O veterano meio-campista Nenê, do Juventude, revelou ter tido uma conversa com os líderes dos outros 19 times da Série A do Campeonato Brasileiro, com o intuito de interromper as partidas devido à situação caótica no Rio Grande do Sul. Ele fez essas declarações nesta terça-feira ao programa “Último Lance”, da TNT.
O teor da conversa
Iniciativa proposta. “Elaborei uma mensagem no nosso grupo de líderes de todos os clubes do Brasileirão. Antes do início do campeonato, tivemos uma reunião com a CBF. Tomei essa iniciativa para ver se podemos agir em conjunto. Acredito que nossa união tem um grande poder. Se nos unirmos, com certeza seremos capazes de fazer algo que fará a diferença na vida dessas famílias. Estou tentando explorar a possibilidade de seguirmos juntos nesse mesmo caminho e com desejo de realizar essa ação.”
Ausência de clima para o futebol. “Gostaria de aproveitar este momento para fazer um apelo: unir os clubes e tentar interromper. A vida vai além do futebol. Não estou com disposição alguma para jogar ou mesmo para trabalhar. Vamos aos treinos e, por mais que tentemos contribuir, nos sentimos impotentes. Nunca passei por algo assim. Gostaria de ter essa oportunidade para ver se conseguimos interromper. A CBF concordou em interromper apenas nossos jogos, mas dadas as circunstâncias atuais, isso deveria ser ampliado. O ideal seria a paralisação completa do campeonato.”
Jogos dos times gaúchos longe do RS. “Não é viável. Surgiu essa opção de transferir o jogo para fora daqui, mas como podemos deixar as famílias nessa situação? Há pessoas que não podem sair, se alimentar… nem é preciso mencionar a quantidade de pessoas que sofreram e estão sofrendo. A situação está cada dia mais grave. Apesar de a chuva ter parado, o nível da água está muito alto, a destruição foi imensa.”
Solicitação à CBF. “Deveria haver uma consciência coletiva. Acredito que a interrupção não deveria se limitar apenas ao Rio Grande do Sul, mas o Campeonato Nacional deveria ser paralisado. Uma vida vale mais do que um gol. Jogadores e funcionários do Inter e do Grêmio têm familiares desabrigados, sem comida e sem água.”
Atletas do Juventude. “Infelizmente, o futebol, para mim, no momento, está em segundo plano. Estamos praticamente em áreas de risco, mas graças a Deus nossas famílias estão mais seguras porque estamos na serra, em uma região mais elevada. O problema é maior lá embaixo, a água desceu para essas áreas.”
Fonte: UOL Esporte
Deixe seu comentário