A narrativa se repetiu da etapa anterior, contra o Água Santa: na decisão por pênaltis, também após um placar de 3 a 3. Durante o tempo regulamentar, Marinho abriu o marcador para o Fortaleza e Vegetti igualou o placar ainda na primeira etapa. No segundo tempo, o Leão do Pici chegou a ficar na frente com Lucero, porém Vegetti, juntamente com Lucas Piton, conseguiram reverter o placar. Hércules empatou o jogo com um belo gol, aos 43 minutos.
No dia em que confirmou a contratação de Álvaro Pacheco, o Vasco se reuniu com a torcida após quase uma semana longe. São Januário estava lotado e pulsante para o jogo decisivo após o empate em 0 a 0 no Castelão. A boa notícia para o novo treinador é que ele assume um grupo capaz de superar desafios, mesmo em situações de grande pressão. Acima de tudo, a equipe parece estar muito longe do abalo emocional vivido na fatídica derrota para o Criciúma, que culminou na demissão da comissão técnica anterior.
O novo comandante pôde sentir o apoio da torcida vascaína, que compareceu em peso e incentivou intensamente durante os momentos-chave da partida. Ontem, São Januário se transformou em um caldeirão de emoções, explodindo de alegria nos momentos decisivos.
Progresso ofensivo
A atmosfera noite remetia a um jogo de futebol bem jogado. Motivados pela chegada do novo técnico, os torcedores vascaínos exibiram a boina característica do treinador português nas arquibancadas. O próprio Álvaro esteve presente em São Januário, interagindo com a equipe antes da partida. Os gritos de “Coutinho vem aí e o bicho vai pegar” deram o tom antes do jogo.
— Já estávamos em contato com o Álvaro há algum tempo. Mesmo à distância, ele nos transmitia confiança constantemente. É uma pessoa de uma energia extraordinária. Desde a chegada dele, nos motivou o tempo todo, nos auxiliou no que era necessário. Esteve presente na concentração e no vestiário. Conseguimos fazer essa transição de forma bastante positiva para ele, e ele já está completamente inteirado de todas as situações — explicou o técnico interino Rafael Paiva, que dirigiu seu quarto e último jogo.
O time passou por alterações desde os relacionados até os titulares. Hugo Moura não foi relacionado para a partida. Rossi sentiu dores no músculo adutor da coxa direita e foi substituído por Adson, que se recuperou de uma torção no joelho esquerdo. Em campo, a equipe mostrou evolução, principalmente na transição para o ataque. Nas oportunidades em que conseguiu sair em velocidade, com Adson e David, representou perigo real. A marcação no meio-campo também se fortaleceu, com Galdames e Sforza mais entrosados.
No entanto, as mesmas dificuldades do passado ressurgiram: a falta de confiança e os lapsos de concentração. Em um desses momentos, sofreu o primeiro gol, em uma saída de bola desastrosa de Maicon, que resultou em um chute certeiro de Marinho, aceito por Léo Jardim. Maicon teve uma noite difícil, com falhas no primeiro gol e sofrendo um drible no segundo, de Lucero, em uma ótima jogada de Pochettino e Breno Lopes. Payet, discreto no primeiro tempo, se destacou na segunda etapa e foi crucial na virada do Vasco.
Foi o francês quem fez o passe preciso para o cruzamento de Puma, que resultou no gol de Vegetti, empatando o jogo em 2 a 2. O argentino, bastante perigoso nas poucas oportunidades que teve, também havia marcado o gol de empate em uma cobrança de pênalti, após toque de mão de Marinho no primeiro tempo. Foi de Payet também a jogada que resultou no gol da virada, marcado por Piton, fazendo São Januário explodir de alegria.
O Vasco demonstrou resiliência ao conseguir reverter o cenário do jogo em mais de uma ocasião, mesmo com o Fortaleza sendo mais perigoso ao atacar em determinados momentos. Após ser chamado de “burro”, Paiva viu o time melhorar com as substituições no segundo tempo, como a entrada de Puma Rodríguez. Nos pênaltis, Jardim se redimiu e se destacou.
Fonte: Agência O Globo
