O Vasco ingressou com uma ação judicial contra a 777 Partners visando recuperar o controle da gestão da SAF. Alegou descumprimento do acordo de acionistas e do estatuto da SAF, o que configuraria quebra de contrato. A empresa norte-americana nega as acusações e já interpôs recurso.
Dentre os atos tidos como prejudiciais ao clube, o Vasco classificou como inconcebível a alienação de 20% dos direitos de transmissão e comerciais por cinco décadas para os investidores da Liga Forte União – a LCP de Carlos Gamboa e o fundo GA. O clube entende que isso acarretou em danos ao patrimônio da SAF.
A transação foi realizada por R$ 212 milhões, com pagamentos de forma parcelada. Até o momento, a Vasco SAF já recebeu R$ 127 milhões desse montante. Um novo pagamento de 15% do total será efetuado em setembro de 2024, e um terceiro pagamento de 25% em março de 2025.
Na ação judicial, o Vasco argumenta que há um conflito de interesses, uma vez que a entidade compradora contaria com a participação da própria 777.
A empresa norte-americana cita em seu portfólio a 1190 Sports, que atuou como parceira operacional dos investidores da LCP.
Internamente, a 777 Partners entende que não há conflito de interesses nessa operação.
Outro ponto levantado pelo Vasco na ação judicial é de que a alienação dos direitos deveria ter sido aprovada pelo Conselho Fiscal da SAF, o que não ocorreu. A tese é de que a análise do Conselho deveria avaliar se o valor era adequado.
No entanto, a 777 Partners defende que essa alienação não precisava passar pela aprovação do Conselho Fiscal. A operação foi validada pelo grupo de diretores da companhia, que detêm autonomia para tal.
As partes envolvidas não comentam detalhes do processo devido ao sigilo estabelecido pela Justiça do Rio de Janeiro.
Fonte: Coluna Rodrigo Mattos – UOL