Paulo Bracks fala sobre sua passagem pelo Vasco: ‘Eu pensava que teria recursos financeiros para realizar as contratações desejadas, porém não consegui’

O Santos está prestes a contratar o executivo de futebol Paulo Bracks como novo CEO do clube. Bracks, com mais de 15 anos de vivência no meio esportivo, é advogado de formação e especializado em gestão. Ele se destacou por seu trabalho no América-MG, levando o time à primeira divisão e semifinal da Copa do Brasil.

Após experiências no Internacional e Vasco, Bracks concedeu uma entrevista exclusiva ao ge sobre sua participação na Conferência Global da Associação dos Diretores Esportivos em junho.

Bracks abordou as trocas de experiência no evento e a relevância das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) no cenário nacional e internacional.

ge: Como foi sua participação na Conferência Global da Associação dos Diretores Esportivos?

O convite veio devido ao caráter global do congresso, com temas abrangentes em diversos países. Um dos temas debatidos foi a MLS, liga de futebol dos Estados Unidos, e outro foi a Liga da Bélgica, que possui clubes sob a estrutura de donos. Participei do painel sobre recrutamento de jogadores, termo utilizado internacionalmente para prospecção e vendas de atletas.

ge: Como a alta movimentação financeira no mercado de jovens jogadores impacta os clubes e dirigentes?

Neste momento, a pressão financeira no futebol é intensa, devido à profissionalização do setor. A UEFA, por exemplo, enfrenta desafios com a participação de clubes sob a mesma gestão na Liga dos Campeões. No Brasil, a ascensão das SAFs também vem impactando o futebol e promete alterar o cenário anualmente.

ge: Qual a diferença estrutural entre clubes do Brasil e do exterior, em sua visão?

Na Europa, a estrutura do futebol é mais complexa, com divisões de responsabilidades mais claras. No país, os diretores acumulam diversas funções, como a administrativa, jurídica e esportiva. Já no exterior, há múltiplos diretores com funções específicas, favorecendo a organização e tomadas de decisão mais eficazes.

ge: Como a falta de títulos recentes impacta a gestão dos clubes?

A ausência de títulos gera pressão e demanda uma comunicação transparente por parte dos gestores, visando alinhar as expectativas e manter a estabilidade do clube perante os desafios.

ge: Qual a importância de clubes bem geridos para alcançar o sucesso?

Mais do que a tradição ou a força da camisa, a eficiência na gestão tornou-se determinante para o êxito esportivo. Exemplos como Arsenal e clubes brasileiros reforçam a relevância da organização e planejamento para conquistar resultados positivos.

ge: Como você vê a experiência das SAFs no futebol recentemente?

As SAFs representam uma evolução no cenário futebolístico brasileiro, apontando para a importância da gestão eficiente sobre a estrutura societária. O sucesso não está atrelado somente ao modelo SAF, mas sim à competência na administração do clube.

Fonte: Blog Painel Tático – ge