Parece um roteiro repetido. Na última terça-feira, o Vasco foi alvo de mais um dia de manifestações por parte de torcedores no CT Moacyr Barbosa. Este cenário já havia acontecido há pouco mais de um mês. E, aproximadamente um ano atrás, o Cruz-Matino passava por outra crise que desencadeou protestos em São Januário, no CT e até na sede da SAF do Vasco, na Barra da Tijuca.
Desde então, o Cruz-Maltino já teve três técnicos diferentes e três diretores de futebol distintos. Entretanto, algumas situações parecem permanecer sem mudanças.
Naquela época, entre o final de maio e início de junho do ano anterior, o Vasco também começava mal o Campeonato Brasileiro. Sob o comando de Maurício Barbieri e com Paulo Bracks atuando como diretor de futebol, o Cruz-Maltino teve um desempenho semelhante ao deste ano, com seis pontos nas sete primeiras rodadas.
Nesse período, o clube já enfrentava manifestações que se estendiam até a sede da SAF vascaína, localizada em um edifício comercial na Barra da Tijuca. A situação se agravou ainda mais com uma sequência de derrotas.
Protesto de membros da Força Jovem na frente do escritório da SAF do Vasco, na Barra da tijuca. "Where is the football? Keep the promises", diz uma das faixas. Diretoria da 777, do futebol do Vasco e Barbieri são os principais alvos do protesto. @superesportesMG
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— Gabriel Rodrigues (@gabrielcsr) May 23, 2023
E, assim como neste ano, uma goleada sofrida para o Flamengo também desencadeou uma série de protestos contra a equipe e a gestão da SAF, naquela época liderada pela 777 Partners.
No dia 5 de junho, o Vasco foi derrotado por 4 a 1 pelo Rubro-Negro, no Maracanã. Na mesma noite de segunda-feira, um grupo de torcedores protestou em São Januário e danificou parte da fachada do estádio.
🚨 PROTESTO
Após goleada do Flamengo sobre Vasco, torcedores estiveram no centro de treinamento do Gigante da Colina, em São Januário, e protestaram contra fase do time.
📸: reprodução
— Esportudo (@EsportudoBR) June 6, 2023
Quinze dias depois, uma nova derrota para o Goiás transformou São Januário em cenário de grande tumulto, que teve início com o protesto da torcida e se agravou com a atuação truculenta e desproporcional da Polícia Militar.
O resultado do jogo resultou na demissão do técnico Maurício Barbieri. Poucos dias depois, o então CEO da SAF Luiz Mello também deixou o clube. Lúcio Barbosa, então CFO, assumiu interinamente o cargo e foi efetivado ao final da temporada.
Após essa derrota para o Goiás, torcedores do Vasco realizaram manifestações no CT Moacyr Barbosa, da mesma forma como ocorreu na última terça-feira (5). Os confrontos em São Januário também culminaram na interdição do estádio por ordem judicial, que se estendeu por cerca de 80 dias.
O Léo tá fazendo seu papel de líder e dando a cara pelo Vasco. Ele que conversou com os representantes da FJV e pediu mais um voto de confiança.
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— NCB Vasco (@ncbvasco) June 7, 2023
O Vasco conseguiu superar a crise no segundo turno do Campeonato Brasileiro, apresentando uma recuperação notável sob o comando do técnico Ramón Díaz. Mesmo assim, a permanência na Série A foi garantida somente na última rodada, com a vitória sobre o Red Bull Bragantino. No dia seguinte, o diretor de futebol Paulo Bracks foi demitido.
Futebol do Vasco passou por mudanças, mas crise retornou
Após escapar do rebaixamento em 2023, o Vasco passou por transformações significativas no futebol. A mais marcante foi a chegada do diretor de futebol Alexandre Mattos, contratado no fim do ano passado.
Reconhecido por suas habilidades em montar equipes vencedoras, o dirigente gerou expectativas na torcida vascaína. Entretanto, os resultados ficaram aquém do esperado. Mattos investiu mais de R$ 100 milhões na última janela de transferência, porém o elenco do Vasco permaneceu com lacunas significativas.
A eliminação para o Nova Iguaçu na semifinal do Campeonato, os conflitos internos com a comissão técnica de Ramón Díaz e a diretoria da SAF, além de uma conversa vazada com um jornalista, resultaram na demissão do diretor em abril, apenas 100 dias após sua contratação.
Ramón Díaz também não permaneceu por muito tempo no cargo. Em meio a uma nova situação conturbada, com relatos divergentes sobre sua saída, o experiente treinador argentino deixou o clube após a goleada sofrida para o Criciúma, em pleno São Januário.
Agora, com Pedro Martins à frente do departamento de futebol e Álvaro Pacheco como técnico, o Vasco busca superar mais uma crise, originada no embate judicial entre o clube associativo e a 777 Partners. Diferentemente de 2023, o comando atual da SAF tem Pedrinho, ídolo e presidente da Associação, como figura central na tentativa de reerguer o Cruz-Maltino deste momento complicado.
Fonte: Trivela
