A medida que os dias avançam, o Vasco tem cada vez menos influência da 777 Partners em posições-chave da empresa. As primeiras cinco semanas da gestão de Pedrinho à frente da SAF foram marcadas por saídas, algumas solicitadas e outras decididas pelo presidente.
As mais recentes ocorreram na quinta-feira: o treinador Álvaro Pacheco foi dispensado, e o diretor-geral Pedro Martins chegou a um acordo para deixar o clube.
Embora sua contratação tenha sido divulgada após a liminar que iniciou a disputa entre os sócios da SAF, Álvaro foi contratado pela 777, por decisão de Pedro Martins e do então CEO Lúcio Barbosa. Pedrinho assumiu o controle do futebol quando a contratação do português já estava concretizada. O treinador não resistiu ao início ruim no Brasileirão, com três derrotas em quatro jogos, e foi desligado.
Diferentemente do treinador, Pedro Martins entregou o cargo. No comunicado, o Vasco informou que a decisão foi tomada “em comum acordo” e que “nos próximos dias haverá a transição da gestão e planejamento do Departamento de Futebol para o novo executivo da instituição”.
O ge apurou que o dirigente se sentiu incomodado com a interferência de Pedrinho e do Vasco associativo no cotidiano do clube. Contratado por Lúcio Barbosa, Pedro Martins passou a se reportar ao presidente do clube desde a decisão liminar, publicada em 15 de maio e ainda em vigor.
Há pouco mais de uma semana, o CEO Lúcio Barbosa solicitou sua saída do Vasco. Junto com ele, saíram a diretora financeira Kátia dos Santos e o diretor de comunicação Felipe Pimentel. Todos eles haviam sido contratados pela 777 e eram nomes de confiança dos executivos da holding. Os cargos continuam vagos.
Após a saída de Lúcio e seus pares, a 777, que ainda disputa judicialmente para recuperar seus direitos societários e retomar o controle da SAF, criticou a atitude de Pedrinho.
– Quando o próprio presidente do clube associativo assume o comando do futebol da empresa, infringindo as regras básicas de governança corporativa, ele compromete irremediavelmente a capacidade de atuação dos gestores profissionais – dizia um trecho do comunicado.
Na quarta-feira desta semana, um dia antes das saídas de Álvaro e Pedro Martins, Pedrinho também demitiu Bruno Rodrigues, que ocupava o cargo de diretor de operações da SAF.
Até o momento, a ação de Pedrinho com maior impacto na estrutura do futebol foi a contratação de Felipe para o posto de diretor-técnico. A função estava vaga desde a saída de Abel Braga, em dezembro do ano passado.
Formados juntos nas categorias de base do Vasco, Pedrinho e Felipe são amigos e aliados politicamente. O Maestro chegou para ser o braço direito do presidente no futebol. “Falta a identidade vascaína, falta as pessoas compreenderem o que é o Vasco”, afirmou Pedrinho ao oficializar a contratação de Felipe, logo após a goleada sofrida para o Flamengo por 6 a 1.
Com a ausência de um diretor-executivo no Vasco no momento, Pedrinho assume as rédeas na busca por um novo treinador. Ele considera diferentes opções e não descarta o retorno de Ramón Díaz e de seu filho, o auxiliar Emiliano Díaz.
Fonte: ge