O goleiro Thiago Parente, que atualmente integra o time sub-20 do Vasco, está processando o Santos na Vara do Trabalho. Ele reivindica R$ 227 mil do clube por uma transferência que não se concretizou, incluindo perdas e danos, além de danos morais. O site ge teve acesso ao processo na quarta-feira.
O montante solicitado por Parente é dividido entre R$ 127 mil por perdas e danos, relacionados à diferença nos salários que receberá no Vasco em comparação com o que teria ganhado no Santos, onde a proposta de contrato ia até 31 de janeiro de 2028. O vínculo do jogador com o Vasco está vigente até 31 de dezembro de 2025.
Além disso, a equipe jurídica de Parente solicita R$ 100 mil por danos morais, alegando que ele foi exposto à situação gerada pela forma como o Santos lidou com a desistência da contratação.
O processo destaca que o contrato foi assinado por dois diretores do Santos — Dr. Daniel Curi, Diretor Jurídico, e Sr. Rodrigo Alflen, Diretor da categoria de base. No entanto, a assinatura de um terceiro diretor, Sr. Daniel Pereira Alves, não foi realizada por razões que não foram esclarecidas ao reclamante.
Parente, que se mudou para Santos e ingressou no grupo de WhatsApp do elenco sub-20, tem essa mudança registada no processo e é utilizada contra o clube. Daniel Alves, que atualmente enfrenta investigações, é mencionado como um dos responsáveis pela dispensa.
“Ao não honrar seu compromisso, o Reclamado frustrou a legítima expectativa do atleta, que reorganizou sua vida pessoal e profissional para se transferir para Santos”, diz o documento.
O advogado Diogo Souza informou que notificou o Santos extrajudicialmente em várias ocasiões, e dada a falta de resposta, não houve alternativa para o atleta.
“Ele ficou muito abalado, pois se despediu do Vasco acreditando que iria jogar no Santos. Após assinar o contrato e ser apresentado na Vila Belmiro, ele ingressou no grupo de WhatsApp…”, relatou o advogado.
“Na última hora da janela, às 16h, o clube comunicou que não contaria mais com ele. Dois dias depois, ele foi surpreendido ao descobrir que a assinatura de um dos diretores faltava”, completou.
Procurado, o Santos alegou que “não pode se posicionar porque não foi notificado e não teve acesso aos autos da referida ação”.
Essa situação pode intensificar a crise política que o Comitê de Gestão de Marcelo Teixeira enfrenta no clube. Um dos membros, Daniel Alves, foi denunciado por conselheiros devido à forma considerada arbitrária com que a dispensa de Parente foi conduzida. O caso está sendo avaliado pela Comissão de Inquérito e Sindicância do Santos.
Fonte: ge
Thiago Parente posa para foto na Vila Belmiro, casa do Santos, em foto anexada ao processo — Foto: Arquivo Pessoal
Thiago Parente no dia da assinatura com o Santos, em foto anexada ao processo — Foto: Arquivo Pessoal

