Neste domingo, Vasco e Corinthians se enfrentam no Maracanã para decidir quem levará o título da Copa do Brasil. Enquanto isso, em Tombos, Minas Gerais, Cristóvão Borges, ex-treinador de ambos os clubes, retorna ao cenário do futebol após dois anos afastado das atividades técnicas. O profissional foi recentemente anunciado como novo comandante do Tombense e fará uma pausa em sua rotina para acompanhar a final, que traz memórias significativas para ele.
O Vasco, onde Cristóvão já conquistou a Copa do Brasil como auxiliar, e o Corinthians, onde teve uma passagem curta mas marcante, são parte fundamental de sua trajetória. Em entrevista ao ge, ele recordou momentos importantes nos dois clubes e elogiou os técnicos Fernando Diniz e Dorival Júnior. No entanto, optou por não escolher um lado na final.
— Toda final tem equilíbrio. Com este confronto não é diferente. Até porque são trajetórias de dificuldades e oscilações na temporada, de altos e baixos. Logicamente houve um crescimento para se chegar à final, e as equipes chegam moralizadas. São equipes fortes, que têm respaldo de grandes torcidas, muita força. Vejo equilíbrio.
“Vou torcer por um bom futebol. As duas equipes fazem parte da minha história e tenho carinho pelas duas”.
Vasco: “Marcante na minha história”
Cristóvão recorda que sua primeira experiência como treinador foi no Vasco, de 2011 a 2012, após uma situação trágica envolvendo o então treinador Ricardo Gomes. Naquele contexto difícil, Cristóvão assumiu o comando e passou por um período de grande destaque, mesmo que o clube estivesse enfrentando desafios em relação a conquistas nacionais.
— O Vasco é um ponto bem marcante na minha história esportiva, por vários motivos. Foi no Vasco que me tornei treinador. Infelizmente foi de uma maneira que nos trouxe bastante tristeza. Foi o acontecimento com o Ricardo Gomes, eu era auxiliar dele na época. Havíamos ganhado a Copa do Brasil e, assim como agora, anteriormente o Vasco vivia um hiato muito grande de conquistas nacionais — contou.
Durante sua primeira passagem, o técnico teve um aproveitamento de 60,2%, com 41 vitórias em 78 partidas. Ele destaca que, apesar das dificuldades, a equipe poderia ter conquistado mais títulos se não fosse pelo Corinthians.
“Eu vivi grandes momentos, muito marcantes. Foi uma época em que dirigi um grande time com grandes jogadores. Fizemos campanhas impressionantes. Quase fomos campeões brasileiros (2011) e quase chegamos na fase final da Libertadores (2012), quando perdemos para o Corinthians, que venceria a competição e seria campeão mundial”.
Em 2017, Cristóvão retornou ao Vasco para uma passagem breve, enquanto acumulou experiências em outros clubes como Bahia, Flamengo e Fluminense.
Corinthians: peso de substituir Tite e trabalho curto
A passagem de Cristóvão pelo Corinthians em 2016 foi marcada por desafios. Sua gestão durou apenas três meses, encerrada após uma derrota para o Palmeiras, o que resultou em sua demissão ainda no vestiário.
Cristóvão Borges também dirigiu o Corinthians — Foto: Marcelo Braga
Com 18 jogos à frente do time, seu aproveitamento foi de 48,1%. O técnico enfrentou dificuldades, como a saída de jogadores importantes, e reconhece a pressão de substituir um ídolo como Tite, que deixara o clube em alta.
— O trabalho era bom e estávamos em um momento muito difícil, porque eu estava indo substituir o treinador da seleção brasileira. O Tite estava saindo depois de ser campeão mundial, de ganhar o Brasileiro. No último jogo dele eu estava no estádio, e foi a primeira vez que eu vi um treinador ser ovacionado como ídolo. Aquilo indicava a responsabilidade que eu ia ter — relembrou.
Cristóvão guarda boas memórias do Corinthians e não se considera amargurado pela sua passagem, reconhecendo que o futebol muitas vezes foge ao controle.
“Mágoa? Jamais! Não cabe. Aliás, nos lugares onde eu trabalhei, com mais ou menos dificuldades, magoa eu não tenho, não guardo.
— O Corinthians foi maravilhoso. Para dar certo, faltou pouco. É daquelas coisas que são do futebol, como são da vida. Tem coisas que estão no seu controle e outras não estão, independem do seu querer — completou.
Elogios a Diniz e Dorival
Apesar do tempo longe dos gramados, Cristóvão tem acompanhado o futebol brasileiro e elogiado os trabalhos de Fernando Diniz e Dorival Júnior, os técnicos das equipes finalistas da Copa do Brasil.
Ele acredita que, apesar das críticas à formação de treinadores brasileiros, a qualidade deles é inegável, com exemplos claros em Diniz e Dorival.
“Isso é só para confirmar a qualidade deles (Fernando Diniz e Dorival Jr.) e do treinador brasileiro. O Diniz tem a forma de jogar muito interessante, muito criativa. Dorival tem conhecimento de futebol muito grande (…) É só você olhar os títulos conseguidos pelos dois”.
Com uma trajetória que inclui o trabalho como auxiliar em importantes clubes e na seleção sub-20, Cristóvão agora se prepara para sua nova fase no Tombense, onde espera reerguer a equipe mineira que enfrenta desafios na quarta divisão nacional.
O Tombense, sob seu comando, enfrentará o Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil e a Série D do Campeonato Brasileiro em 2026, em busca de novos desafios e conquistas.
Fonte: ge
Cristóvão Borges passou pelos finalistas da Copa do Brasil e retoma carreira no Tombense — Foto: Victor Souza/Tombense
Cristóvão Borges comanda Gavi]ao Carcará em pelo menos três competições em 2026 — Foto: Victor Souza/Tombense
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