A redação do artigo diz: “No caso de uma das partes do contrato sofrer uma redução em seu patrimônio após a conclusão do contrato, o que possa comprometer ou tornar incerto o cumprimento ao qual se comprometeu, a outra parte pode recusar-se a cumprir sua obrigação, até que a outra parte cumpra a sua ou forneça garantias suficientes para isso”.
A situação está em segredo, conduzida pela liderança de Pedrinho, que não se pronuncia sobre o assunto, porém faz parte de esforços para cortar laços com a 777, empresa acusada de irregularidades em processo judicial nos EUA, gerando incertezas nos dirigentes do clube sobre o futuro da empresa com a SAF vascaína.
A 777 Partners foi contatada, porém não se pronunciou sobre a ação do clube associativo.
A ação visa proteger o Vasco de possíveis penhoras nas ações da SAF vascaína e em caso de a 777 utilizar a SAF como garantia em situações de falência ou insolvência. Pedrinho e seus colegas acreditam que o grupo americano não conseguirá cumprir os compromissos com o Vasco e buscam transferir a SAF para outro investidor.
Até o momento, a 777 adquiriu 31% das ações da Vasco SAF com os investimentos realizados. Outros 30% pertencem ao Vasco conforme o acordo de acionistas, e 39% estão condicionados aos próximos investimentos previstos para setembro de 2024 e setembro de 2025. A ação do clube não contempla a diluição dos 31% já adquiridos pela 777.
Interesse de Compra
Há interesse de potenciais compradores para a fatia da 777. Inicialmente, a empresa americana rejeitou propostas de venda de sua participação como sócia majoritária no futebol do Vasco.
Empresas do grupo Crefisa demonstraram interesse, conforme reportado anteriormente por Jorge Nicola, patrocinadora do Palmeiras, além de empresas estrangeiras como a Fenway Sports Group. O grupo americano, detentor majoritário das ações do Liverpool, sinalizou com investimentos em redes multiclube, incluindo o fundo árabe do grupo City.
O ge contatou a Crefisa sobre o tema, e esta negou qualquer contato para aquisição do futebol do Vasco. Recentemente, em participação no programa “Roda Vida”, a presidente do Palmeiras e da Crefisa, Leila Pereira, negou também qualquer possível investimento no Vasco. Os valores nas primeiras abordagens ficaram aquém do montante já investido pelo grupo americano no futebol vascaíno.
Notificações
Durante a campanha presidencial do Vasco em outubro de 2023, Pedrinho visitou José Roberto Lamacchia, marido de Leila Pereira e sócio-proprietário da Crefisa. Nessa oportunidade, Lamacchia mencionou que “caso seja eleito presidente do Vasco da Gama, tenho interesse em associar o nome da Crefisa aos naming rights de São Januário”.
Recentemente, o departamento jurídico do Vasco emitiu duas notificações extrajudiciais à 777. Uma delas solicitava garantias para o investimento de setembro – o maior estipulado no contrato, cerca de R$ 300 milhões, com correção monetária. A outra citava eventual descumprimento da Lei das SAFs e do acordo de acionistas, devido a uma possível mudança no comando da empresa americana, de acordo com informações de uma ação movida por um fundo inglês contra a 777 nos EUA.
Situação atual
Até o momento, a 777 está em dia com suas obrigações junto ao Vasco. Em outubro de 2023, houve um breve atraso no pagamento de R$ 110 milhões.
O maior investimento está previsto para setembro deste ano. Em 2023, conforme balanço publicado no último dia 30, a SAF do Vasco registrou prejuízo de R$ 123 milhões.
Fonte: ge