O Vasco encerraria sua participação no Campeonato Brasileiro de maneira melancólica, deixando uma última mácula nos torcedores após uma temporada repleta de insucessos. A derrota contundente por 5 a 0 para o Atlético-MG foi considerada, segundo Fernando Diniz, uma das piores da sua carreira e intensifica as incertezas sobre os jogos fundamentais da Copa do Brasil.
Apesar da campanha do Vasco ter frequentemente flertado com a zona de rebaixamento, houve momentos de entusiasmo, especialmente após uma aparente mudança de rumo com bons resultados no início do segundo turno. No entanto, a falta de iniciativa nas derrotas recentes sugere que, se houvesse mais uma rodada, o Vasco poderia muito bem acabar em uma das posições do Z-4.
Fernando Diniz, Atlético-MG x Vasco — Foto: Fernando Moreno/AGIF
Foram escassos os momentos de alívio para os torcedores do Vasco ao longo das 38 rodadas. As dúvidas a respeito da distância da zona de rebaixamento e os altos e baixos do time, que não condizem com a expectativa de um dos oito melhores elencos do Brasil, marcaram a temporada. O time fechou a competição com a terceira defesa mais vazada, tendo sofrido 60 gols — apenas à frente dos rebaixados Sport e Juventude.
Um dos raros períodos de esperança aconteceu durante uma sequência surpreendente de quatro vitórias consecutivas no segundo turno. Essa oscilação deu novo ânimo aos torcedores, que começaram a sonhar com uma vaga na Libertadores. Contudo, a realidade se impôs, com o time acumulando sete derrotas nas últimas oito partidas e garantindo uma classificação quase “culposa” para a Copa Sul-Americana.
Mateus Carvalho, Vasco x Atlético-MG — Foto: Fernando Moreno/AGIF
A questão sobre a Sul-Americana merece destaque, especialmente no contexto da reta final da temporada. No torneio continental, parecia que sua relevância não era tão grande para o clube. Após a derrota para o Mirassol, o Vasco seguiu para Belo Horizonte com apenas quatro titulares no banco e nenhum deles atuou na partida. Mesmo sem estar matematicamente garantido na Sul-Americana, o Vasco chegou a estar na 16ª posição da tabela.
A decisão de poupar todos os jogadores principais nesse cenário contrasta com o discurso que prevaleceu durante a maior parte de 2025. No início do ano, a Copa Sul-Americana foi apontada como a grande prioridade, um retorno celebrado por Pedrinho e sua diretoria.
Embora Diniz tenha afirmado que esses eram os “melhores jogadores disponíveis”, a realidade mostrou que o foco foi rapidamente endereçado para os jogos decisivos da Copa do Brasil. O departamento de futebol via essa competição como a mais acessível e com a expectativa de brigar pelo título. A queda inesperada nos playoffs gerou episódios constrangedores, como a goleada sofrida para o modesto Puerto Cabello e o Independiente del Valle.
Inclusive, jogadores foram poupados em partidas do Brasileirão para garantir um desempenho sólido na competição internacional. Assim, a mudança drástica de perspectiva em apenas seis meses, mesmo diante da fase decisiva da Copa do Brasil, é surpreendente.
No final, a frustração por não brigar pela Libertadores deu lugar a um cenário de contentamento pela mediocridade de se manter fora da zona de rebaixamento antes da rodada final, apostando todas as fichas em um possível, porém complicado, título da Copa do Brasil.
Assim, a equipe presidida por Pedrinho recebeu outro sinal claro nesta última rodada sobre as limitações de seu elenco. O time termina o Brasileirão de maneira triste, sofrendo sua maior derrota na história para o Atlético-MG.
As expectativas que inicialmente vislumbravam o retorno à Libertadores agora geram novas perguntas sobre como este time conseguirá superar tantas frustrações e reverter a situação na Copa do Brasil.
Como foi o jogo
Uma análise detalhada do jogo mostra que não faria muito sentido, especialmente no âmbito do desentrosamento de uma equipe que nunca havia jogado junta. O Vasco entrou em campo com Fuzato no gol e um setor defensivo formado por Oliveira e Lucas Freitas, com Hugo Moura recuado, formando praticamente uma trinca de zagueiros. Nas laterais, Tchê Tchê, improvisado na direita, e Victor Luis no lado esquerdo.
No meio-campo, Mateus Carvalho e Paulinho atuaram, com Matheus França à frente. Na frente, David e Vegetti formaram a dupla.
Os jogadores do Atlético dominaram o jogo, criando poucas ameaças por parte do Vasco. O primeiro gol parecia uma questão de tempo, culminando em uma cabeçada de Hulk no travessão e, depois, concretizando-se aos 18 minutos com um gol de Junior Alonso. Com um time formado apenas por reservas, reverter o quadro já era uma tarefa complexa, mas se tornou impossível com a expulsão antecipada de Hugo Moura — a terceira apenas este ano — aos 30 minutos do primeiro tempo. Na cobrança da falta, Hulk ampliou o placar com um gol ajudado pelo goleiro Daniel Fuzato.
Hulk marca de falta em Atlético-MG X Vasco — Foto: Pedro Souza / Atlético
O Vasco apresentava uma série de erros, tornando-se presa fácil para o Atlético-MG, que aproveitou a fragilidade da defesa vascaína e a desorganização entre os jogadores para criar diversas oportunidades. A derrota se transformou em humilhação na segunda etapa, com mais três gols sofridos que expuseram falhas individuais e coletivas da defesa — com o último sendo um gol contra de Victor Luis que selou a má atuação do time sob comando de Fernando Diniz.
E a Copa?
Agora, o Vasco precisa se reerguer após uma queda acentuada em suas últimas partidas e focar nos jogos decisivos contra o Fluminense. O time vê o rival em ascensão, classificado diretamente para a Libertadores e em uma sequência de sete jogos sem derrotas.
A diretoria e a comissão técnica estão apostando todas as fichas na Copa do Brasil para resgatar a temporada de 2025. Se a intenção é de mobilização total, a apatia demonstrada recentemente fez parecer que o Vasco já entrou em modo de férias, apesar de não haver motivos para tal. E, de fato, não há muitas razões para que o torcedor acredite em um cenário positivo diferente de mais um ano de frustração.
Fonte: ge
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