O mandatário do Vasco, Pedrinho, declarou hoje que a 777 Partners estava decidida a vender a SAF que controla as atividades futebolísticas do clube. Durante a coletiva de imprensa em São Januário, o dirigente fez essa revelação ao explicar a medida judicial que resultou na retirada da 777 do comando da SAF.
“Não desejo expor o sócio (777), pois podem haver divergências nas nossas interpretações. Contudo, em diversas ocasiões eles demonstraram claramente a intenção de vender. Segundo o meu conhecimento, houve conversas a respeito”, afirmou Pedrinho.
Em outro momento da entrevista, Pedrinho revelou que houve uma negociação em andamento para a compra. Entretanto, a transação não se concretizou, o que levou o clube a recorrer à via judicial.
“Houve, sim, uma negociação em curso. Quando as garantias solicitadas a um potencial investidor não são cumpridas, e logo depois as informações vazam na imprensa americana, a ação se torna necessária”, explicou o presidente.
O vice-presidente jurídico do Vasco, Felipe Carregal, corroborou as declarações de Pedrinho e comentou sobre os desencontros com os sócios da 777:
“Tentamos diversas vezes estabelecer uma comunicação mais direta. Na primeira reunião, Josh Wander não compareceu, alegando estar em consulta médica. Isso não deveria ter sido um sinal de alerta? Em nossa segunda tentativa de encontro aqui no Rio, eles reconheceram que a relação estava desgastada, assim como nós. Naquela ocasião, tentamos amenizar o conflito, eles se comprometeram com algo que não cumpriram em dois dias. Foi nessa reunião que eles mencionaram pela primeira vez a possibilidade de se desfazerem do Vasco. De forma bastante clara”, ressaltou Carregal.
Interesse da Crefisa
Durante a corrida eleitoral do Vasco, em outubro de 2023, Pedrinho visitou José Roberto Lamacchia, esposo de Leila Pereira e sócio-proprietário da Crefisa. Na ocasião, Lamacchia expressou interesse em vincular o nome da Crefisa aos direitos de nome de São Januário, caso Pedrinho fosse eleito presidente do clube. Questionado hoje sobre a possibilidade de uma parceria com a patrocinadora do Palmeiras, o presidente do Vasco deu a seguinte resposta:
“Eu tenho uma forte ligação com o Sr. José Lamacchia, e para mim, a Leila é um exemplo de gestão esportiva e coragem. No entanto, as pessoas costumam interpretar de forma equivocada. Minha relação com o Sr. José Lamacchia não se confunde com a Leila. Meu contato é direto com Lamacchia, que sempre se mostrou disposto a auxiliar o Vasco. Quanto à Crefisa, é uma empresa sólida, com seis décadas de atuação, dispensa apresentações. Mas é fundamental separar a figura da Leila dessa relação, é injusto colocá-la nesse contexto. Meu vínculo é com o Sr. José Lamacchia, sem conflitos. Não estou afirmando que irá se concretizar, apenas esclarecendo que não há conflitos. O Sr. José Lamacchia é meu amigo, demonstra interesse em ajudar o Vasco, e a Crefisa é uma empresa respeitável no mercado. Ponto final. A Leila está completamente fora da minha relação com o Sr. José Lamacchia.”
O ge procurou a Crefisa para comentar o assunto, e a empresa negou qualquer contato relacionado à aquisição do futebol do Vasco. Recentemente, em participação no programa “Roda Viva”, a presidente do Palmeiras e do grupo Crefisa, Leila Pereira, também negou qualquer intenção de investir no Vasco.
Fonte: ge