Após uma temporada difícil para o Vasco, marcada por uma eliminação na Sul-Americana e uma situação preocupante no Campeonato Brasileiro, o presidente Pedrinho falou em uma coletiva de imprensa nessa quinta-feira sobre as contratações feitas e as futuras aquisições planejadas pela gestão dele.
Na coletiva de 2 horas e 12 minutos, Pedrinho enfatizou que nunca prometeu contratar jogadores de elite.
– Quando mencionamos os R$ 60 milhões em contratações, parece que eu simplesmente levei essa quantia e investi, mas as contratações precisam se ajustar ao meu fluxo de caixa. Nos períodos de crise, os jogadores que não se destacaram se tornam objeto de críticas. Contudo, também fizemos boas aquisições, como Coutinho, Nuno e Tchê Tchê, que demonstraram qualidade. Admitimos que acertamos e erramos — declarou o presidente.
– Em cada janela de transferências, tentamos ser mais precisos. É um desafio competitivo para fortalecer o time sem grandes investimentos, e a compreensão desse contexto é essencial — complementou.
– Em momento algum eu disse que traria um jogador do nível do Real Madrid. Sempre elegi o compromisso de honrar nossas obrigações, mesmo que isso seja difícil para os torcedores — explicou Pedrinho.
Entrevista coletiva de Pedrinho, presidente do Vasco — Foto: Bruno Murito
Durante a coletiva, Pedrinho foi questionado sobre o desempenho da equipe:
– Eu gostaria de abordar mais contratações, mas a realidade é dura. Enquanto outros clubes do Rio se reformularam, o Vasco se afundou em dívidas. Muitos podem ver isso como uma desculpa, mas é uma realidade. Minha promessa sempre foi honrar os compromissos e trazer jogadores que se encaixem no orçamento — reafirmou.
Outras declarações da coletiva de Pedrinho:
O Felipe tem culpa por ter sucateado a base do Vasco?
– O JP teve suas oportunidades no time, mas caiu de rendimento e perdeu espaço. A equipe não possui a paciência necessária com a base, resultando em um desempenho abaixo do esperado. Quando esses jogadores saem, não conseguimos cobrar um valor justo por eles — comentou.
– Sobre Felipe e Capasso, é preciso lembrar que as avaliações são feitas por um departamento de scout e análise de desempenho, não apenas por uma pessoa. Indicações de jogadores como Nuno, Tchê Tchê e Lucas Freitas foram feitas por Felipe — esclareceu Pedrinho.
– Felipe assumiu numa situação complicada e deveria ter sido elogiado, mas a pressão era alta. Sua performance durante a transição entre interinos e fixos é avaliada de forma crítica, o que eu entendo. Houve dificuldades de comunicação, mas é um bom profissional — analisou.
Alan Belaciano tem alguma participação no futebol? Qual o papel dele?
– Alan não possui cargo na SAF, e sim na associação. Ele tem contribuído em aspectos variados, incluindo a recuperação judicial — informou.
Sobre possíveis reformas na estrutura futebolística do Vasco, Pedrinho disse:
– Reconhecemos que falhamos em algumas contratações. Contudo, é complicado avaliar apenas os jogadores que não performaram e deixar de lado aqueles que correspondem às expectativas. O sucesso dos jogadores é relativo e a análise deve ser aprofundada.
– As dívidas resultam de más decisões no passado, e sua mensuração é complicada. Alguns jogadores, que eram esperanças de desempenho, não têm apresentado resultados desejados e outros surpreenderam positivamente.
Sobre as contratações do Thiago Mendes:
– O interesse no Thiago Mendes foi anterior à renovação de Léo Jardim. Não houve intermediação por parte do empresário de Léo, isso é um equívoco. A contratação era um desejo da diretoria, independentemente da renovação — comentou.
Declarações de Edmundo pedindo impeachment
– Sobre as falas de Edmundo, não me considero em posição de responder publicamente. O que ele diz reflete mais sobre ele do que sobre mim — declarou Pedrinho.
A torcida tem razão ao considerar a sua gestão ruim?
– O sentimento da torcida é compreensível, mas isso não implica que o trabalho não esteja sendo realizado de maneira diferente. O torcedor tem todo o direito de expressar sua insatisfação, e eu buscarei trabalhar ainda mais para reconquistá-los — afirmou.
Contratações: investir em peso ou diversificar?
– A avaliação das contratações não pode ser simplificada. O sucesso de outros clubes em adquirir jogadores em volume pode obscurecer os erros que cometemos. Estamos comprometidos em buscar jogadores com mais segurança e com custo acessível, mesmo que isso signifique não investir em alto valor — assegurou.
Como garantir que o Vasco não colapse financeiramente?
– O planejamento financeiro é vital. As dívidas precisam ser geridas atentamente para que os compromissos sejam mantidos. Estamos avaliando possibilidades de vendas e possíveis empréstimos — explicou.
Sobre o perfil de jogadores para contratação:
– A falta de experiência em competições internacionais é um fator a ser considerado no futuro. As contratações devem ser basa nas potencialidades e seriam respeitando questões financeiras — finalizou Pedrinho.
Adiantamento das parcelas de vendas de Clayton e Orellano:
– Pedimos à juíza para antecipar as parcelas que temos direito. Essa operação é parte de um planejamento financeiro estratégico, que visa solucionar nossas necessidades com custos menores do que a captação de recursos externos tradicionais — concluiu Amodeo.
O Vasco busca se estruturar para um futuro competitivo, ciente das dificuldades atuais, mas firme na busca pela recuperação e sucesso dentro e fora de campo.