Pela segunda vez consecutiva, o Vasco deixou escapar a oportunidade de mostrar seu potencial máximo. Derrotada novamente no Brasileirão, desta vez no clássico contra o Fluminense, por 2 a 1, a equipe comandada por Ramón Díaz demonstrou intensidade e criou diversas chances de gol — foram 21 finalizações ao todo, contra 11 do adversário —, entretanto, sucumbiu a um primeiro tempo desastroso, a falta de criatividade genuína e uma deficiência alarmante no lado direito da defesa.
Em apenas dez minutos, a fragilidade defensiva ficou evidente e foi prontamente explorada pelo tricolor carioca. Foi justamente por esse lado que Marcelo cruzou para Ganso abrir o placar, cabeceando nas costas de Maicon, que entrou no lugar de João Victor. O lateral Paulo Henrique enfrentou sérias dificuldades na marcação, sobretudo por não contar com o apoio de Rossi na recomposição defensiva.
O prejuízo poderia ter sido ainda maior, dado que o Fluminense desperdiçou oportunidades claras em jogadas em que erraram passes simples em momentos de vulnerabilidade vascaína. Léo Jardim fez uma defesa milagrosa em um confronto direto com Arias no segundo tempo. Contudo, antes disso, a equipe já havia sido penalizada. No segundo gol dos tricolores, Martinelli recebeu um cruzamento livre na grande área, dominou e finalizou com tranquilidade.
Essas falhas não são novidade. No revés diante do Bragantino, as falhas no lado esquerdo resultaram nas melhores oportunidades criadas pelos adversários no início da partida. Essa forma de começar os jogos tem impedido uma reação consistente do time cruz-maltino, principalmente devido aos gols sofridos tão precocemente.
Apesar das chances criadas, que começaram a surgir apenas no final do primeiro tempo, com a entrada de Lucas Piton em ação. Enquanto Payet estiver ausente, o desempenho do lateral torna-se ainda mais crucial no aspecto ofensivo. Contudo, o retorno do meio-campista francês torna-se uma urgência para evitar o excesso de cruzamentos na equipe.
Jovens talentos em evidência
O meio-campo encontrava-se ineficaz, levando Ramón a substituir Galdames e Matheus Carvalho no intervalo. Um ponto positivo foi a entrada de Hugo Moura, que estreou bem pelo clube. Foi de seu cruzamento que surgiu o gol de cabeça marcado por Vegetti, logo após o segundo gol sofrido.
Em sua entrevista coletiva, o treinador elogiou a atuação do reforço em sua primeira partida e ressaltou um aspecto relevante: a presença de diversos jovens talentos na equipe, como David, Sforza e Piton. O potencial desses jogadores permite vislumbrar um futuro de evolução para o Vasco em curto prazo, porém, a falta de experiência deles impactou diretamente no resultado obtido.
O atacante Rayan, de apenas 17 anos, teve uma oportunidade clara de empatar no início do segundo tempo, graças a um erro clamoroso de passe de Antonio Carlos. No entanto, Fábio se sobressaiu no duelo e evitou o gol naquele momento. O mesmo cenário se repetiu com Clayton, que desperdiçou outra chance de igualar o placar nos instantes finais. Assim como ocorreu contra o Bragantino, Vegetti teve um gol anulado.
A derrota não implica em uma atuação completamente ruim por parte do Vasco, levando em consideração o que foi apresentado em campo. Um segundo tempo frenético, com chances para ambos os lados, poderia ter culminado de outra forma. A vitória sorriu para quem soube explorar as falhas adversárias com mais eficácia e transformá-las em gols.
Na próxima rodada, a equipe terá a oportunidade de se reerguer em São Januário, diante do Criciúma, em partida marcada para sábado (27), às 16h. Ramón terá uma semana para corrigir as deficiências nas laterais e aprimorar a efetividade no setor ofensivo.
Fonte: O Globo