Uma pausa rápida nas atividades para comentar, de forma preliminar, sobre a informação de que o Vasco estaria negociando um empréstimo com o BTG, utilizando ações da SAF como garantia, e a nota oficial divulgada pelo Clube a respeito.
De imediato, é importante notar que a nota divulgada pelo Clube se limita a desmentir “as condições mencionadas na reportagem”, afirmando que tais termos jamais seriam aceitos. Porém, isso não significa que o Vasco nega a negociação em si. Na verdade, o Clube confirma essa interação, ao começar sua nota dizendo que “se mantêm em constante diálogo com o mercado para encontrar soluções financeiras que atendam às necessidades atuais do clube”.
Apesar de aparentar uma tentativa de sondar a receptividade a essa proposta absurda e irresponsável, fica claro que o fato em si reforça o que temos denunciado e cobrado, quase que isoladamente, da oposição. Poucas vozes se levantam contra a total falta de transparência e a omissão nos debates, que favorecem a atual Diretoria a repetir os erros obscuros e irresponsáveis da gestão anterior — aqueles que nos trouxeram a essa situação. O presente e o futuro parecem estar condenados a repetir um passado sob a complacência e cumplicidade de muitos que deveriam combater essa repetição de condutas que nos custaram muito caro.
Essa situação demonstra um desdém por parte da Diretoria em relação a torcedores, sócios, conselheiros e poderes constituídos do Clube. Mais do que isso, é um indicativo que nos levou a expressar, em 14.06.2024 (link abaixo), nossa preocupação e a exigir esclarecimentos da Diretoria e dos Poderes do Clube sobre as ações e estratégias para mitigar os riscos evidentes à operação do nosso futebol, sem que as “soluções” propostas sirvam como armadilhas para a “revenda do Vasco”, como se viu no malfadado empréstimo-ponte, que foi aprovado por vários críticos de ocasião e que hoje fazem parte da situação.
Infelizmente, a iniciativa que tinha como objetivo estimular e contribuir para o debate interno em busca de soluções no melhor interesse do Vasco foi completamente ignorada, engavetada. Ao que tudo indica, os ouvidos surdos serviram de justificativa para que as ações em prol de um novo empréstimo-ponte, ou um equivalente, que leve ao mesmo desfecho: desfazer-se das ações do CRVG na SAF, mesmo que isso signifique correr o risco de perder os 10% das ações da classe A, que protegem, entre outras coisas, as propriedades imateriais do Clube (nome, marcas, cores, etc.) e os atos de reorganização societária, liquidação ou até extinção.
Mais do que nunca, é fundamental agir, cobrar e tomar as medidas necessárias. Não podemos continuar na inação, seguindo a reboque. Se a diretoria tem a obrigação de ser transparente e responsável, além de prestar contas aos sócios e conselheiros, a oposição também tem a irrestrita responsabilidade de fiscalizar e agir em defesa da instituição, para que novos atropelos, ou mesmo os que já vivenciamos, não nos conduzam a um problema ainda maior, desperdiçando a chance de corrigir os erros do passado e comprometendo de vez o nosso futuro. Dobrar-se a discursos oportunistas e esperar para ver qual será o resultado não é uma opção!
Link da carta de 14.06.2024: https://x.com/fuzarca1898/status/1803463092564832507?s=48
Fonte: X Leonardo Rodrigues