Embora o trocadilho possa ser considerado clichê, Ricardo realmente está vivendo um momento especial nesta semana. O zagueiro, ex-jogador do Vasco, foi responsável pelo gol que garantiu a classificação do Júbilo Iwata para a terceira fase da Copa da J-League, quebrando um longo jejum de seis anos sem triunfos no clássico de Shizuoka contra o Shimizu S-Pulse. Para aumentar a felicidade, ele pôde celebrar com a bola embaixo da camisa, uma referência à chegada da sua filha, Ana Clara.
– Foi uma conquista significativa, pois voltei de lesão após um mês. Voltar ganhando e marcando o gol decisivo em um clássico que o Júbilo não vencia há seis anos ficará gravado na minha memória – disse, referindo-se à vitória por 2 a 1, que aconteceu na última quarta-feira.
Ricardo, que é pai de Luísa, que faz 5 anos em 23 de setembro, estará disponível para ajudar a equipe feminina após o nascimento de Ana Clara, previsto para o final de agosto.
– É um momento especial, e ficará marcado que o primeiro gol para ela, ainda na barriga da mãe, foi em um clássico vencido – acrescentou.
Com 28 anos, Ricardo mantém contrato com o Júbilo Iwata até dezembro de 2025. Ele ainda não decidiu se retornará ao Brasil em 2026, mas se mostra aberto tanto para ficar quanto para voltar.
– Honestamente, ainda não sei. Tenho grande carinho pelo Brasil, mas minha família se adaptou bem aqui. A decisão vai depender de muitos fatores, mas entre nós, quando chegarmos a uma conclusão, será a decisão certa.
Ricardo Graça comemora gol da classificação e a iminente chegada da segunda filha — Foto: Divulgação
Na Copa da J-League, o Júbilo Iwata está bem posicionado na Segunda Divisão, ocupando o terceiro lugar, com 16 pontos, empatado com o vice-líder Omiya Ardija. Os dois primeiros times sobem direto, enquanto uma terceira vaga é decidida em um playoff entre os times da terceira à sexta colocação. O Júbilo joga novamente no domingo contra o Roasso Kumamoto, onde Ricardo Graça deve completar seu centésimo jogo pelo clube.
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Você se firmou no futebol japonês e vai completar 100 jogos no domingo, contra o Roasso Kumamoto. Essa marca é importante para você?
– Sim, com certeza. Nunca pensei em vir para cá, mas assim que cheguei, me adaptei e gostei muito. Minha família também se sente bem aqui. Minha filha, na verdade, já passou mais tempo aqui do que no Brasil.
Foi um gol que não é comum para um zagueiro, com um chute seco e de primeira. Você já havia feito um gol assim antes?
– Já havia marcado um gol de primeira no Vasco, mas foi ao gol muito alto. Também já fiz um com a bola quicando nos últimos minutos em uma vitória de 3 a 2 quando eu subi, mas essa realmente foi a primeira vez de bate-pronto.
Essa vitória é um impulso essencial para fortalecer o Júbilo na busca pelo acesso?
– Com certeza. Vencer o seu maior rival sempre eleva a autoestima e o moral do time. Foi fundamental ganhar na quarta-feira, mas já passou. Domingo temos que jogar a liga novamente e precisamos vencer para lutar pelo título e voltar à Primeira Divisão, da qual não deveríamos ter saído (em 2023, Ricardo Graça foi eleito para a seleção do campeonato no último acesso do Júbilo).
Fonte: ge