantido em outros jogos. O árbitro não é médico, mas também não é ingênuo – concluiu, referindo-se às declarações do técnico do Vasco, Fernando Diniz, que sugeriu que o árbitro não poderia saber se Léo estava realmente se machucando.
*O Gato Mestre é formado por jornalistas e cientistas de dados que colaboram para análises pertinentes do futebol brasileiro.
Fonte: ge