A cada partida em São Januário, o Vasco tem certeza cada vez maior da necessidade de expandir e modernizar o estádio. O Cruz-Maltino tem um plano para tornar isso realidade, mas depende da Prefeitura do Rio para que isso saia do papel. O prefeito Eduardo Paes já recebeu o texto finalizado da lei específica que dá ao clube a autoridade para transferir o potencial construtivo de São Januário.
Dessa forma, o Vasco teria a capacidade de realizar as reformas para modernizar e expandir São Januário, aumentando a capacidade para 43 mil lugares. O clube já firmou um acordo com uma empresa para transferir o potencial construtivo do estádio para um terreno na Barra da Tijuca. O valor obtido com essa venda, aproximadamente R$ 500 milhões, será exclusivamente destinado à reforma de São Januário.
Essa é a premissa principal do plano de lei que já está pronto, mas para entrar em vigor é preciso que seja aprovado na Câmara Municipal. Ele precisa ser encaminhado pelo prefeito Eduardo Paes para ser colocado em votação, mas isso ainda não aconteceu. Paes tinha a intenção de apresentar o plano de São Januário junto com o do Parque Olímpico, porém as negociações com a Caixa Econômica Federal estão paralisadas devido às mudanças na presidência do banco estatal que estão prestes a ocorrer.
Sem concordância em relação ao Parque Olímpico, Eduardo Paes prometeu enviar o plano de São Januário para a Câmara de Vereadores no final do mês passado, mas até o momento isso não ocorreu. A explicação pode estar relacionada ao Fluminense.
Laranjeiras
O Lance! descobriu que o Fluminense está em negociações com a Prefeitura do Rio para renovar Laranjeiras por meio do potencial construtivo do estádio. As conversas estão no estágio inicial, mas seguiriam o mesmo modelo apresentado pelo Vasco em relação a São Januário. O Tricolor já tem um plano de revitalização de sua sede. Desde maio, o clube conta com Ricardo Tenório como vice-presidente de projetos especiais. Ele retornou ao Fluminense após nove anos exclusivamente para lidar com assuntos relacionados ao CT Carlos Castilho e Laranjeiras.
De acordo com fontes consultadas pela reportagem, a votação dos dois planos de lei ao mesmo tempo na Câmara Municipal diminuiria o teor clubista da discussão e facilitaria a aprovação. Vale destacar que o prefeito Eduardo Paes é torcedor declarado do Vasco.
Preocupação com as eleições?
O Vasco terá um novo presidente a partir de 2024 e ele será responsável pelas obras de expansão e modernização de São Januário, caso o plano de lei seja aprovado. A eleição ocorrerá nos dias 11 ou 12 de novembro e a maioria dos candidatos são contrários ao atual presidente do clube, Jorge Salgado, que tem uma ótima relação com a prefeitura do Rio. No entanto, o prefeito Eduardo Paes não tem receio caso o novo presidente não esteja alinhado com a possibilidade de transferir o potencial construtivo do estádio.
O que é potencial construtivo?
Esse mecanismo existe e está presente no Estatuto da Cidade, que é como a lei 10.257, de 10 de julho de 2001, é conhecida. Essa legislação regulamentou os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, que estabelecem diretrizes gerais para a política urbana.
A partir dessa lei, são criados projetos específicos para cada situação que envolva potencial construtivo, com base no Plano Diretor (lei municipal) que determina o crescimento e o desenvolvimento urbano.
Fonte: Lance!