O atual líder do Vasco, Pedrinho, concedeu uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira em São Januário, a primeira desde que assumiu a presidência no final de janeiro.
– Enquanto eu atuava, a mídia não me dava tanta importância. Todos vocês terão acesso à plataforma que apresentará detalhadamente os 60 dias de minha gestão. Parece que se passaram três anos. Sou pressionado para resolver um problema de 40 anos no Vasco, mas só se passaram 60 dias. Eu já estava ciente de que enfrentaria essa situação e não vou me queixar. Ao longo dessas quatro ou cinco décadas, o Vasco acumulou uma dívida superior a 700 milhões. Durante a minha gestão, não foi acrescentado um centavo a essa dívida – quero deixar isso bem claro. Dentro deste cenário, existia uma quantia considerável que deveria ser destinada a mim, porém abri mão desse valor ao analisar a situação financeira do clube.
– Em relação à comunicação, utilizei amplamente as redes sociais. Agora, como presidente, realizo a comunicação por meio das mídias digitais do clube. Ali, há alguns comunicados sobre nossas ações. Optei por informar ao término do Campeonato Carioca. Como o Vasco não alcançou a fase final, antecipei essa comunicação. Fiz isso com cautela, respeitando os jogadores, a comissão técnica, a Vasco SAF e todos os envolvidos. O clube estava desorganizado e era necessário estabelecer essa organização. Decidi falar com vocês após o término da competição para evitar interferências no desempenho esportivo do Vasco. Minha comunicação não é diária, pois não faço parte do futebol. O cotidiano desse esporte envolve um contato quase que diário com a imprensa. Por não ter esse acesso, preciso realizar coletivas para me comunicar com vocês. Durante o campeonato, isso teria um impacto significativo.
Pedrinho reconheceu que, às vezes, os interesses da Vasco SAF e do clube associativo seguem em direções diferentes. O presidente mencionou que, por exemplo, embora tenha conversado com Cláudio Castro para auxiliar na questão de jogos no Maracanã, a condução desse processo junto à Ferj foi feita pela empresa.
– Devemos compreender que, mesmo que inicialmente os propósitos em prol do Vasco possam se desencontrar, a finalidade é sempre a mesma. A condução da licitação do Maracanã foi responsabilidade da SAF. Quem está registrado na Ferj e na CBF é a Vasco SAF. Mesmo que eu queira, não tenho autorização para representar o Vasco. Não estou aqui apenas para agradar, mas para tomar decisões. Passei praticamente o dia inteiro com o governador Cláudio Castro enfatizando a importância de o Vasco voltar a jogar no Maracanã. Temos uma equipe jurídica qualificada à disposição para auxiliar o Vasco na elaboração de uma proposta atrativa para o Maracanã. No entanto, isso não foi concretizado. A SAF tomou a iniciativa por conta própria, sem nossa participação.
Fonte: ge