Depay no Corinthians, Payet no Vasco e Braithwaite no Grêmio; não podemos esquecer de Suárez no Tricolor gaúcho e James Rodríguez no São Paulo. O futebol brasileiro está oferecendo salários que têm chamado a atenção de jogadores que antes não consideravam nosso país como uma opção viável. Um estudo feito pelo “Bolavip Brasil” resolveu medir esse fenômeno e trouxe à tona um dado interessante: nos últimos cinco anos, a média salarial dos atletas que competem no Brasileirão cresceu cerca de 13,5% a cada temporada, um aumento que supera a evolução dos salários nas cinco principais ligas nacionais da Europa.

Para chegar a esses números, foram analisados todos os salários anuais dos clubes que estão nas divisões de elite do Brasil, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e França, no intervalo entre 2020 e 2024. Os dados foram obtidos pelo site Capology, referência no tema, que considera a quantidade de jogadores que efetivamente atuaram nas ligas durante as temporadas estudadas.

Depay, Payet e Braithwaite mostram que o Brasil paga bem – Fotos: Rodrigo Coca/Agência Corinthians, Dikran Sahagian/Vasco e Lucas Uebel/Grêmio

Brasileirão avança enquanto Espanha e Itália recuam

A evolução nos salários do Brasileirão é impressionante. Com um crescimento médio de 13,5% por temporada ao longo dos últimos cinco anos, a primeira divisão brasileira viu seu salário anual médio subir de 388 mil euros (R$ 2,5 milhões) em 2020 para 669 mil euros (R$ 4,3 milhões) em 2024 – quase dobrando.

Por outro lado, na Espanha, o cenário é completamente diferente. Há cinco anos os salários na La Liga caíram, em média, 3,1% por temporada. Essa foi a maior queda registrada no levantamento. Não é surpreendente então que jogadores como Depay e Braithwaite, que jogavam na liga espanhola, tenham decidido se transferir para o Brasil, onde encontraram remunerações muito mais atrativas.

Na Itália, a situação também não é das melhores: a média de redução foi de 2,1% por temporada. O resultado disso é um encurtamento significativo na diferença entre o salário médio dos jogadores no Campeonato Italiano e no Brasileirão: em 2020, a média salarial na Itália era 401% maior, enquanto agora essa diferença caiu para 167%.

Brasileirão supera ligas da Inglaterra, Alemanha e França

Embora a Premier League tenha se estabelecido como a liga nacional mais rica do mundo, onde quase todas as equipes conseguem oferecer os melhores salários da Europa, o crescimento que propiciou esse status foi inferior ao crescimento que o futebol brasileiro vem experimentando nesse mesmo período.

Na Inglaterra, os salários cresceram apenas 4,6% por temporada. Na França, o aumento foi de 4,4%, e na Alemanha, 2,6%. Embora esses três países também tenham registrado evolução, o crescimento deles foi em um ritmo abaixo do brasileiro, resultando em uma diminuição da diferença salarial entre o futebol brasileiro e essas ligas.

Salários do Brasileirão comparados com outros 11 países

Em 2024, os clubes do Campeonato Brasileiro estavam pagando, em média, o sétimo maior salário quando comparados a 12 países. Ficaram atrás apenas dos salários pagos nas cinco principais ligas europeias e na Turquia, mas à frente de ligas europeias como Portugal, Holanda e Bélgica. É a liga que mais remunera na América, superando os salários do México e dos Estados Unidos.

Confira o ranking dos salários médios pagos por clube anualmente em 2024:

1 – Inglaterra – 114,2 milhões de euros (R$ 740 milhões)
2 – Espanha – 57,6 milhões de euros (R$ 373,3 milhões)
3 – Alemanha – 54,1 milhões de euros (R$ 360,5 milhões)
4 – Itália – 52,9 milhões de euros (R$ 342,8 milhões)
5 – França – 38,8 milhões de euros (R$ 251,4 milhões)
6 – Turquia – 25,5 milhões de euros (R$ 165,2 milhões)
7 – Brasil – 21,3 milhões de euros (R$ 138 milhões)
8 – Estados Unidos – 15,3 milhões de euros (R$ 99,1 milhões)
9 – México – 13,1 milhões de euros (R$ 84,8 milhões)
10 – Portugal – 12,1 milhões de euros (R$ 78,4 milhões)
11 – Bélgica – 12 milhões de euros (R$ 77,7 milhões)
12 – Holanda – 11 milhões de euros (R$ 71,3 milhões)

Fonte: Jogada 10