Após oito dias de treinamento para o clássico, o técnico Álvaro Pacheco saiu do Maracanã com uma derrota por 6 a 1 em sua estreia. Em sua entrevista coletiva pós-jogo, o treinador lamentou o resultado e assumiu a responsabilidade. Esse gesto, embora simbólico, não justifica as dificuldades enfrentadas pelo Vasco nesta temporada.
— Em primeiro lugar, gostaria de pedir desculpas. O resultado ocorreu, e como treinador, assumo a responsabilidade. Começamos muito bem. Conseguimos equilibrar a partida, marcamos um gol e tivemos oportunidades de ampliar. Porém, após sofrermos o gol, a equipe perdeu um pouco o controle emocional. Isso, no entanto, não abala minha convicção no meu trabalho e na equipe que irei formar no futuro — analisou o técnico.
A disparidade financeira e técnica entre Vasco e Flamengo é evidente, no entanto, a amplitude do placar reflete um cenário recorrente ao longo do ano. Independentemente do treinador em campo — já foram três até agora —, quando a equipe não está em seu melhor momento ou enfrenta problemas técnicos, o Vasco sofre defensivamente.
A eliminação diante do Nova Iguaçu no Campeonato Carioca, a goleada por 4 a 0 sofrida pelo Criciúma em São Januário e os sustos sofridos contra Água Santa e Fortaleza na Copa do Brasil, demonstram um padrão que se repete.
Com essa goleada, o Vasco se tornou a pior defesa do Brasileirão, com 17 gols sofridos em sete partidas, somando-se aos sete gols em quatro jogos da Copa do Brasil e 12 gols em 13 jogos do Estadual. O time soma apenas seis pontos no Brasileiro, ocupando a 13ª posição, perigando entrar na zona de rebaixamento.
O novo diretor de futebol, Pedro Martins, revelou a complicada situação financeira do Vasco para a próxima janela de transferências, que se inicia em 10 de julho. Independentemente do cenário, que também envolve o futuro da SAF, sob o comando de Pedrinho, será crucial corrigir as deficiências deixadas pelo ex-diretor Alexandre Mattos no primeiro semestre, com negociações de alto valor que resultaram em lacunas no elenco, ainda sob a orientação de Ramón Díaz no campo.
Maicon, titular da defesa e autor de falhas cruciais em jogos consecutivos, era reserva no ano anterior e agora é titular. No banco, a principal opção é Medel, que possui pouco prestígio. No meio-campo, Pacheco optou por uma dupla de volantes ágil e dinâmica com Sforza e Galdames, mas o time continuou a demonstrar problemas crônicos de dar espaços. A opção mais defensiva, Hugo Moura, recém-chegado, perdeu espaço até mesmo com o técnico interino Rafael Paiva.
No setor ofensivo, sem David entre os relacionados, o jovem Rayan teve uma atuação abaixo do esperado, enquanto Rossi, que entrou no segundo tempo, contribuiu pouco. Vegetti parece não ter um parceiro à altura. Os desafios são inúmeros, as dificuldades são grandes e o caminho é árduo. Daqui a dez dias, o Vasco enfrentará o Palmeiras e terá mais sete partidas até o final da janela, que não pode depender exclusivamente de Philippe Coutinho.
Fonte: Agência O Globo