Estreando como técnico profissional em 2018, há seis anos, Álvaro Pacheco tem acumulado bons resultados no futebol português e atravessa o melhor momento de sua carreira, sendo notória a insatisfação de parte da torcida do Vitória de Guimarães com sua eminente saída.
No comando do Vitória, Álvaro assumiu a equipe com o Campeonato Português já em curso, conseguiu corrigir o rumo após um início ruim e obteve resultados expressivos, como a vitória por 5 a 0 sobre o Chaves e o triunfo por 3 a 2 diante do Sporting.
Ao todo, são 18 vitórias, cinco empates e nove derrotas em 32 partidas. Disputou as primeiras posições até as rodadas derradeiras, porém, com a derrota para o Braga no último sábado, não tem mais chances de se classificar para competições europeias e encerrará o campeonato em quinto lugar – faltando apenas uma rodada.
Com o sonho de disputar competições continentais interrompido, Álvaro deu sinal verde a seus empresários para avançar nas negociações com o Vasco. O treinador concordou com um contrato de um ano, com metas para uma renovação automática por mais uma temporada. A assinatura do contrato deve ocorrer nos próximos dias.
Caso tudo transcorra conforme o esperado, ele chegará para ocupar o cargo vago desde a saída de Ramón Díaz, duas semanas atrás. Desde então, o Vasco tem sido dirigido interinamente por Rafael Paiva.
Experiência com duas promoções em seu histórico
Álvaro Pacheco teve uma carreira modesta como atacante, atuando principalmente em equipes de menor expressão em Portugal. Encerrou sua trajetória em 2008 e logo se dedicou aos estudos para se tornar treinador. Durante uma década, passou por clubes como Penafiel, Boavista, Moreirense e Jonava, desempenhando cargos na comissão técnica, sendo a maioria deles como auxiliar.
Em 2018, deu início à sua trajetória solo ao assumir o comando do Fafe no Campeonato de Portugal, equivalente à quarta divisão. Na primeira e única temporada, obteve números significativos: 19 vitórias, oito empates e três derrotas em 30 jogos.
Em 2019/20, foi contratado pelo Vizela, equipe da cidade pequena do distrito de Braga. Em Vizela, Álvaro Pacheco conquistou o título da Terceira Liga no primeiro ano e conseguiu o acesso para a Segunda Divisão. Na temporada subsequente, também obteve a promoção para a Primeira Divisão – sendo eleito melhor treinador da Liga Portugal 2.
Entre seus trabalhos no Vizela e no Vitória de Guimarães, teve uma passagem breve, com apenas oito jogos, pelo Estoril.
Identificado com os jogadores e fiel ao seu chapéu
Álvaro Pacheco é conhecido por ser um treinador próximo dos jogadores, com um estilo paternal no trato com o elenco. Comandando o Vitória de Guimarães, o jovem atacante Jota Silva, de 24 anos, realizou uma temporada brilhante e foi convocado pela primeira vez para a seleção portuguesa.
Em entrevista recente ao jornal italiano Gazzetta dello Sport, Álvaro revelou se inspirar em técnicos como Carlo Ancelotti e Gian Piero Gasperini, destacando Jurgen Klopp como seu grande ídolo.
“A forma de jogar que adoto reflete minha personalidade. Prefiro um futebol ambicioso e ofensivo, baseado em pressão e agressividade. Busco proporcionar conforto aos jogadores para que tenham liberdade em campo”, afirmou.
Em seus clubes anteriores, os treinamentos ministrados por ele são descritos como intensos, apesar de breves. Caracteriza-se por cobrar alta intensidade dos atletas durante as atividades. Nos jogos, costuma permanecer à beira do campo, orientando e motivando seus comandados de forma efusiva. Seu temperamento é conhecido por ser fervoroso e impulsivo.
Contudo, um dos traços mais marcantes de Álvaro é seu acessório característico, a boina, que se tornou sua marca registrada. O técnico adota o item em todas as partidas. A única vez em que abriu mão de seu ícone foi em 2020, quando foi forçado a treinar protegido por um capuz devido à chuva.
“Não gostei”, admitiu na mesma entrevista.
“Foi então que me deram uma boina. ‘Talvez lhe traga sorte’, disse alguém do clube. E assim foi. Ao final da temporada, conquistamos a promoção após 36 anos.”
Fonte: ge