O Vasco começou as primeiras conversas com representantes de Marinakis há aproximadamente três meses – o famoso NDA (acordo de confidencialidade) passou por diversos ajustes e foi assinado recentemente entre as partes. A due diligence é vista como a fase preliminar das tratativas para potenciais aquisições e fusões, onde se faz a análise detalhada de um negócio.
No início, dois empresários brasileiros do futebol, Giuliano Bertolucci e Giuseppe Dioguardi, apresentaram a ideia de negócio ao grego. Eles são os intermediários nas conversas com o Vasco. Marinakis possui uma boa relação com John Textor, do Botafogo, e ficou entusiasmado com o que conheceu do Vasco, levando em conta sua história, a imensidão de torcedores e a relevância no Brasil.
Em São Januário, a equipe trabalha para implementar diversas alterações em relação ao antigo contrato firmado com a 777. Existe descontentamento em várias áreas, desde os royalties recebidos pela associação com a venda de produtos até o plano de sócio-torcedor e o aluguel do estádio.
O presidente do clube, Pedrinho, preserva a confidencialidade das conversas, mas as tratativas estão sendo vistas como promissoras. Uma nova equipe de assessores jurídicos está analisando toda a documentação financeira e patrimonial do Vasco – na pauta estão as dívidas da associação e da SAF, informações detalhadas sobre o patrimônio do clube, desde as categorias de base até o time profissional, além dos números referentes a acordos que podem surgir com a mediação e a potencial recuperação judicial.
Marinakis está com negociações em andamento para investir na base do São Paulo, o que poderá acontecer por meio de uma de suas empresas – isso poderia, em tese, evitar conflitos com a SAF do Vasco. No entanto, ainda não houve uma visita dele ao Brasil para um contato direto com os vascaínos. Curiosamente, sua última viagem ao Rio de Janeiro foi em agosto deste ano, onde acompanhou a final da Intercontinental Sub-20 entre Flamengo e Olympiacos, com a virada dos rubro-negros para o título no Maracanã.
Se as negociações avançarem, será formalizada a proposta para a compra da SAF. Apesar das complicações com a 777 e a A-CAP, ainda existe a chance de o Vasco atuar como intermediário nessa negociação. Isso significa que o Vasco, utilizando o capital do grego, poderia adquirir as ações dos americanos, posicionando o grupo de Marinakis como sócio-majoritário da SAF. Contudo, o processo de due diligence está apenas começando.
Orçamento de R$ 500 milhões
O Vasco ainda está avaliando outros interessados – entre eles está o italiano Andrea Radrizzani, proprietário da Sampdoria. Porém, a diretoria de Pedrinho não acredita em uma solução rápida para essa confusão. O orçamento da SAF para 2025 foi projetado considerando o cenário atual – sem investidor – e estima cerca de R$ 500 milhões em receitas brutas. Nesse valor, estão inclusas entradas de dinheiro com patrocinadores, direitos de transmissão, bilheteiras, programa de sócios e venda de atletas.
Com o futuro incerto para 2025 devido à expectativa de venda da SAF, o Vasco está elaborando seu orçamento trimestral e conta com alívio nos acordos com credores.
Paralelamente, o Vasco também se movimenta na arbitragem. O clube contestou recentemente a presidência de Paula Andrea Forgioni na disputa com a 777/A-CAP. Ela havia sido escolhida há um mês, porém, na última semana, o clube solicitou esclarecimentos sobre um possível conflito de interesses da advogada.
Fonte: ge
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