O Clube de Regatas Vasco da Gama conquistou uma vitória por 2 a 0 sobre o Fortaleza em uma atuação consistente no estádio de São Januário, nesta quarta-feira. Este foi o terceiro embate de Rafael Paiva contra o Fortaleza e o mais equilibrado até então, destacando a evolução do trabalho do treinador interino.
Os três confrontos contra o mesmo oponente oferecem uma visão do momento ascensão do Vasco nesta temporada. Os dois primeiros duelos ocorreram pela terceira fase da Copa do Brasil.
No primeiro jogo, um empate sem gols, a equipe vascaína foi pressionada pelo Fortaleza no Ceará e conseguiu sobreviver graças às defesas do goleiro Léo Jardim e à solidez defensiva. Já no segundo confronto, em São Januário, o jogo foi mais aberto – o Vasco encontrou o caminho para o gol, porém ficou vulnerável em diversos momentos, avançando nos pênaltis após um empate de 3 a 3 no tempo regulamentar.
Nesta quarta-feira, a dinâmica foi outra. O Vasco mostrou equilíbrio entre defesa e ataque, sendo superior durante os 90 minutos em São Januário – mais da metade do tempo com um jogador a mais em campo.
“Este jogo evidencia o quanto evoluímos, soubemos sofrer sem sofrer muitas finalizações, o que é extremamente desafiador diante do Fortaleza. Conseguimos aliviar a pressão, criar oportunidades e finalizar mais jogadas. Encontramos equilíbrio”, avaliou Rafael Paiva.
O setor ofensivo era um ponto a ser trabalhado por Paiva. Após o clássico contra o Botafogo, o treinador identificou a questão e, em apenas quatro dias, conseguiu apresentar uma equipe mais incisiva no ataque, explorando as habilidades do seu jogador mais perigoso, Vegetti.
Ao promover a entrada de Mateus Cocão no lugar de JP na escalação inicial, o técnico conseguiu manter a combatividade e a organização, mas logo perdeu seu principal criador: Payet deixou o campo aos 13 minutos com desconforto muscular. JP retornou então ao time, de maneira mais avançada, mantendo a boa sequência recente. Hugo Moura, mais recuado, teve uma atuação destacada, marcando presença em todos os setores.
Um dos grandes méritos de Paiva é o conhecimento do elenco e a capacidade de extrair o melhor de cada jogador, mesmo diante das limitações. Rapidamente, o treinador encontrou soluções para os espaços cedidos na defesa e orientou a equipe a priorizar a posse de bola. O Vasco demonstrou sua competitividade.
O principal problema ocorreu na saída de bola, sendo a partir desses erros que o Fortaleza conseguiu criar mais oportunidades ofensivas. Léo Jardim realizou uma defesa difícil quando o placar ainda marcava 0 a 0, aos 38 minutos do primeiro tempo. Outras tentativas dos visitantes passaram perto do gol.
Contudo, mesmo nos momentos de pressão adversária, o Vasco se sobressaiu em campo. A situação se agravou para o Fortaleza quando Hércules foi expulso por cometer falta dura em Adson, quando o jogador do Vasco iniciava um contra-ataque aos 39 minutos.
A superioridade numérica abriu caminho para a vitória. Próximo ao fim do primeiro tempo, após uma jogada bem elaborada desde a defesa, com Paulo Henrique se desvencilhando da marcação, a equipe abriu o placar com um gol de Mateus Cocão. O volante finalizou de fora da área e venceu o goleiro João Ricardo. Nas estatísticas do intervalo, o Vasco havia acumulado nove finalizações contra cinco do Fortaleza, além de 62% de posse de bola, a maioria no campo de ataque. O time demonstrou variações táticas, com bons deslocamentos pelo centro e uma ocupação eficiente do setor ofensivo, contando também com a participação dos volantes na área adversária em diversos momentos.
O jogo se desenrolou principalmente pelos lados do campo, com jogadas combinadas entre Paulo Henrique/Adson e Lucas Piton/David. O Vasco explorou as jogadas aéreas com Vegetti, utilizando cruzamentos para o centroavante brigar dentro da área, mas ele também soube atrair a marcação para abrir espaços para finalizações dos companheiros.
Aos 17 minutos do segundo tempo, Vegetti, após disputas intensas, recebeu um cruzamento preciso de Piton em cobrança de escanteio e marcou o segundo gol com um cabeceio potente.
As estatísticas de Vegetti impressionam, com sete finalizações ao longo do jogo e o sexto gol no Campeonato Brasileiro, dividindo a artilharia com Pedro. Segundo o Sofascore, o atacante é o jogador com maior número de duelos aéreos vencidos na competição.
Mesmo com a vantagem no placar, o Vasco se manteve no controle da partida. Rafael Paiva fez ajustes pontuais para manter a competitividade do time, que pressionou o Fortaleza no campo adversário. Ao final, o clube carioca somou 19 finalizações contra 9 do oponente, e o goleiro João Ricardo realizou sete defesas em São Januário.
O trabalho de Rafael Paiva à frente do Vasco traz esperança para a torcida em relação aos resultados futuros. No entanto, o treinador enfrentará desafios com o elenco: no próximo domingo, contra o Internacional, fora de casa, ele não poderá contar com Maicon, Lucas Piton, Hugo Moura e David – todos suspensos. Payet ainda será avaliado pelos profissionais médicos, mas também deve desfalcar a equipe.
Fonte: ge