No futebol, há muitas formas de explicar os motivos de um resultado. Destacar os problemas defensivos em um jogo com seis gols pode parecer pessimista, mas talvez seja a melhor maneira de analisar a derrota por 4×2 do Vasco para o Corinthians. O Timão foi mais eficiente em corrigi-los e saiu vitorioso.
O resultado pode ter um impacto negativo para o Gigante da Colina, que poderá retornar à zona de rebaixamento se o Bahia não perder para o São Paulo na quarta-feira, na Fonte Nova. O Vasco ainda enfrentará o Grêmio em Porto Alegre e o Bragantino em São Januário nas últimas partidas do Brasileirão.
A escalação
Ramon Diaz enfrentou a ausência de Maicon, Léo e Marlon Gomes. Optou por escalar a equipe com quatro defensores. Capasso formou dupla de zaga com Medel. Puma Rodriguez ocupou a lateral-direita no lugar de Paulo Henrique, e Jair teve a oportunidade no meio-campo. Outra novidade foi a presença do francês Payet. Rossi iniciou no banco.
Mano Menezes não pôde contar com o zagueiro Gil. Caetano formou a zaga ao lado de Lucas Veríssimo. O treinador retomou o esquema tático 4-2-3-1, utilizado antes dos dois últimos jogos. Giuliano atuou como “falso ponta” pelo lado direito. Moscardo também foi titular.
O jogo
Em jogos como esse, a tensão muitas vezes resulta em confrontos repletos de dificuldades. No entanto, o início do duelo em São Januário foi diferente. Foram marcados dois gols em 12 minutos, com ambas as equipes aproveitando as falhas defensivas evidentes no começo da partida.
O Vasco iniciou melhor e dominou a maior parte do primeiro tempo. Abriu o placar antes mesmo do Corinthians tocar na bola. As escolhas de Ramón Diaz, Payet e Puma Rodriguez, mostraram-se acertadas desde o início. O francês recebeu a bola no meio-campo e abriu para Lucas Piton cruzar, resultando no gol do uruguaio.
O posicionamento deles não foi por acaso. Payet circulava da esquerda para o meio, buscando atacar os espaços entre os jogadores do Corinthians, enquanto Piton trazia amplitude pela esquerda, desempenhando o mesmo papel de Puma Rodriguez do lado direito. O Vasco tinha liberdade nas laterais, o que explicou o primeiro gol.
Outra situação que se repetiu foi a dificuldade de Yuri Alberto em enfrentar Capasso. Após quatro meses sem iniciar uma partida, o zagueiro argentino não conseguiu pará-lo, mesmo com um tipo de passe que não é sua especialidade. O Vasco, da mesma forma que o Corinthians, deu liberdade de movimentação para seus jogadores em diferentes partes do campo.
Outra semelhança foi a postura defensiva das equipes, que recuavam para proteger o fundo do campo, porém sem muita agressividade ao abordar os adversários com a bola nos pés. Essa falta de agressividade foi fatal para o Corinthians.
O Vasco já tinha criado quatro boas oportunidades antes do gol de Vegetti. Após ganhar vantagem, recuou e não conseguiu realizar muitos desarmes para aproveitar contra-ataques. O Corinthians retomou o controle do jogo e empatou. Posteriormente, Veríssimo se redimiu do erro anterior e marcou. O time da casa não conseguiu sustentar a pressão e acabou sofrendo a derrota.
No segundo tempo, o Vasco tentou reagir, mas acabou sofrendo mais gols devido à falta de agressividade na marcação. O Corinthians neutralizou a pressão e fechou o jogo com mais dois gols. Três jogadores da base do clube foram decisivos nessa etapa.
Fonte: ge